quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Festival do Rio


O Festival de Cinema do Rio é a oportunidade de ver filmes marginais à corrente majoritária liderada pelo cinema de Hollywood. Filmes que não serão exibidos no cinema comercial, nem mesmo nos cines alternativos tipo Estação. Filmes, por exemplo, do Leste Europeu e dos países asiáticos. São tecnicamente pobres, e geralmente têm um linha de superação de um estado de exploração ou injustiça social. Tipo Bacurau. Parece que o cinema quer compensar na virtualidade o que os povos não conseguem realizar no mundo real.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Futebol e Sociedade



Todos os times tiveram seus maus momentos. Com todo o patrocínio especial da Globo o Flamengo cansou de ser derrotado em semi-finais e finais e é talvez o que tem mais vices (não é o Vasco), viveu períodos tenebrosos. O Vasco tem mais história, mais glórias. Essa fase atual do rubro-negro carioca, absolutista quase unânime é como dizia Nelson Rodrigues: toda unanimidade é burra! (ou perigosa, digo eu).


Esse fenômeno que vive o Flamengo, graças ao patrocínio e transmissões exclusivas da Rede Globo para todo o país, com toda a competência e glamour da Rede, transformou esse clube num fenômeno de adesões,quase uma unanimidade. Não preciso ressaltar como isso afeta a concorrência, como ataca o fairplay, como produz distorções de toda ordem. Toda criança que nasce no país, que antes seguia a tradição familiar ou do pai, que logo recebia uma camisa do clube, hoje a recusa e tem de comunicar que ele torce pelo Flamengo. A velha sentença popular que afirma que todos gostam de fazer parte do grupo ou cube u time que está ganhando, mais poderoso. E pelas campanhas de marketing virou um programa social ir ao Maraca e ver os jogos do Flamengo, vestira camisa do clube em qualquer lugar, até no trabalho  (já vi um jovem com a camisa do time num templo budista como turista no Japão).  Ora, ficou difícil ou mesmo impossível fazer crescer os torcedores dos demais clubes cariocas (especialmente no Nordeste os torcedores torcem para o clube local e para o clube da Globo. No Sul é um pouco mais difícil porque os clubes locais são mais fortes). 
Não é justo nem coincidência que todos os demais clubes cariocas estejam de pires na mão.  

Outra distorção, provocada pela força dom  marketing da parceria Fla x Globo é a concessão do Maraca para esse clube (O Fluminense, como se diz, faz número, quem põe recursos e comanda é o clube da parceria global). Ora, o Maraca é do estado, do torcedor carioca e portanto não poderia estar nas mãos de um só clube. Mas a força produzida pelos milhões rubro-negros (hoje creio que o Flamengo já não depende tanto da Rede, embora ela seja imprescindível para o empreendimento).   

O presidente da República entregou ao supremo dos chineses como presente de visita uma jaqueta do Flamengo, em vez da camisa da seleção brasileira  (quer mais?).

Enfim, o Flamengo, pela dimensão que vem assumindo o adesismo nacional (e repercussões internacionais, certamente) se tornou um ópio do povo, seja lá o que isso pode ou não significar.

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Viajar é Preciso?



                                                                  
Turismo é uma atividade à medida para aposentados. Mas meus amigos sabem que não gosto mais de viajar e fazer turismo. Como diretor da OIT eu tive de estudar o fenômeno (naquela época) porque já era grande gerador de empregos de mais fácil acesso, um tema marcante daquela Organização. Olhávamos com interesse e desejávamos seu crescimento ordenado, porque também identificávamos o lado predador do turismo, rompendo tradições e violentando tabus comunitários.
Na atualidade é impossível ignorar a força do turismo. Sem dúvidas o mundo globalizou. Os promotores da globalização, conduzidos pela revolução tecnológica e das comunicações, não tinham de início esse cenário enlouquecido onde tudo que é sólido desmancha no ar. Para o bem ou para o mal a globalização invadiu cada espaço de nossas vidas. Foi um enorme benefício para a expansão do capitalismo, mas também para abrir oportunidades de vida para as novas gerações.
Acabo de fazer uma viagem por alguns países da Europa, uma longa viagem para os padrões e custos com o câmbio atual no Brasil. Não tem como não extrair observações pessoais de várias ordens que passo a narrar sem compromisso com qualquer critério lógico, mas ao acaso e só com as lembranças. Se servir de referência para os colegas e amigos, muito bem, fico gratificado. Ou pode ser apenas uma chance de estimular a lembrança para o que já viveram e conhecem de sobra.
Minha viagem familiar era necessária e inevitável  porque esposa e filho haviam assumido a dupla cidadania, no caso com a Itália. O desejo de estar nesse país por um bom tempo ficou imperativo. A programação teve de privilegiá-lo, mas era a oportunidade para visitar alguns outros de nossa saudosa memória e finalmente sempre haveria Paris. Mas não seria exatamente uma “viagem de turismo”.
O programa acabou se tornando um tanto longo e seria necessariamente muito pesado e cansativo. 40 dias suspensos em hotéis, aviões e trens, com diferentes climas e muitas malas (em consequência disso) representavam também um desafio.
Não preciso reafirmar que o câmbio atual do dólar e do Euro exige aquele expediente de não fazer contas (quem converte não se diverte).
Decididos os países ou cidades  (Roma, Florença, Veneza, Lisboa, Porto e Paris) partimos para montar o projeto. No ano passado encarregamos uma agência, com auxílio de um amigo, e afinal tivemos de cancelar tudo por razões de saúde. Fiquei constrangido de repetir o pedido e decidi fazer por conta própria. Afinal tenho um amigo que viaja muito e faz suas viagens usando pesquisa com instrumentos da internet. Não foi uma boa decisão.
Depois de ouvir comentários sobre as companhias aéreas tradicionais decidi pela KLM que segundo amigos era a que oferecia maior conforto, depois da Emirates e da Lufthansa, bem mais caras. E logo me dei conta que apesar de ter muitas milhas acumuladas, Smiles, multiplus, Livelo, American Airlines, justamente essa variedade não me permitia alcançar níveis suficientes em nenhuma, e todas as dificuldades eram colocadas para articulação entre elas. Tirar uma passagem exige expertise e o uso associado de milhas nem sempre é vantajoso.  Alguns desses programas não têm acesso às melhores ofertas das companhias aéreas. Para a hotelaria optei por Booking que lhe permite trocas sem custo até prazos convenientes para novas escolhas. E preferi hotéis porque gosto de portarias 24 horas e de espaços de estar nas idas e vindas da rua. Depois aprendi que muitos hotéis e apartamentos de aluguel não colocam o hóspede de Booking nas melhores ofertas, porque têm de pagar a essa agência uma taxa elevada. Mesmo sabendo que vão receber avaliação pela hospedagem. Dão preferência a quem reserva diretamente, coisa difícil de se fazer pela internet, que está tomada por essas agências. Vale quando você já tem uma relação anterior com o hotel ou uma indicação de amigos.
Tínhamos as recomendações sobre equipagem, só maletas de bordo, pessoais. Mas uma viagem longa e com informações sobre climas variados nos obrigou ao recurso de malas médias, o que nos elevou os custos e reduziu a mobilidade, tivemos de usar taxis nas chegadas e saídas de aeroportos e estações ferroviárias.
A escolha da KLM nos obrigou a incluir Amsterdam no programa e foi bom por um lado e muito ruim pelo outro. A viagem ficou bem mais longa, cansativa e somou uma cidade com muito frio e chuva. O esforço para estar em Amsterdam foi estenuante. O lado bom é que a cidade é um encanto, alegre, bonita de astral elevado.  Ficamos por lá três dias para descansar da viagem aérea e pelo óbvio prazer que já sabíamos que a cidade proporciona. O Museu Van Gogh era obrigatório mas confesso que não me impressionou. Tudo muito óbvio, até as lembrancinhas de todo museu.  Bom mesmo foi o centro da cidade com seus canais e gente variada de toda parte. E o hotel deve ficar na área do centro da cidade e não na esplanada dos museus.
Saimos do Brasil muito gripados. Estivemos até em dúvida sobre manter a viagem. Com o frio e chuva do primeiro dia em Amsterdam tivemos de recorrer a um atendimento médico. O próprio hotel nos indicou um clínica especializada para turistas. Foi rápido o atendimento, fizeram testes de sangue e determinaram medicamentos específicos para cada caso. Além das receitas, indicaram a farmácia onde devíamos adquirir os remédios. Não era uma caixa fechada, era o número certo de unidades conforme a receita, sem desperdícios. Custo da clínica, 60 Euros  (mais ou menos 300 reais) cada paciente por todo o serviço. E o medicamento, 15 Euros. A gripe cedeu em poucos dias mas a tosse melhorou já no primeiro dia. 
O problema dessas viagens de turismo é que você pode querer ficar mais uns dias no lugar, gostou, mas as dificuldades e impedimentos formais vão te enforcar. Trocar data de passagem pode até ser viável, se pagou por uma passagem flexível, mas vai ter de ajustar o hotel e talvez as demais datas. E pode, como aconteceu, que seu próprio hotel não tenha data para você ficar mais um dia.
Nos lugares que programamos, todos muito turísticos, as datas estavam sempre esgotadas, não havia opção para trocas, as cidades estavam cheias dia e noite.  Acho que o terceiro mundo segue bancando seus antigos patrões, e as taxas de câmbio ajudam essa engrenagem poderosamente.
A Europa que eu vi, nas cidades escolhidas, está lotada dia e noite, multidões de turistas circulando a toda hora, os aeroportos parecem mais rodoviárias, funcionam automaticamente, sem espaços para improvisações, estão cada vez mais imensos, até mesmo o do Galeão, no qual ao desembarcar tivemos de caminhar, inclusive com ajuda de esteiras rolantes, por quase um quilômetro, depois de uma viagem de onze horas. Na passagem pela segurança dos aeroportos tínhamos de mostrar toda nossa carga e tirar até o cinto. Tudo bem, está assim em toda parte, mas os fiscais pressionam para se fazer tudo às pressas, reviram o conteúdo das maletas e misturam a ordem dos passageiros, ou seja, criam um tumulto estressante. Não sei se intencional, mas foi ali que desapareceu uma lente muito cara da filmadora do meu filho, o que só nos demos conta no hotel em Lisboa. Acho muito suspeita a conduta naquela passagem fiscal. Como você embarca, não tem como fazer queixa ou provar nada. Como é uma prática generalizada, precisa-se de muita atenção nessa hora.                                                                                                                                                                
Mas estávamos na Toscana e isso não tem preço. Desde os filmes românticos sobre descobertas do amor e vinhedos alquimistas, Toscana tem a mística da felicidade. Era então programar a exploração de Florença e do entorno. O ideal do que fizemos no passado transitava na cabeça de minha esposa e era “alugar um carro e sair por aí”.  Mas já nos pesavam os esforços de viagem e decidimos começar alugando uma excursão tradicional. Fomos a Siena e San Gimignano. Siena com catedrais lendárias e a praça medieval de piso helicoidal único. Uma experiência mágica. E San Gimignano uma entrada pelo medieval adentro.   Incríveis emoções. Mas tudo com muita subida e o desgaste físico enorme porque os ônibus de excursão não eram confortáveis e nos deixavam distantes dos eventos. Caminhadas longas e muita subida foi demais. Abandonamos a ideia de excursão tradicional. Teria de ser de trem por conta própria ou aluguel de carro. 
Mas a própria Florença já era infinita. Caminhar pelo centro histórico e admirar as edificações, os monumentos e esculturas, um presente para a vista, era penetrar na história. Isso fizemos religiosamente por muitos dias, muitas vezes sentando num dos cercadinhos que predominam em quase todo o espaço do centro. Aliás, nessas cidades europeias históricas e turísticas os restaurantes tomaram as ruas, não estão dentro de prédios. São pequenos “currais” no canto ou no centro das ruas. Em alguns casos isso possibilitava se alimentar admirando a beleza do cenário, mas mesmo em vielas sem vista direta das atrações, a regra era ocupar as ruas.
As duas grandes atrações, como se sabe, são o Majestoso Duomo, a gigantesca catedral, e a estátua do David, de Michelangelo. Para as duas atrações, mesmo com passe especial,  as filas são imensas e o tempo de espera impraticável para os mais idosos. O David, que ficava à vista na frente da catedral agora está protegido dentro da Galeria De La Accademia e com isso cobra ingresso e rende também uma fábula. A monetarização do turismo é notória e tudo tem algum custo, mesmo pequeno. Na soma faz diferença.  Não alugamos um carro para prosseguir com as explorações da região, estávamos cansados e preferimos ficar pela cidade de Florença.
De Florença fomos de trem rápido por dois dias a Veneza, uma volta depois de muitos anos e a mesma emoção inenarrável, nada igual existe. Veneza como sempre fervilhava de turistas. A Piazza San Marco, grandiosa mas sem atrações além da catedral e a torre destoante.  Com toda aquela gente, ainda sobrava muito espaço vazio. Impossível não se sentir que se está num realismo fantástico.  
O único trecho com empresas regionais foi a ida de Florença para Lisboa, uma boa distância, cerca de três horas de voo. Mais uma vez, na passagem pela segurança do aeroporto tínhamos de mostrar toda nossa carga e tirar até o cinto. Tudo bem, está assim em todos os aeroportos, mas os fiscais pressionam para se fazer tudo às pressas, reviram o conteúdo das maletas e misturam a ordem dos passageiros, ou seja, criam um tumulto estressante. Não sei se intencional, mas foi ali que desapareceu um objeto nosso de valor, o que só nos demos conta no hotel em Lisboa. Acho muito inadequada a conduta naquela passagem fiscal. Como você embarca, não tem como fazer queixa ou provar nada.  Uma perda considerável. Como é uma prática generalizada, se precisa de muita atenção nessa hora.                                                                                                                                                          Na Itália todos os filmes eram dublados e as televisões praticavam exclusivamente o italiano. Foi difícil passar os 15 dias, mas justo para desafiar a cidadania familiar.
Enquanto as expectativas na Itália eram ligadas à assunção de identidade e busca de informações sobre o envolvimento cinematográfico, em Portugal eram as perspectivas de encontrar uma oportunidade de investimento imobiliário. E as dificuldades com o italiano seriam compensadas.
Em Lisboa nos hospedamos na Garret, uma pequena rua no coração da cidade, no Chiado, onde havia movimento dia e noite, artistas de rua e manifestações políticas. E onde se cultua a estátua de Fernando Pessoa sentado e contemplativo. As pessoas dialogam com ele e tiram fotos. Pessoa parece ter vida.
Mas as buscas de ofertas imobiliárias nos levou com muita frequência, a tomar o comboio na direção de Cascais, ou seja, idas e vindas a Oeiras, Belém, Estoril... Há, desde alguns anos, uma corrida imobiliária intensa na linha dessas comunidades.  Os preços, naturalmente, aumentaram muito e as melhores ofertas foram já aproveitadas. E para nós brasileiros tem ainda o obstáculo do câmbio desfavorável no momento. Mas a corrida da oportunidade de trabalho e investimento persiste ativamente.  Não apenas Lisboa mas também na área do Porto.
A belíssima arquitetura da cidade nos soa familiar, mas nos supera pela quantidade, que nos enche os olhos para toda parte que se olhe.  Lisboa é uma linda cidade, apesar do sobe e desce, que exige boa forma física. Pelo número de igrejas se ouve o sino tocar com muita frequência e não apenas às seis horas da Ave Maria. Portugal ainda vive uma fase de euforia econômica com grande crescimento do turismo e os serviços derivados.
Finalmente Paris.  Foram sete dias de puro prazer.  O sítio dos estudantes foi até divertido e durou uns dias mais. Eles estavam protestando em defesa do planeta, mas em nenhum momento ou nenhum cartaz se falava da Amazônia. Como toda coisa de jovem, muita música, dança, criatividade. Nenhum sinal de violência. Mas nos obrigava a dar voltas para chegar a San Michel, uma referência antiga para nós em Paris. Paris é uma festa, já se disse. E é pura verdade. De noite em San Germain e San Michel tem fila para conseguir sentar-se em uma mesa externa, porque todos querem estar na calçada dos restôs e o alimento é ver outras pessoas e jogar muita conversa fora. Se a gente for analisar friamente, não tem nada acontecendo, só muita gente reunida no mesmo lugar, dando uma impressão de festa. E a comida, mesmo os pratos mais simples, tem sempre um gostinho especial exclusivo.
A volta ao Rio teve o sabor de quem ficou muito tempo afastado de sua rotina de simples prazeres , mas deu para sentir a diferença na qualidade de vida, quando se examina a segurança, o sabor das comidas, a conservação das ruas e o ruído (exceto as polícias, bombeiros e ambulâncias da Europa, que fazem um ruído espantoso).
Viajar é preciso?     
(Vale explorar o sentido dúbio de ser preciso que não sei se estava explícito na citação do poeta Pessoa)


















sábado, 17 de agosto de 2019

A Política do Nosso Tempo

Já vou longe na idade e tendo percorrido o caminho do sócio-econômico (sociólogo e jornalista), desisto de conhecer em 
minha jornada pelo planeta um governo brasileiro à 
altura de nossas necessidades e das aspirações de um país realmente cuidadoso com a igualdade de direitos, que governe pensando nas pessoas, que faça investimentos sérios em saúde, educação, espaços públicos de lazer, cuidados sérios com a organização familiar, facilidades para a moradia dos menos agraciados e forte promoção de valores solidários. Vou morrer na oposição, onde quase sempre estive. Com a revolução tecnológica a produtividade-país supera as necessidades básicas em qualquer nação que faça investimentos adequados. Só faltam recursos porque estes estão mal distribuídos e bastante concentrados em toda parte. Se os governos não fossem comprometidos com as elites de toda sorte haveria recursos técnicos e financeiros para garantir uma vida com saúde, educação e felicidade para todos os habitantes. Quando dirigentes (geralmente economistas e advogados) falam em miséria e ameaças de orçamentos no vermelho eles não contam toda a verdade. Ter de conviver eternamente com a farsa política é duro demais e eu já joguei a toalha. Ao contrário da série cinematográfica, é tudo mentira.

sábado, 3 de agosto de 2019

Parceria global





Caro amigo Iootty, respeito sua visão porque você domina o olhar. Mas tem coisas que os olhos, embora possam, não querem enxergar. A farsa do Rafinha, que o juiz ignorou e o VAR não advertiu (pode ler a confirmação no jornal O Globo de hoje). O Diego avançou quase um metro antes da cobrança, pode ver na gravação da TV. Então não sou apenas eu que aprendi em seu livro a olhar. É difícil que com tanto dinheiro sobrando, e estamos no Brasil, não ocorra a tentação de controlar todas as variáveis da partida. Afinal é um grande investimento e a eliminação daria muito prejuízo a muita gente. O Flamengo já tem knowhow na matéria, lembra do dirigente rubro-negro com 300 mil reais na mala na véspera de um jogo decisivo? Não lembra que o juiz que expulsou meio time do Atlético Mineiro em 1980 foi nomeado comentarista de arbitragens da Globo? E por aí vai...A Rede Globo produziu seu Frankenstein, como o governo Lula produziu a JBS, são coisas do Brasil. Mas quem paga são os outro clubes do Rio que vivem na miséria. Quanto à hora de dormir, como perder mais um show da Globo, eu vejo todos, o Faustão,o Big Brother, o Galvão, por que não veria seu atual programa de maior audiência, um show com milhões de fanáticos desperdiçando energia e sofrendo até o último suspiro?

sábado, 20 de julho de 2019

Um Craque do Futebol do Passado

A imagem pode conter: 2 pessoas, incluindo João C. Alexim, pessoas a sorrir

Com Evaristo, um craque que jogou muita bola inclusive no exterior e hoje é um personagem de nossa Ipanema. Eu o vi jogar em sua época, um terror na grande área. Veloz, ágil, driblador e goleador.

Sob o sol de Ipanema e de fundo a belíssima vista do cerro Dois Irmãos


Nossa Sociedade em Crise



O mundo ocidental, que nos últimos 50 anos construiu uma sociedade minimamente cristã, sob o manto de uma social-democracia costumizada, está em crise. Realmente o que oferecia já não correspondia às necessidades das massas já mais conscientes e alertadas pelos avanços da comunicação social, tornada possível pelas novas tecnologias e conquistas sociais, Decidiram que era preciso mudar, mas sem novos sonhos ficaram entregues ao pior dos mundos, só comparável às ficções futuristas catastróficas de Hollywood.

terça-feira, 25 de junho de 2019

Visão dos economistas

O problema da população em geral é que os economistas não tratam de distribuição de renda, mas adoram a concentração porque têm em mente que os pobres só comem e gastam, são consumidores, enquanto os ricos podem fazer investimentos. Então suas equações buscam a concentração de renda e nunca a distribuição.  A ascendência dos economistas no poder foi mal para a classe media brasileira.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Confusão dos sistemas políticos



Ironias sociológicas: graças à social democracia, mesmo adulterada como ela se apresenta onde se apresenta, a sociedade ocidental onde vivemos teve ganhos impressionantes, materiais e culturais, mais acesso à educação, mais liberdade de expressão, mais participação e consciência social, mais consumo material, mais informação, mais humanidade e muitos mais ainda. Mas justamente esse crescimento humano aumentou também suas exigências e justamente onde ela, a social democracia, não teve êxito porque enfrentava um agente mais poderoso que ela, o capitalismo. Por não ter podido proporcionar melhor distribuição da riqueza produzida pelo esforço coletivo, (o capitalismo é bom produtor mas inimigo da repartição, impede sistematicamente a igualdade de oportunidades, porque acumula de forma egoísta, com ajuda dos economistas), a social democracia tem sido punida nos pleitos eleitorais onde a população demonstra sua insatisfação com seus limites. Mas o faz -- grande ironia -- colocando no poder, no seu lugar, aquele que impedia a ampliação dos benefícios pela própria social democracia e não vai mesmo proporcionar o que a social democracia não conseguiu. O chamado círculo vicioso, ou o padrão de serendipity.

Milhagens regressivas


Os programas de promoção de milhas das companhias de aviação já se perdeu das origens. Virou mercado persa, com atravessadores e espertezas. E na medida que as empresas lançam mais milhas no mercado, as exigências de pontos\milhas aumentam exponencialmente. Fora as alternativas de somar milhas e dinheiro vivo que por vezes saem mais caras que uma compra direta de uma passagem com a companhia aérea. Não sei se é assunto da ANAC, mas alguma autoridade ligada ao direito do consumidor deveria investigar essa prática desvirtuada de suas origens.

Crise sindical



O governo precisa revisar esse conceito de que todo sindicalista é bandido. É verdade que a maioria dos sindicatos perdeu sua legitimidade por desvios de atitude e desempenho, mas não existe outra forma de defender os trabalhadores diante do poder quase absoluto do capital. Então a tarefa dos governos é legislar e fazer campanha para a recuperação do movimento sindical e não ajudar na destruição dos mesmos. 20\06\19

Os sindicatos precisam reciclar suas práticas, seus objetivos e funções diante das novas formas de organização da produção. E sobretudo precisam recuperar sua imagem, danificada por muitas razões que não vou tratar nessas breves reflexões. Não deixa de ser um enorme desafio para a OIT \ Nações Unidas. A força do capital nunca alcançou a dimensão da atualidade, com uma concentração de renda absurda e uma recente conquistada opinião pública totalmente incoerente com as necessidades e princípios da sociedade. O xadrez está complicado, a falta de consistência das ideias políticas é uma enorme surpresa. Quando avançamos em pleno século XXI, com as conquistas tecnológicas que nos oferecem quase o infinito, temos de enfrentar pensamentos quase medievais que estão prevalecendo no embate eleitoral. A capacidade infinita de comunicação virtual está favorecendo o descontrole mental, criando obstáculos imediatistas que impedem separar a verdade, o real, do falso e da mentira. 

sexta-feira, 10 de maio de 2019

CINEMANIA

Cinema: Ninguém pode negar a importância do cinema em nossa formação.  O cinema é  também uma das formas de aprendizagem para a vida. Além de ser uma fábrica de emoções.  Por vezes nos consola, outras vezes nos faz sair da sala de projeção de bem com a vida. E tantas outras vezes saímos e a sensação é que continuamos dentro do filme na vida real. 
Vamos então destacar, quando oportuno, ou quando nossa memória nos remete a alguma lembrança marcante, alguns filmes imperdíveis.

Acabo de ver no cinema Estação aqui de Ipanema o filme Amanda, que recomendo. É a França da atualidade mostrada em um flagrante familiar de forma leve, sutil, mas bastante fiel. 
E na telinha à noite passada revi Gosford Park, de Altman, de anos passados, um retrato antológico das relações de trabalho na nobreza britânica de antanho, mas talvez ainda praticada apenas com adaptações necessárias à globalização social do mundo de hoje.


quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Previdência Social


Ainda a Previdência: não vou repetir o que tenho dito. Vale sim argumentar contra a entrega de uma questão decisiva para o futuro de nossas gerações nas mãos do mercado financeiro, pois é isso que representa a adoção do sistema de capitalização.  Aparentemente o argumento é sentido como correto, afinal você contribui durante sua vida de trabalho e recolhe sua aplicação no fim dessa jornada. Mas temos o exemplo do FGTS, os juros praticados foram até aqui muito inferiores a outras aplicações e a razão é que o aplicador é cativo não tem muitas opções e o mercado financeiro é extremamente instável. O banco não perde nunca e se houver perda quem vai pagar mesmo é o tesouro. E as perdas são fatais no longo prazo se o país não crescer sempre abundantemente, o que não é garantido. E afinal, se o país crescer fortemente, o emprego cresce e as contribuições à Previdência também cresceriam e não haveria crise na previdência.  A menos que o governo tenha algum recursos metodológico para garantir bons resultados, mas teria de ser contra as regras do sistema financeiro. Isso foi ensaiado no Chile. Nos primeiros 20 anos se mostra como um grande sucesso, pois ninguém se aposenta. Quando os aplicadores alcançam a idade de benefícios começam os problemas. Não li ainda o texto de projeto, argumento  em tese sobre o modelo de capitalização. Tenho a esperança que o governo adote algum sistema de defesa dos interesses sociais. Lembrança recorrente: Na Previdência se trata de um contrato social e isso quer dizer muita coisa.