RECEITA DE BRASIL 23 fev 2019
O Brasil parece um
país neófito onde tudo precisa ser ainda feito. Numa linguagem mais palatável
se diz que é (há centenas de anos) um país de futuro. Em pleno século XXI
enfrenta questões primárias e não faz associações funcionais quase óbvias.
Continua elegendo presidentes fora da linha política de montagem. As conversas
parecem de analfabetos que precisam discutir os conceitos em cada caso, não há
equipes que falem por música, com exceção das sucessivas equipes econômicas que
são extraídas de meia dúzia de universidades nacionais com extensões no
exterior.
Quando se descobre
alguma ideia de consenso se vai com sede ao pote e tudo fica sobreposto. Seria
preciso que o governo de turno externasse algumas linhas mestras de consenso ou
pelo menos de vontade política de governo, para que as demais funções se
ajustassem.
Qualquer política
que pretenda mudar as alianças tradicionais (e viciosas) do trabalhismo
precisaria tomar como premissas que a saúde pública e a educação gratuita vão
funcionar de fato no país, e não vão ser entregues à ganância do mercado
financeiro.
O problema da
previdência é problema econômico do país, que não cresce, que escolhe ser
apenas produtor de matérias primas e não gera emprego e renda. Não é o fato de
que menos trabalhadores serão necessários para produzir os mesmos ou mais
produtos porque isso pode se consequência da automação da produção, que pode
ser benéfica, desde que os resultados disso sejam apropriados coletivamente.
Portanto a previdência depende da rentabilidade do país. E obviamente ela
precisa das correções internas, igualando as condições de todos os
trabalhadores, afinal cidadãos com direitos iguais, e acompanhando os ganhos
materiais de saúde que elevam o tempo de vida útil e portanto devem elevar o
momento da aposentadoria.
A prática
internacional é uma aposentadoria básica solidária intergeracional e uma
complementar para quem pode e quer investir em pensões de maior porte. E viúvas
e viúvos devem ter direito pelo menos a 70% do valor original porque a maioria
das despesas não se reduz com a ausência de um dos cônjuges. A previdência por
captação é uma farsa, uma armadilha que joga no mercado financeiro milhões de
cidadãos que vão ter certamente decepções no final do processo, quando começam
os pagamentos de pensões. No Brasil a remuneração de aplicações financeiras no
mercado é uma armação, como aconteceu em inúmeras experiências de governo
(FGTS, lei 159...).
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