Ainda a Previdência: não vou repetir o que tenho dito. Vale
sim argumentar contra a entrega de uma questão decisiva para o futuro de nossas
gerações nas mãos do mercado financeiro, pois é isso que representa a adoção do
sistema de capitalização. Aparentemente
o argumento é sentido como correto, afinal você contribui durante sua vida de
trabalho e recolhe sua aplicação no fim dessa jornada. Mas temos o exemplo do FGTS,
os juros praticados foram até aqui muito inferiores a outras aplicações e a
razão é que o aplicador é cativo não tem muitas opções e o mercado financeiro é extremamente instável. O banco não perde nunca e se houver perda quem vai pagar mesmo é o tesouro. E as perdas são fatais no longo prazo se o país não crescer sempre abundantemente, o que não é garantido. E afinal, se o país crescer fortemente, o emprego cresce e as contribuições à Previdência também cresceriam e não haveria crise na previdência. A menos que o governo tenha algum
recursos metodológico para garantir bons resultados, mas teria de ser contra as
regras do sistema financeiro. Isso foi ensaiado no Chile. Nos primeiros 20 anos
se mostra como um grande sucesso, pois ninguém se aposenta. Quando os aplicadores
alcançam a idade de benefícios começam os problemas. Não li ainda o texto de
projeto, argumento em tese sobre o
modelo de capitalização. Tenho a esperança que o governo adote algum sistema de
defesa dos interesses sociais. Lembrança recorrente: Na Previdência se trata de
um contrato social e isso quer dizer muita coisa.