domingo, 11 de novembro de 2018
sexta-feira, 2 de novembro de 2018
Dia dos finados, uma forma de
trazer à memória nossos entes estimados e queridos, como se preciso fosse. Na
verdade, para os que estamos há muitos anos por aqui, e na medida em que passa
o tempo, o que vamos colecionando são memórias, doces e margas memórias. São
tantas perdas e danos, tantos pedacinhos de nós que se vão em cada falecimento,
que nos transformamos em restos, sobras de balanço. Mas não deixa de ser um
exercício que podemos fazer criativamente. Há mortos que crescem depois de
ausentes, como naquela tese de que só nos damos conta do valor de uma coisa
depois que a perdemos. Ela cresce em ausência. E aos poucos se transformam em
patrimônio pessoal intransferível. Meus mortos, com seus pesos e medidas
afetivas, são hoje meu maior patrimônio e eu encontro em cada lembrança deles
um prazer já irretocável, um instante que valeu, uma palavra que emocionou, um
presente que deu alegria, uma flor que propiciou enorme prazer, um
reconhecimento que naquele momento foi sublime, em cada memória eu recolho uma
joia, e a presença ausente de cada lembrança se torna uma flagrância de suave perfume
que nos dá um pouco mais de energia para seguir caminho até nos tornarmos nós
mesmos uma lembrança.
terça-feira, 23 de outubro de 2018
O Supremo, infelizmente, vem dando sucessivos tiros no próprio pé. Vem colocando em risco suas prerrogativas e obrigações constitucionais. Há tempos que tenho entaladas na garganta algumas verdades que eu gostaria de dizer pro Supremo. Mas até isso fica difícil porque alguns de seus membros são vingativos e usam abusivamente seus superpoderes para processar seus críticos. Como foi feito com um grupo de jornalistas que sofreu o diabo com todo tipo de malandragem jurídica que um ministro da Corte jogou contra o grupo,marcando audiências em lugares distantes e outras mesquinhezas.
domingo, 21 de outubro de 2018
As contradições da cidade carioca
Outro dia à noite, mais ou menos às dez horas, eu voltava do
Shopping Leblon com meu filho Lucas quando fui advertido por transeuntes para
não atravessar o Jardim de Alah porque uma garotada da Cruzada estava jogando
pedras ao azar. Eu andei mais um pouco até uma distância mais próxima, mas
ainda prudente para observar e avaliar a situação. Foi quando um garoto mais
velho do bando me fez sinal positivo para minha travessia. Tive de decidir em
poucos segundos, mas fui em frente e com a conivência e acompanhamento de todo
o grupo eu cruzei o Jardim em segurança.
Já no final o último garoto me soprou baixinho: estamos apenas nos
divertindo. Depois da experiência com o 474 eu devia estar mais assustado, qual
o quê, são coisas que só nessa cidade.
sábado, 20 de outubro de 2018
A Paquera
não pode morrer e o assédio não pode ser tolerado.
Como então regular a relação
necessária entre os gêneros?
A orientação
sexual no país se tornou um assunto delicado e complexo, ninguém nega que é
importante. Talvez seja
por isso que no Fantástico e nas novelas da Rede Globo o assunto tenha tanto destaque. Ficou difícil
se expressar ou interagir sem o risco de ser mal interpretado ou incorrer numa
irregularidade jurídica.
Sou do tempo
em que era fácil perceber se se tratava de uma cantada, um elogio inocente ou uma
abordagem desagradável.
Algumas
regrinhas práticas podem ajudar: Tudo depende do lugar, na rua não pode haver
contato físico sem consentimento, mas pode fazer um elogio, uma forma jocosa de chamar a atenção, sem insistência. Em
local fechado, um bar ou uma sala de visitas, pode uma das partes tentar
abordar
com
gentileza a outra, eventualmente com uma piada, uma frase de humor, também sem
insistir se a outra parte não dá sinais de agrado. É fácil perceber se está agradando, se não está não pode insistir. Ofensas, nem
pensar.
sexta-feira, 19 de outubro de 2018
Viajar é preciso...
Enquanto o turismo se tornou uma atividade destacada na
economia dos países e na ocupação da sociedade, os serviços prestados são de
notória selvageria. Há uma regressão ao capitalismo predatório. Explorando o
fato do aumento exponencial de passageiros, as companhias abusam de cobranças
de todo tipo, verdadeiras miudezas que reduzem os prazeres de uma viagem,
atropelam o conforto e causam surpresas desagradáveis na articulação de
trajetos. Criam rigidezes que acabam onerando os custos geralmente já elevados
da viagem. Cobram à parte por assentos,
por malas, por parada em escalas, por lugar no avião, por antecedência na
compra, etc. Cada empresa estabelece o tamanho da mala permitida, o que pode
produzir o fato de um viajante ser barrado no meio da viagem porque sua mala já
não atende ao padrão da nova companhia ou do novo trajeto.
Ao mesmo tempo em que os novos costumes acrescentaram o
turismo como uma necessidade, viajar se tornou uma jornada de angústias e
horrores. Mas parece que os prazeres
compensam a exploração, ou não há mesmo alternativas.
Política
Agências Reguladoras
Danos do PT
A Falta de Bons Exemplos
Falta de visão das autoridades
Faltam Princípios ao País
Nossa Democracia Burguesa
Faltam Propostas
Substitutos em viagem
Herança Política Viciosa
Lógica do Impeachment
Garfo no Trabalhador
Separação de Poderes
Triste Panorama da Política
Bolsa Família
Governo frágil é pior que nada
A Saída, onde está a saída?
Previdência Social
Separação de Poderes / Nosso Supremo (sic)
O modelo de estratégia de tomada do poder 15\11\2017
Fair play na política
Problemas de um Governo Provisório
Um Programa Mínimo Republicano 09\12\17
Convenção do PSDB
A Mídia é um poder
A Má Política do Congresso
O nosso Planeta está enfermo e sangra.
Lula
Nossa Capacidade de suportar
É Duro aguentar discurso de Temer
Duas Caras da Mesma Moeda
Como convencer o amigo 06\04\18
A Prisão de Lula
Primeiro de Maio de 2018
Agências reguladoras são o que são
Gente, as agências
controladoras tipo Anatel não foram criadas no governo FHC para defender consumidores.
Sua finalidade é manter o mercado competitivo no setor e em particular defender
as empresas de interferências estranhas como da política e do governo.
Consumidor é com outro departamento. Mas Lula não está isento, ele não mudou
nada do que foi feito por FHC, ao contrário, em geral se aproveitou, se
locupletou. 20\04\2016
Danos do PT
O efeito perverso do
suicídio político do PT é que os abutres que habitam a política de Brasília
estão mostrando os dentes, sem que tenhamos um partido de esquerda para frear o
apetite voraz que já ataca as conquistas trabalhistas e a própria Petrobrás. Ao
dar um tiro no pé o PT sacrificou o que tinha de melhor, sua militância. Que
bom se pelo menos o PSDB ainda tivesse a tintura social-democrática dos
primeiros tempos.
Monetarismo
O cenário está
pronto para receber Meireles, o neoliberal a serviço do PT. Digo, a serviço dos
capitais financeiros nacionais e internacionais e do PT. Ele, no dizer de
Delfim Neto, salvou o capitalismo praticando juros altíssimos, abastecendo o
lucro bancário em todo o mundo. E agora o PT volta com ele. É a confissão de
que Lula faz qualquer coisa para se manter no poder e de que o PT não tem
mesmo expertises partidários para cuidar da economia do
país. 13\11\15
A Falta de Bons Exemplos
O mau
comportamento com a coisa pública depende de bons exemplos de uma suposta
elite, ou de pessoas famosas que formam opinião. E é isso que nos falta. Quando
Lula no auge de seu prestígio passava a mão nas costas dos políticos corruptos
que ele queria cooptar, ele estava passando também uma mensagem para o povo que
o admirava. Faltam-nos exemplos de virtudes públicas. Alguns poucos casos
ocorreram com pessoas pouco comunicativas, sem redes multiplicadoras, como o
gaúcho e franciscano Pedro Simon. FHC poderia ter sido esse ícone, mas lhe
faltava simpatia do povão. Lula com FHC poderiam ter mudado o país, mas não
completaram o perfil necessário para a tarefa. Ainda estamos faltos dessas
figuras virtuosas com sentimento cívico iluminado e agregador. Quem sabe um dia
a sorte nos bate à porta? 17agosto 17
Os políticos perderam o pudor, se algum dia tiveram. Mas temos de fazer alguma coisa. É claro que as passeatas, paneladas, protestos em rede, nada disso teve resultado, estamos navegando na mesma merda. Será que não vamos impedir essa mamata que estão armando no congresso, depois da que acabaram de perpetrar? Já não temem (temer?) nada. 16 08 17
As contradições entre a população e as autoridades já chegaram a limites insuportáveis que no Século 19 teriam gerado uma revolução. Nos dias de hoje...
Falta de visão das
autoridades
É duro conviver com
autoridades (sic) e dirigentes públicos sem formação, sem vontade política, sem
visão de estado e de interesse público. Que futuro podemos esperar dessa corja
de mandatários da vida nacional? As novas gerações já chegam cooptadas para
manter seus privilégios e tudo fica como antes no quartel de Abrantes. Se
alguém sabe como mudar isso tem o dever de anunciar e o direito de receber
o devido crédito (06\08\17)
Faltam Princípios ao País
Nosso país, por falta de sólidos princípios compartilhados pela população, convive com falsas concepções morais e argumentos justificativos para a legitimação de crimes, pilantragens e malandragens. Uma delas é a tal governabilidade, que todos os partidos praticam. Significa ignorar vícios e crimes de colarinho branco em nome da suposta necessidade de manter a governabilidade. Acabamos de assistir algo assim: não importam os eventuais crimes de corrupção do Temer porque é preciso seguir adiante com a aprovação das reformas e manter a governabilidade do país. Na verdade se trata de esconder a velha prática dos privilégios de classe, do empreguismo, do patrimonialismo e tantas outras falácias nacionais. Fica difícil evoluir com a democracia e os princípios de igualdade de direitos, faltam bons exemplos de boa prática que pudessem servir de base para os mais jovens e as novas gerações. Como vamos conviver com pelo menos 263 deputados que supostamente nos representam no Congresso para fazer o que fazem? Que merda de país é esse? Como sair dessa armação viciosa? Cartas para a redação... 03 08 17
Nossa Democracia
Burguesa 27\04\2017
Como se sabe, a
revolução francesa foi conduzida pela burguesia ascendente, insatisfeita com os
excessos da aristocracia, já mostrando sinais indeléveis de decadência. O povão
e a classe média foram apenas massa útil de manobra. Quando o povo resolveu
fazer sua própria revolução, foi sufocado a ferro e sangue em 1848 e 1871. A
Alemanha teve a tentativa de instalação de um governo socialista bloqueada
primeiramente pela socialdemocracia, de perfil moderado, e posteriormente pela
violência, com a ascensão do nazismo. Os Estados Unidos já nasceram dentro da
concepção politica burguesa, herdeira de uma mistura do liberalismo econômico
com o individualismo democrático. Em todas essas vertentes a burguesia
prevaleceu vitoriosa, hegemônica. A grande massa, que reúne classe média e
povão, está dedicada ao papel subsidiário, de substância ativa. Como parte da
filosofia democrática, que orienta suas origens, o sistema fomenta a ideologia
e possibilidade formal de circulação entre os diferentes estamentos. Essa
ilusão, que contempla minorias seletivas, tem o sentido de alimentar a
ideologia e arejar cada categoria com o melhor das demais.
Vivemos numa
“democracia burguesa”, com crenças e regras próprias como a igualdade de
oportunidades, que pretensamente substitui a aplicação direta da igualdade de
direitos.
Como as sociedades
cresceram e se tornaram diferenciadas, foi preciso adotar a representação
política e aí muda muita coisa. Os burgueses tiveram de disfarçar sua dominação
e dividir marginalmente seu poder, ou seja, ceder bocados de seu domínio.
Obviamente eles escolheram a dedo onde podiam ceder e onde permaneceria
intocável. Transitoriamente, quando oportuno ou necessário, decidem entrar
diretamente na representação, mas na maioria dos casos elegem pessoas ou grupos
que são de sua confiança. Como as eleições são cada vez mais caras, somente o coletivo
capitalista pode bancar um número necessário de representantes como garantia
para votar os temas essenciais de seu interesse.
No Brasil recente os
gastos eleitorais estão sendo mais controlados e a doação de empresas proibida.
Isso pode dificultar, mas não impedirá o exercício de poder por parte da
burguesia. E é também necessário acrescentar que ela se dividiu em
especializações econômicas que podem apresentar interesses eventual e
marginalmente conflitantes, mas nunca nos temas centrais. E a vertente
dominante, infelizmente, é a financeira.
Enfim, vivemos numa
sociedade (o chamado mundo Ocidental) orientada pelo mercado e pelas diferenças
de renda. E sempre que possível deverá prestigiar o individualismo, que se
expressa mais notoriamente nos esportes e nas artes.
O mundo ocidental
foi monetarizado e tudo o mais segue as regras e a lógica dessa fatalidade.
Falta de lógica
Como pode que um
problema jurídico (corrupção) seja resolvido por decisão política? Algo grave
está errado no reino da
Dinamarca. 02 08 17
Faltam Propostas
Tenho acompanhado com atenção a quantidade de análises dedicadas a entender nossa realidade política contemporânea, todos condenando o estado de coisas, mas ainda não vi uma proposta lúcida e viável de saída desse pântano. A maioria das sugestões e são poucas, cai na ingenuidade da militarização ou do convencimento das elites. Continuo atrás de um milagre. 23 07 17
Substitutos em viagem
Antigamente quando um
presidente viajava ao exterior ficava difícil se comunicar
com a base para manter
o governo funcionando. Então o vice assumia. Nos dias de hoje, com a revolução
nas comunicações e a assinatura eletrônica não há razão para substituição
temporária, o presidente não deixa de estar atuando em sua função quando deixa
o território nacional. A substituição vira apenas fachada e pagamento de
parcerias (propina), para que o vice (substituto de substitutos) possa
enriquecer o seu currículo, em geral como agradecimento pela fidelidade. Além
do dualismo no cargo, imagino como a criatividade burocrática deve inventar
benefícios e direitos adquiridos pelo breve tempo de exercício. Salve o
compadrio brasileiro, mas sempre às nossas custas. Cadê a reforma política que
sonhamos: menos representantes e menos partidos de fachada. 01\09\17
Depois de Temer fica
decretado que a política existe em outra dimensão, tem outras razões que a
própria razão desconhece, e nenhum laço de compromisso com a justiça dos homens
aqui na terra. 03\09\17
Herança Política Viciosa
No Brasil se pune a herança com imposto severo. Se você trabalha toda a vida, junta algum bem e quer deixar pros filhos ou cônjuge paga um imposto duro de engolir. Então por que esses deputados que deixam sua herança política de mão beijada pros seus filhos e esposas não pagam nada por isso? 02\09\17
No Brasil se pune a herança com imposto severo. Se você trabalha toda a vida, junta algum bem e quer deixar pros filhos ou cônjuge paga um imposto duro de engolir. Então por que esses deputados que deixam sua herança política de mão beijada pros seus filhos e esposas não pagam nada por isso? 02\09\17
Lógica do
Impeachment
Nunca assisti a nada
tão patético como esse processo. Houve já cinco votações com a mesma tônica,
uma farsa de seis meses. E o Supremo legitimou a farsa. Começa que a legislação
é confusa e ultrapassada. O próprio Supremo decidiu que cabia ao Senado decidir
se houve ou não as irregularidades, mas ao mesmo tempo se dizia que as
irregularidades eram uma questão técnica, um paradoxo. Mas todos fingem que
está tudo legal. O próprio Supremo aceita ser ofendido por Dilma quando ela
afirma que há um golpe e o Supremo não faz nada em relação a isso. Data vênia,
a acusação foi muito mal redigida e ainda foi deformada por Eduardo Cunha, que
reduziu sua abrangência. A única coisa que impressiona em Dilma é que sua
plástica foi muito bem sucedida.
A verdade entretanto
é que ninguém aguentava mais o PT, não pelas falsas políticas sociais (mal
sucedidas), mas porque jogou pro alto a imagem de um governo de esquerda.
Ninguém aguentava o socialismo por baixo, em vez de fazer melhorar os de baixo
para inclui-los na classe média, ele reduziu a classe média para baixo, um
socialismo pelo piso. E finalmente aparelhou e destruiu o funcionalismo
público. Haveria muito mais a comentar mas vamos ficar por aqui (por
enquanto). 30 agosto 2016
Negar sempre
Parece que a
bandidagem política aprendeu com a tradição picaresca francesa que ensina negar
sempre, mesmo quando apanhado na cama com a amante. Assim sempre haverá um
pingo de dúvida e isso é melhor que nada. O7\09\17
Garfo no trabalhador
Dia da
Independência: No dia em que se convencionou chamar “da independência” eu leio
estarrecido, mas não surpreso, que os novos (sic) poderes da república querem
remunerar o trabalhador por hora trabalhada. Esse é o caminho mais claro e
corrosivo para eliminar direitos trabalhistas e tratar o trabalho como
mercadoria, regressando aos tempos de Marx no século XIX. Tudo isso é parte da
herança maldita do PT, que nos jogou nas mãos do capitalismo abutre comandado
por um banqueiro no ministério da economia (que saudade de homens como Celso
Furtado!). Justamente nos momentos de crise (o capitalismo usa e abusa das
crises, elas estão sempre a seu serviço), com forte desemprego, as organizações
trabalhistas (sindicatos) estão fragilizadas e não conseguem enfrentar seu
inimigo direto. As reformas não precisam ser sempre às custas do lado mais
fraco, mas é isso que acontece. Nesses momentos o poder faz o que é certo, por
exemplo, aumentar a idade de aposentadoria para melhorar a curva populacional,
e junta um monte de justos direitos para varrer tudo de uma varada só. E o povo
já está cansado de ir às ruas e perceber que a leitura que fazem de suas
mensagens é sempre distorcida. As passeatas viciosas e remuneradas do PT ajudam
no desgaste. Dia da Independência soa quase como um
deboche. 07\09\2016
Lula perdeu o senso, defendeu os políticos porque mesmo roubando vão às ruas e enfrentam o povo, enquanto os acadêmicos defendem suas teses e se escondem atrás das paredes das universidades ganhando seu salário para sempre. Justo os políticos que todos se lembram ele chamou no passado de 300 picaretas! Lula precisa se decidir. 16\09\2016 Face
Separação de poderes 05\10\17
Nessa coisa de
separação de poderes, que vem lá de trás e precisa ser revista à luz das novas
forças politicas e sociais, cabe nitidamente ao Congresso fazer leis, não
avaliar e julgar; cabe ao governo promover a felicidade da população dentro das
leis estabelecidas e cabe à Justiça julgar as leis criadas pelo Congresso. E ao
Supremo julgar os temas de maior relevo, em especial lhe cabe a última palavra
na defesa do que manda a Constituição. O Congresso não julga e a Justiça não
faz lei. Se a Constituição ou alguma lei expõe sobre o impedimento de um
deputado, quem decide é o Supremo. Se algum fato cai no vazio, não tendo lei
que o ampare, caberá ao Congresso discutir e criar uma lei correspondente.
Qualquer outro entendimento é arranjo de má política, é jeitinho. O resto é o
resto, coisa da confusa vida institucional brasileira.
Triste panorama da política
O que é que eu posso
falar sem ser preso por ofensas moraiDa política: Sei que toda generalização corre algum risco e
que o tempo cura muitas feridas, mas não posso deixar de olhar e sentir
profunda tristeza pelo panorama da política brasileira, não comparável a
qualquer outra época no passado e sem nenhuma perspectiva alentadora no futuro
imediato. Supunha-se que as instituições teriam recursos técnicos e
a moral pública nitidez, para que todo indivíduo sobre o qual pesassem suspeitas
levantadas pelos órgãos oficiais, deveria se afastar ou ser afastado até que
uma investigação esclarecesse o caso. E que no exercício da função pública, de
qualquer natureza, era preciso ser como a mulher de Cesar. No país, entretanto,
a corrupção se naturalizou, pela sua abrangência e falta de bons exemplos, e
perdeu a vergonha na cara. Sem que os órgãos auditores cobrem suas
responsabilidades. E então ficam visíveis as marcas institucionais
contraditórias, montadas no passado pelo poder político e econômico para
assegurar o domínio que então os beneficiava de nascimento e
origem. O Lava-Jato tem sido muito saudável e um sopro de esperança,
mas o lamaçal a ser superado é
descomunal. 11/10/17
Aécio poderá ser a
primeira vítima do Acordão. É o primeiro caso logo depois da decisão do
Supremo, o cara não é muito popular, resolve parte dos problemas do PSDB, pode
ser retomado posteriormente porque não se trata de expulsão, e o Congresso
precisa mesmo mostrar que pode fazer a sua parte, cortar na carne, fazer
justiça com as próprias mãos. Paciência, Aécio, não é nada pessoal. 14/10/17
Bolsa Família
Queira ou não Da. Dilma, não há como ignorar que o bolsa-família vem do bolsa-escola somado ao bolsa-alimentação, ambos do tempo do governo FHC, eu mesmo como diretor e em nome da OIT concedi financiamento para o programa inovador do Cristóvão Buarque. Claro que o programa não podia começar com milhões de casos, havia preocupação para que fosse basicamente um impulso para proporcionar ingresso no mercado de trabalho. O bolsa-família tornou-se um programa assistencialista-conservador (para não dizer eleitoreiro) que qualquer governo de extrema direita assinaria. Ele é uma confissão de que os governos passados e presentes falharam e falham em gerar educação, emprego e renda para a população mais necessitada. Na forma atual tem uma grande dívida com o programa renda-mínima de Suplicy, o senador de uma nota só, injustiçado pelo seu partido por não reconhecer esse parentesco. 16/10/16
Governo frágil é pior que nada
A fragilidade do governo provisório está causando prejuízos irreparáveis à sociedade brasileira, Todos os prestadores de serviço importantes do país estão aproveitando o momento para pressionar o governo por benefícios imorais e sabem que vão ganhar. Imaginem se esse pífio governo durasse quatro anos! Seria a falência do país. Só num dia nos jornais: políticos já garantiram impunidade; planos de saúde querem aumentar cobrança dos idosos e baixar valor de multa por prestar serviço ruim ou não prestar nenhum serviço; trabalho escravo não incomoda Temer; aéreas cobram bagagem mas não baixam preços; Instâncias judiciárias batem cabeça; Criminoso é liberado no mesmo dia que é declarado réu; Se não é o inferno, o que é isso? 20/10/17
A saída, onde está a
saída? 21/10/17
Bom, já sabemos que
esse governo provisório consegue ser pior que Sarney e fica muito longe de
Itamar. Sabemos também que a fraqueza do Supremo e o corporativismo do
Congresso vão garantir sua permanência até o final de 2018. Igualmente, sabemos
que manifestações de rua não dariam em nada, as oligarquias políticas nacionais
já bateram o martelo e estão dispostas a usar recursos que historicamente foram
forjados para assegurar seus privilégios. E finalmente sabemos que as redes
sociais ainda não descobriram como transformar opinião pública em instrumento
de poder formal. Resta nos prepararmos para aproveitar 2018. Como?
No horizonte visível
temos a candidatura de Alkimin pelo PSDB e coligações. Seria no máximo um
governo liberal conservador do tipo Sarney, mais do mesmo, feijão com arroz.
Muito longe das necessidades do país que precisa recuperar tempos perdidos.
Temos várias candidaturas oportunistas do tipo bala perdida, salvacionistas,
que não dariam certo pela fragilidade das estruturas de apoio politico. Temos o
retorno do Lulopetismo, que seria uma provocação ás estruturas que se opuseram
ao governo passado e certamente o país enfrentaria um clima de conflitos
sociais e turbulência política, com a sensação de que rodou, rodou para voltar
à mesma canoa furada. E tem Marina, sempre tem Marina, que nunca
demonstrou fôlego para a disputa mas situações mais conflitivas, infla e
desinfla no caminho.
.
Pelo menos por
enquanto não existe uma quinta via. E se houver corre o risco dos acidentes de
Tancredo e Eduardo Campos.
Se Temer fosse um
estadista e portanto interessado na construção de um país à altura de nossos
sonhos, promoveria um grande debate nacional para gerar novas ideias e saídas
para o país. Mas ele não é esse estadista, nem tem legitimidade para
o empreendimento. Então quê?
Um novo modelo
político que estimulasse a participação e organização política desde os rincões
do país e desde a juventude. Algo de cima para baixo e de baixo para cima,
otimizando os recursos e a inteligência nacional. Obviamente estaria estruturando
uma educação transformadora, uma saúde que somasse alimentação sadia, atividade
esportiva e cultural, com espaços públicos de lazer, medicina preventiva e
hospitais públicos de qualidade.
Como não se pode
esperar isso de Temer, só nos resta o milagre de nossas verdadeiras elites
despertarem e assumirem a responsabilidade que por definição seria de sua
competência.
Quando Rodrigo Maia
proclama que depois da farsa da confirmação de Temer “O Congresso vai votar!”,
fico preocupado. Na verdade gostaria que esse Congresso não votasse mais, até
agora não votou quase nada que prestasse. E Maia certamente vai querer
mobilizá-lo em favor de seus interesses eleitorais. O país pede sensatez,
matéria ausente na atualidade, depois que um ministro do Supremo confirma que
os políticos serão juízes de seus próprios crimes. Agora mesmo, para facilitar
a farsa juntaram o julgamento dos ministros com o do presidente, para crimes de
origens diferentes. Botaram tudo no mesmo saco para economizar tempo
e reforçar o projeto de Rodrigo Maia, de se concentrar em mais votações. O país
que aguente. 25\10\17
Previdência Social
Argumentos
falaciosos contra a Previdência
Como tem acontecido
com frequência os argumentos financeiros do governo são absolutamente
falaciosos. Quando apontam os déficits da previdência não consideram que a
geração da riqueza é atualmente apropriada por uma minoria de bilionários e a
distribuição é consequentemente viciada. Os argumentos consideram apenas que o
número de trabalhadores, que vai sendo reduzido pelo avanço tecnológico, não
poderá dar conta dos gastos com o pagamento dos aposentados quando o que deve
ser considerado é a crescimento da própria riqueza do país. É um caso de
notória falácia ecológica como diria qualquer bom metodologista.
11 08 17
A trágica ironia é
que os famigerados deputados podem se sentir agora obrigados a votar a
apressada reforma da previdência para provar que tinham de manter Temer para
levar adiante as
reformas "necessárias". 07 08 17
O problema da
aprovação de Temer é que ele acha que tem de marcar o governo dele com alguma
coisa grandiosa e a Previdência poderia ser esse grande prêmio. Temer não tem
noção do significado da Previdência para uma nação. Acha que é apenas um
cálculo atuarial, como para Meireles é apenas uma conta corrente. E o atual
Congresso não tem legitimidade nem dimensão política para a tarefa.
Previdência é um
instrumento de Pacto Social, pelo qual se estabelecem direitos e deveres
de toda uma sociedade. Mais estreitamente é um recurso que dá à produção do
país seu sentido humano e o estímulo para a produtividade, enquanto é também o
modo como uma sociedade enxerga sua responsabilidade com seu passado e futuro,
a solidariedade nacional.
Os comentaristas
econômicos e políticos de plantão também não estão à altura do tema e suas
contribuições à discussão não correspondem à verdadeira dimensão
requerida.
A Academia também
encolheu e eliminou de seu universo a Economia Política de que tanto falavam
seus antepassados. Em resumo, o tema requer uma grande discussão alimentada
pela inteligência do país e condimentada pela participação nacional.
Infelizmente vai ser
mal costurado por um governo equivocado e sem dimensão estratégica.
25/10/17
Reparem que só falam
de reforma dos sistemas ligados a benefícios sociais: trabalhista,
previdenciária...
E todo o resto do país
e do governo? O corpo jurídico? A reforma política real?? O lucro dos bancos?
O que está sendo
tramado é golpe contra a cidadania.
O atual governo,
incluídos os órgãos legislativos, não tem credibilidade para tocar uma reforma
tão transcendental. Um mandato contestado por boa parte da população e um clima
político confuso e fragilizado, não configuram um parâmetro claro e seguro para
tomadas de decisões tão importantes. E mais grave, essa iniciativa não se
justifica na pressa do momento porque seus efeitos serão de longo prazo,
portanto não faz sentido a urgência, sem discussão com a sociedade. O argumento
do ministro da Fazenda é falacioso, a reforma não altera nada as condições de
retomada atual do crescimento. Não está demonstrado o perfil do chamado
déficit, os dados globais escondem a verdadeira realidade. Falta transparência
na demonstração do chamado déficit. O que existe é a pressa do governo para
aproveitar o clima de crise e emplacar reformas que sacrificam indistintamente
ganhos legítimos da sociedade ao longo de anos de luta. Se esse governo quer
ser Itamar cada vez mais parece Sarney.
Separação de Poderes / Nosso Supremo (sic)
Dúvidas que não querem calar: O Supremo tem competência para abdicar de suas competências? Entendo que só uma assembleia constituinte a teria, portanto o infeliz voto de Dra. Carmen pode ser nulo (como os demais). A decisão do Supremo não provocou insegurança jurídica? Olha agora a enxurrada de propostas indecentes para anular decisões anteriores da Justiça?
A política estaria
isenta das obrigações legais?
Há mais coisas a se explicar nesse Supremo: como conseguiram reunir na mesma junta todos os que pensam igual, criando quórum para todas as decisões de interesse deles?
Não dá para levar a
sério, um ministro pede vista e um julgamento importante cessa. Há prazos para
essa vista, mas não se cumpre. Então uma decisão crucial para o país fica
eternamente, em tese, esperando as graças de um ministro, que nem precisa se
justificar. Dá para levar a sério?
Na verdade, depois
que Dra. Carmen Lucia entregou o ouro, a gente já não espera nada dali mesmo.
Ainda bem que o sol
voltou nessa manhã de domingo. 12\11\17
Eu tinha muita
expectativa com a Dra. Carmen Lucia na presidência do Supremo (sic), esquecido
da advertência do saudoso sociólogo francês Pierre Bourdieu de que as mulheres
vêm felizmente assumindo cargos de mando nas hierarquias, mas ainda prevalece o
machismo ancestral que faz com que o cargo exercido perca força com essa
assunção. 19\12\17
Como explicar que
suas excelências do Supremo tenham tempo de se ocupar de uma liminar para uma
pessoa comum no Rio de Janeiro? Será que estão com a agenda em dia e sobra
tempo?
21\03\18
Quem são esses
senhores do Supremo (sic) que se
empenham tanto, com tanto vigor, para estabelecer mais espaço em favor dos que
prevaricam com o dinheiro público? Será que acham que estão fazendo justiça?
Porque defender o interesse público e coletivo tenho certeza que não. Afinal,
como posso entender que qualquer assunto tenha de chegar ao Supremo como última
instância?! Creio que apenas aqueles casos que contenham forte ameaça à
constituição teriam o Supremo como última instância. Por que os STJ em decisões
coletivas não podem ser última instância para casos de direito público? Existe
alguma suspeita de que os senhores desembargadores não têm capacidade de fazer
justiça? Não me parece que a ferocidade com que alguns ministros se jogam às
prorrogações que se sabe de antemão apenas representam retardamento da justiça
possa ser justificada. Que pensam esses senhores que estão fazendo?
Precisa ainda
duvidar que o Supremo funciona sem rumo e cada caso é um caso?
Praticando o
casuísmo o Supremo toma o lugar do Congresso. Creio que foi uma troca pela
concessão ao Congresso da propriedade de fazer justiça!
Marcelo C Os
aloprados petistas, a esquerdinha burguesa e os poderosos que estão na fila
para a cadeia, estão enfeitiçados pela obsessão de livrar o Lula da cadeia. Mas
é um jogo arriscado no médio prazo. Nesse desiderato insano, estão configurando
um cenário que joga a presidência no colo do Bolsonaro e dão as justificativas
para uma intervenção militar. Esticar corda tem limites e estes ensandecidos
não têm limites.
Acho seriamente que
o espírito das leis está sendo violentado no Brasil. Se todo cidadão, bandido
ou não, que se sentir prejudicado puder ir até o Supremo, convenhamos que o
Supremo não dará conta jamais do serviço. É justo que um bandido, mesmo
bandido, possa esgotar os recursos legais para se defender antes de ser
condenado. Mas quem disse que todos os casos precisam terminar legalmente no
Supremo? Afinal temos cortes altamente qualificadas para julgar em tribunais
superiores. Não tem de chegar tudo ao Supremo. E porque tem de ficar o
condenado livre em primeira instância, se ele representa uma ameaça até para
quem o incriminou? Então, senhores ministros, vamos falar sério?
25\03\2018
Chamam de esgotamento
de recursos. O tribunal que assegura o limite de recursos aos réus é a segunda
instância em tribunal pleno. O Supremo é um tribunal de apelação, mas apenas
quando há sólidas suspeitas de que a Constituição foi violentada. Assim, os
recursos devem parar naturalmente na segunda instância, não tem como parar tudo
no Supremo. O resto é aquela estória do jeitinho
brasileiro. 02\04\18
O Supremo teve a chance mas entregou o ouro no último minuto e abdicou de suas prerrogativas.12\10\17
Marcelo Cavalcante Cavalcante Convivi com poucas pessoas polidas, centradas e contidas. Depois do Calado, vem você (JCA). Mas se o seu problema é com as ofensas morais, deixa que eu chuto: "Vai ver o Aécio estava na tal suruba e foi quando ficou sabendo que ele se sentia constrangido de cheirar em casa no período noturno". Pode ser que aquele julgamento teve o resultado que assistimos, pois levava em conta apenas um desconfortozinho do senador, já que o desconforto de milhões de brasileiros já é coisa banalizada, sem importância alguma.
João C. Alexim A situação é a seguinte: se os políticos com mandato já desfrutavam de incríveis privilégios e têm se mostrado donos do país, agora eles estão acima da lei e podem prevaricar à vontade. Nunca mais nenhum deputado ou senador, ou governador será preso ou perderá o mandato, a menos que seus pares não gostem dele. Se já havia corporativismo agora o corporativismo ganhou mais força ainda porque vale prêmio. Tem uma vantagem: agora o Supremo poderá se dedicar a julgar cidadãos comuns como nós.
João C. Alexim O mais difícil de engolir foi a indisfarçável satisfação dos que se intitularam vitoriosos e comemoraram o resultado com entusiasmo!
O modelo de estratégia de tomada do poder 15\11\2017
Gente, não há nenhum mistério no fenômeno do “mensalão” e outros similares. Quando estávamos na universidade e fazíamos política estudantil desenhávamos muitos projetos de poder e sempre partíamos do princípio de que teríamos de usar a corrupção intestina da burguesia como única forma de chegar lá. Então era encontrar o caminho para usar a corrupção “deles” como instrumento para chegarmos lá. Ou seja, os fins justificariam os meios, nossos fins eram “justificáveis”, usar o poder para eliminar as distorções do sistema burguês, combater a pobreza, a desigualdade, promover uma sociedade igualitária, mais justa. O que não deu certo? Bom, apesar de abrir os francos para o PT chegar lá, exigiram “uma carta” que foi cumprida a risco por Lula. Houve todo tempo dois governos, o de Meirelles para o andar de cima e o de Lula para o andar de baixo (de novo agradeço ao Helio). Meirelles doou um pedaço do cofre para Lula fazer sua gestão de baixo, desde que não tentasse tocar no andar de cima, que não era a praia de Lula. Toda vez que Lula tentava beliscar o andar de cima, uma dessas agências fajutas de risco concedia mais um crédito para Meirelles, e isso era uma advertência para Lula (podem fazer a verificação com os dados existentes e vão comprovar essa correlação, eu a segui de perto). O que houve então? O desgaste do poder, a facilidade do modelo que deu muito certo por um tempo. Lula esqueceu que o segredo tinha de ser confiado com o outro lado, que não tinha as mesmas convicções. O facilitário contagiou todo tipo de espertezas e saiu do controle.
Podíamos seguir adiante, mas o
Face não é mesmo o instrumento disso e eu me desculpo pelo abuso. Não pretendo
reincidir. Ainda mais num sábado de manhã, apesar da chuva.
Fairplay na Política
A corrupção é também uma forma de jogar sujo na concorrência política.
Todos os candidatos
a cargos eletivos que foram derrotados e puderem provar que não receberam
verbas ilegais poderiam entrar com recurso na Justiça Eleitoral porque foram
prejudicados e as eleições foram absolutamente irregulares. A maioria dos
eleitos em todo o Brasil o foi certamente de maneira irregular. Todo político
citado em depoimentos e com mínimas possibilidades de ter usado recursos
ilícitos devia ser afastado para ser investigado. Picciani, por exemplo, solto
até o final do mandato, se tiver alguma culpa no cartório vai poder tornar
impossível qualquer necessária investigação. Quando será que esse país vai
poder tomar jeito. 19\11\17
Problemas de um Governo Provisório
Depois que Temer garantiu sua permanência no poder até 2018 e sabendo que não pode almejar maior futuro, não há mais nada que o impeça de praticar o que quiser. Por que será que insiste tanto em reformar a Previdência? Não é certamente para consertar sua imagem, porque essa não tem mais salvação. 23\11\17
Os políticos deste
país, que não são definitivamente meus políticos, não me representam, costumam
justificar suas falhas morais alegando que não fizeram nada fora da lei. Ora,
se nos querem representar precisam ser também éticos, porque cumprir as leis e
regulamentos, feitos por eles para se proteger, não tem mérito algum. Bolsonaro
precisa entender que não basta estar dentro da lei, tem de mostrar que cumpre
uma ética cristã, humanista e republicana. 3\12\17
Pelas notícias na
mídia televisiva, as agências de notícias e publicidade estão enchendo os
cofres de dinheiro para soprar boas novas para a população, sejam ou não
verdadeiras.
As práticas do governo
Temer ainda são permitidas? Então não valeram de nada as manifestações de
opinião da sociedade? Parece que esse governo não tem limites. E alguém acha
que o Sr Temer vai ser processado depois de deixar o governo? Se ele seguir
assim não vai ter instituição de pé para cumprir a tarefa.
O Governo tenta
convencer os deputados que no tempo de FHC os que votaram na reforma da
previdência foram eleitos, esquecido que já se passaram mais de 20 anos e o
eleitor dispõe hoje de informações. E se prega fechar questão nos partidos para
dar desculpa aos deputados, ignora que o eleitor pode decidir não votar em
partido que patrocinou essa reforma apressada e não discutida com a sociedade.
Governo faz
propaganda enganosa quando afirma que reforma vai corrigir privilégios e omite
que os injustiçados vão também ser rebaixados. As viúvas, por exemplo, vão
perder metade da pensão. E governo não devia poder fazer propaganda, que não
tem obrigação com a verdade, apenas publicar resultados.
Toda vez que se
articulam as forças lá de cima, o povo vai pagar a conta. Começar a reforma
(sic) pelo corte de benefícios é grande cinismo e autoconfiança como classe
dominante. Reforma previdenciária devia ser a última coisa que se fizesse.
Primeiro tem de mostrar que a reforma é para todos. Quando começa a dizer
"esse não entra, aquele entra" a gente tem certeza que a reforma é contra
a gente.
09\12\2017 Ideologicamente nossa situação é extremamente grave com o atual governo. O substrato social do país está debilitado e não consegue se opor às atrocidades políticas que são praticadas em cada ato. Alguém botou rodriguianamente na cabeça de Temer que ele tem de fazer as reformas a todo custo e então ele, que não tem mais nada a temer, sobretudo com a renúncia do Supremo, corrompe todo o sistema político atrás de suas convicções. Em verdade ele dá um discurso a Lula, joga a favor da volta de Lula. Tudo isso no auge da revolução tecnológica, que tem o efeito de uma bomba atômica no mundo, com notável poder de concentração da riqueza transformando a grande maioria da sociedade planetária em exército de reserva. É muito grave o que estamos vivendo hoje. E antigos poderes, como as Centrais Sindicais, não estão preparadas minimamente para oferecer alternativas. (to be continued)
Um governo provisório,
com pouco tempo adiante, não tem que se meter a fazer grandes reformas, grandes
transformações, não tem mandato e legitimidade para isso. Sua tarefa é levar o
barco formalmente até o porto de novas eleições, Se ainda quer fazer alguma
coisa útil é fazer valer as leis atuais e corrigir distorções na prática
estatal. Por exemplo, impedindo que os juízes abusem de sua autoridade e
interpretem as leis a seu favor, como no caso dos salários recebidos acima do
teto. Como no caso de seus colegas políticos que recebem mais de 15 salários e
desfrutam de um monte de subsídios indevidos que a sociedade vive condenando,
sem forças para impedir. Pode também fazer uma campanha para que os
devedores de impostos os paguem, especialmente as grandes empresas que não
pagam ao INSS. Pode também obrigar que os condenados no lava-jato
expliquem de onde tiram o dinheiro para pagar seus gananciosos
advogados. Enfim, teria muita coisa que fazer sem agredir os mais
desfavorecidos da sorte, e sem cortar a pensão das viúvas do INSS, como se elas
estivessem ameaçando o futuro da previdência no país. E então pare de fazer
propaganda enganosa na tevê com nosso dinheiro. 17\12\17
Um Programa Mínimo Republicano 09\12\17
Os amigos sabem que
meu foco profissional foi o jornalismo no começo de vida e depois, como
sociólogo e diretor da OIT, foi o mundo do trabalho. Fui o criador do SINE
(Sistema Nacional de Emprego) e como secretário nacional das relações do
trabalho coordenei a elaboração da Declaração Sociolaboral do MERCOSUL.
Sinto-me por isso tocado para falar um brevemente da realidade atual referente
às reformas assumidas pelo governo de plantão. Primeiro é estranhável a escolha
dos temas, quando um mundo de desvios administrativos governamentais fica
ignorado, como também o valor dos desvios de verbas e subsídios a empresas e
perdão de dívidas ou mesmo falta de cobrança de dívidas, sobretudo com o
INPS. Ou seja, com tanto dever de casa para fazer, o governo se mete
com oportunismo a atacar exatamente a parte mais fraca da relação
capita-trabalho. Em momentos de crise econômica não se pode falar em reforma
trabalhista ou previdenciária, justo porque as partes não estão igualadas em
poder de pressão. Não digo que não fosse necessária uma reforma trabalhista e
mesmo previdenciária. Mas dada a importância vital dos dois temas para a maior
parte da sociedade brasileira, uma reforma precisaria ter um tempo de
preparação, outro de amplo debate participativo e qualificado, transparência
dos dados necessários e consideração sobre outros aspectos fortemente
relacionados com os dois temas, pois eles não autônomos na estrutura
governamental de deveres e benefícios. Por exemplo, se o país desfruta de bons
serviços públicos de educação, saúde lazer, os rendimentos e benefícios diretos
do trabalhador podem ser flexibilizados em favor dos custos de produção. Mas
nas circunstâncias atuais com tudo desfavorável, emprego, educação saúde,
segurança, cortar recursos dos aposentados, por exemplo, é pura maldade e não
se enquadra na propaganda oficial de reduzir privilégios. Apenas em respeito à
necessária brevidade desse instrumento vou ficando por aqui.
O Brasil vem rasgando
todos os tratados de política. É tão inacreditável o que a gente vem assistindo
todo dia no noticiário que estamos desenvolvendo uma espécie de véu que nos faz
acreditar que nada está acontecendo e tudo isso é uma grande ilusão que logo se
esclarecerá. Ou uma espécie de vacina que nos faz sentir que sempre foi assim e
não há o que estranhar. Tudo está como tem de ser no mundo do possível. Baixa o
telão, por favor! 6\01\16
Convenção do PSDB não empolga, exala o hálito conservador.
Alkmin começou mal, expondo-se na declaração oportunista de apoio explicito às reformas capitalistas do Temer, e FHC se repetindo na afirmação do passado quando disse preferir Lula agonizando na eleição seguinte. Lula deu a volta por cima e engoliu o candidato do PSDB. Alkmin teria feito melhor se acenasse para uma reforma previdenciária como sua agenda de governo, não como está sendo feita agora, mas com as marcas de um compromisso democrático do partido. Não o fez. O partido deixou clara seu perfil como o PMDB do bem. 10\12\17
A mídia é hoje um dos poderes mais fortes em todo o mundo.
Quem manda na mídia manda no universo que ela alcança. O problema com a mídia é que, em última instância, mistura jornalismo com publicidade, nem sempre identificando cada caso. A encomenda de notícias e reportagens propiciadoras de expectativas positivas é vendida como uma obrigação moral com o país. E às vezes coincidem mesmo os interesses, para o bem e para o mal. O enfoque positivo por encomenda se chama merchandising. Ele aparece geralmente disfarçado na notícia e até no enredo ficcional, e pode chegar por vezes ao subliminar. Os sinais desse evento são já notórios na nossa mídia, o faturamento deve estar dobrando ou triplicando. O país vai chegar no ano que vem com “fortes sinais de que se está recuperando mais rapidamente que o esperado”. Os resultados desse governo vão começar a ter força eleitoral no momento desejado. Infelizmente. Alkimin percebeu isso. 12\12\17
A Má Política do Congresso
É inacreditável
que o Congresso pratique abertamente o troca-troca e em nenhum momento se
levam em conta os problemas e objetivos superiores do país. Onde estão as
autoridades encarregadas de zelar pela moral e os bons costumes? Quem deveria
defender a saúde do país que não aparece nas fotos? Onde estão as corregedorias??????
Eu posso responder: quem construiu o arcabouço legal e institucional o fez para
se proteger, a si mesmo e não ao povo ou ao país. Punem-se, quando se pune,
individualmente, mas não se reformam as regras e os alarmes permissivos. Nessa
farsa Temerista nenhum privilégio real foi ou será tocado. Como um pianista de
uma nota só (lembram do Suplicy com a renda mínima?) ele só enxerga
trabalhadores e pensionistas. Ou seja, do meio para baixo. 14\12\17
A sociedade brasileira
está enferma, na CTI. Para todo lado que se olhe dá para ver
que as coisas não andam bem, o carro está fora dos trilhos. Tudo consequências
de muitos anos de desmandos das autoridades que seriam encarregadas de conduzir
com virtudes o país, e não o fizeram, muito ao contrário.
Nomeação de ministra
O incontornável
secretário de governo tem razão, a nova ministra do trabalho vai enriquecer o
já notável plantel de ministros desse governo, ela representa a mulher
brasileira, tem sólido cartel político familiar e já acumula experiência no
trato com a justiça do trabalho com quem poderá ter de se enfrentar em função
de suas novas responsabilidades. 05\01\18
O nosso Planeta está enfermo e sangra.
Temperaturas batem recordes e não se vêm esforços significativos de preservação das matas e despoluição das bacias hidrográficas.
A humanidade está
socialmente enferma. Continuamos com três bolsões sociais estanques, as elites
endinheiradas, as classes médias hesitantes e a pobreza resistente. O mundo
ocidental, que comanda as decisões do planeta, mostra total descompromisso com
o futuro da humanidade. As elites continuam em seu baile da ilha fiscal, sem
grandes lideranças virtuosas, já sabem que não haverá tempo tecnológico para
construir uma ponte salvadora para outro planeta, e vêm ruir seus templos de
segurança, a Europa civilizada e os EEUU rígidos em seu controle social. As
dramáticas projeções de futuro nas ficções hollywoodianas já podem ser vistas
aqui e ali pelo mundo afora.
A França já não
possui o dom das grandes filosofias que nos orientariam com segurança para um
novo mundo (saudades de Rousseau...), e a Inglaterra, depois dos Beatles, não
produz mais novos cenários culturais aglutinativos. O abalo é geral e no caso
brasileiro não temos mais a janela para olhar os exemplos externos que nos
davam esperanças. O mundo está ruindo. O que se aproxima e dá sinais (ovos da
serpente) é o salve-se quem puder, o vale tudo de um UFC que extrapola o
quadrilátero e transforma as cidades em reality shows.
A última batalha com
o socialismo foi ganha na Alemanha dos anos 20 e quando foi preciso a direita
usou da metralhadora e exterminou Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht,
assegurando a supremacia capitalista e logo a fusão do capital industrial,
liberal, com o capital financeiro, oligárquico, das indústrias com os bancos, e
fomentando a participação do trabalhador como bucha de canhão na Grande Guerra,
que não lhe convinha e de onde não tiraria nenhum proveito.
Consolidada a
dominação capitalista no mundo ocidental, faltou caráter e nobreza aos
burgueses para exercer a liderança com dignidade e responsabilidade social.
Tornaram-se soberbos e inconsequentes.
O resto é o resto.
Já basta para um fim de semana de 40 graus.
Vamos à praia, que
ainda nos resta
Lula
Acho necessário o julgamento do Lula como um passo na direção da transparência democrática e demonstração exemplar da luta contra a corrupção. Mas não me trás nenhuma alegria e nem vou comemorar o eventual resultado. Tudo isso me dá muita tristeza. Todos os partidos políticos existentes no panorama nacional ficam muito atrás do que foi a concepção original do PT. Se o PT perdeu o rumo, não quero perder a semente por ele plantada. Os políticos que estão à vista para a presidência são pífios exemplos de nossas necessidades. Nenhum tem um projeto para reduzir a espantosa concentração da riqueza, nenhum tem um projeto de país que busque a igualdade de oportunidades, nenhum tem um projeto econômico que fuja da ortodoxia exemplar na cabeça de Meireles ou Gustavo Franco ou semelhantes, todos concentradores de renda e usuais redutores da produção como instrumento de ajuste capitalista.
Que o Lula seja
advertido na fora da lei, não se pode prevaricar no poder, mas não vamos atirar
junto pela janela a esperança que em algum momento foi projetada pelo PT para
mudar a rotina determinista da vida brasileira. 24\01\18
Nossa capacidade de suportar
Nós afinal já customizamos o
absurdo, vulgarizamos a marginalidade, engolimos a rapinagem dos políticos e
administradores da coisa pública. Mas se pararmos um minuto para refletir, que
merda fizeram desse país?! Convivemos com bandidos que cruzam com a gente nos
sinais e nas esquinas, vemos todo dia um gestor publico ser descoberto na
gandaia, e imaginamos quantos outros não foram ainda descobertos. Vivemos a
impotência de não saber como parar com tudo isso. Corremos o risco de nos
virar baratas. Proponho que não deixemos um dia sequer de indignar-nos. Mesmo
sabendo que não vai adiantar até que outras coisas aconteçam, vamos exercer
nosso dever de ficar indignados com a torpeza de empresários, comerciantes,
políticos e gestores que se apossam de bens públicos. Quantos Moro seriam
necessários? Felizmente as transformações sociais nunca tiveram autoria, elas
acontecem e só se explicam depois, vamos manter a esperança de um acaso. A
coisa pública é sagrada, não pode ser objeto de astúcia da bandidagem. Qualquer
dano a um bem público pode ter consequência para milhares de indivíduos. Vamos
parar de imaginar que desvio de recursos é apenas crime
eleitoral. 28\01\2017
É duro ter de aguentar
o discurso falacioso de Temer, sem contestações.
A mídia tinha a obrigação de colocar algum comentarista qualificado para pontuar as afirmações de Temer. Mas acho que é querer demais.
Quando ele afirma que
faz justiça igualando os valores de aposentadoria do serviço público e do INSS
ele deixa de informar que o faz jogando todos para baixo. A
propaganda do governo, massiva, é que os pontos da reforma estão esclarecidos,
o que é mentira, não há nenhuma discussão da matéria com a população.
Quando afirma que vai
limpar o nome usando seus seis meses de governo depois de aprovar as reformas,
temos o que poderá fazer usando do poder da presidência, pois apesar de afirmar
que seus detratores estão presos omite que seu processo na Justiça, em tese,
está apenas suspenso e se o país estiver razoavelmente funcionando em 2019, ele
estará respondendo criminalmente. 29\01\18
Éramos felizes e então votamos no PT. Deu nessa incrível merda. O que não quer dizer que os partidos burgueses nos trariam o céu, mas não fariam tanta merda, o PT não deixaria. 30\01\16
O governo e Temer pessoalmente fazem uma campanha feroz de propaganda, com afirmações simplistas, falsas e incompletas em favor da reforma da previdência. Eu estranho muito. Temer tem mais de 20 anos de mandato e nunca moveu uma vírgula a favor da previdência, e agora se lança com todas as forças e todos os meios legais ou ilegais, reais ou falsos e faz compra notória de votos, num esforço jamais visto para a aprovação de qualquer outro projeto. Como Temer não é um patriota, o que será que o move tão determinadamente? Ele não diz ou desconhece que as dificuldades maiores da Previdência decorrem da falta de crescimento e geração de empregos no país! Ele afirma que tem esclarecido as dúvidas, mas na verdade não houve nenhum diálogo com a população num tema que importa a todo mundo. Ele quer fazer na marra em poucos meses o que nem FHC ou Lula ousaram fazer, pelas implicações sociais que estão envolvidas. Enfim, de onde vem esse envolvimento tão absoluto do Temer com essa reforma que prejudica mais que ajuda, corta recursos das viúvas, mas mantém privilégios de fortes grupos de pressão.
Acho que Temer abre uma porta para
a riquíssima linha empresarial da saúde complementar, a que se obrigam as
vítimas do INSS, porque as pensões não dão para manter o padrão de vida
familiar. É grave a situação. 3\2\18
24\02\2016
É um absurdo e um crime que o serviço público brasileiro tenha sido ocupado por indicações políticas. Somente o concurso público devia estar autorizado a indicar servidores públicos. Que os políticos voltem a seu lugar, os partidos políticos,o Congresso e as câmaras federal, estaduais e municipais. E já é muito, nem precisava tanto.
Oposição é necessidade
Nenhuma Democracia
de verdade sobrevive sem Oposição. No Brasil estivemos nos últimos 12 anos sem
oposição, seja pela vocação do PT de partido único, seja por
incompetência dos outros partidos, sobretudo PSDB, que seria o mais
chegado a esse dever. Ainda é tempo? 02\03\15
Duas caras da mesma moeda
06\ 03 \ 16
Lula e FHC são duas
caras da mesma moeda. O desenho partidário de hoje reproduz o de velhos tempos
quando o PSD estava para a classe média e o PTB para o povão. Com essa
distribuição as elites mantinham o controle completo da sociedade, como é de
sua vocação.
Essa mesma fórmula
funciona nos dias de hoje: o PSDB cuida da classe média e o PT cuida do povão.
Ambos obedecem a uma mesma lógica elitista. Ou alguém pensa que o PT é um
partido de esquerda de corte socialista?
Dirão que o PT foi
criado de forma autônoma por uma mescla de sindicalistas, intelectuais e
igreja, tudo bem, mas isso foi possível porque estava dentro da expectativa da
lógica elitista de sustentação do controle social.
Quando o PT se
entusiasmou no caminho e pensou de forma radical precisou lançar a Carta aos
Brasileiros. E o que é a carta senão uma promessa de trabalhar dentro dos
parâmetros do capitalismo. Em nenhum momento Lula ousou um salto político. E
mais, cumpriu fielmente o prometido colocando todo nosso dinheiro nas mãos do
neoliberal Henrique Meireles. Da total confiança dos militantes petistas? Não,
um homem do sistema financeiro internacional que poderia ser ministro do PSDB.
E trabalhou os oito anos com juros altos, apesar da crítica de Lula aos juros
altos de FHC. Com rigor podemos dizer que Meireles cuidou do andar de cima com
Palocci, e Lula cuidou do andar de baixo, conforme sua vocação. Um governo dual
que foi viabilizado pela enxurrada de recursos trazidos pelas commodities.
Mas o modelo distributivo de Lula
não podia ser para sempre, os recursos fatalmente se exaurem no tempo, foi o
que aconteceu, agravado pela baixa da matéria–prima.
Ironicamente o período de governo
petista mais próximo de suas origens foi o primeiro governo de Dilma, quando o
fator neoliberal foi eliminado. Infelizmente, para Dilma, o sistema de governo
já estava contaminado: os aliados já estavam na prática sistemática da
corrupção, já sem precisar prestar serviço; as commodities não rendiam como no
passado; O PT estava internamente dividido em facções.
Lula e FHC cultivam amor e ódio,
têm uma profunda admiração mútua. Lula inveja o estilo intelectual de FHC e
este o carisma de Lula, a capacidade dele se aproximar do povo. FHC elegeu Lula
por satisfação e vaidade, sacrificando o “amigo” Serra.
O milagre de Lula na retirada de
milhões de pessoas da miséria, foi possível por um detalhe perverso de FHC, que
separou o destino do salário mínimo do destino dos aposentados, foi um algoz
dos velhinhos, Lula não teria coragem de fazer isso, mas não mudou a decisão de
FHC, se aproveitou dela para descolar de vez o salário mínimo e inserir milhões
de brasileiros, não num processo de matiz socialista, mas no mercado
capitalista. FHC ia fazer isso se tivesse mais tempo.
Como se sabe, o
bolsa-família também é uma dívida do Lula com FHC, que apenas não teve tempo de
fazer o que Lula fez. O bolsa-família no modo como é praticado, constitui um
programa social que qualquer partido de direita teria prazer em fazer.
Se o PT fosse um
partido de esquerda estaria exibindo um programa de saúde universalizado e de
alta qualidade, não o fez, ao contrário, destruiu o pouco que havia e o único sistema
de qualidade feito pelo PT foi o Sírio-Libanês, para uso próprio e dos amigos.
E teria construído
um sistema educativo público de alta qualidade, em vez de dar bolsa de estudos
nas escolas particulares da elite, transferindo recursos para estas. O que ele
fez é um típico programa de partido de direita, com o tradicional processo de
cooptação dos melhores cérebros pelas elites. O mesmo que os americanos fazem
com os melhores cérebros brasileiros oferecendo-lhes bolsas de estudos em suas
melhores escolas.
FHC faz suas
escolhas na crença de que estimulando as elites os pobres serão beneficiados
por um processo em cadeia, afinal são os ricos que investem em empresas que dão
empregos e produzem bens.
Esperava-se que Lula induziria um
modelo de baixo para cima, investindo fortemente em educação e desenvolvimento
microrregional. Não o fez, investiu em grandes empresas como multiplicadoras,
ao velho modelo conservador.
Extratos da carta:
Será necessária uma lúcida e criteriosa transição entre o que temos hoje e
aquilo que a sociedade reivindica. O que se desfez ou se deixou de fazer em
oito anos não será compensado em oito dias. O novo modelo não poderá ser
produto de decisões unilaterais do governo, tal como ocorre hoje, nem será
implementado por decreto, de modo voluntarista. Será fruto de uma ampla
negociação nacional, que deve conduzir a uma autêntica aliança pelo país, a um
novo contrato social, capaz de assegurar o crescimento com estabilidade.
Premissa dessa transição será naturalmente o respeito aos contratos e
obrigações do país. A
estabilidade, o controle das contas públicas e da inflação, é hoje um
patrimônio de todos os brasileiros. As mudanças que forem necessárias serão
feitas democraticamente, dentro dos marcos institucionais.
Marcelo Cavalcante Cavalcante Estava escrevendo um artigo,
no qual buscava analisar este turbilhão desembestado de desentendimento da
realidade. O Alexim vem com este texto e me poupa o trabalho. Claro e elegante
como jamais fui capaz.
09\03\18 Os sucessivos equívocos no
ministério do trabalho mostram bem a falta de importância que o governo atribui
ao tema. Lamentável mas pior ainda a falta de competência dos sindicatos e de
suas lideranças centrais. No Brasil o trabalho foi pro brejo!
Como convencer o
amigo 06\04\18
Ricardo, sei que você é sincero e como te respeito
vou comentar, Lula como presidente com amplos poderes não fez a revolução que
se esperava dele na promoção dos mais pobres, O Banco Central dele foi o
Meireles com toda independência e governou o andar de cima com o maior
liberalismo. Deixou Lula fazer sua política distributiva, mas não as
transformações estruturais que seriam necessárias. Perdemos com Lula uma
oportunidade histórica e queimamos a chance de termos um governo de esquerda no
país. Eu não o prenderia pelas quinquilharias que o Moro acumulou, isso é nada
perto dos danos políticos e talvez das comissões que pode ter ganho nos
negócios externos da Odebrecht. Eu contrataria uma empresa externa para
investigar quem levou as comissões que todo negócio capitalismo inclui de cerca
de 10%, e ele vendeu obras monumentais (sem falar do mau uso do BNDES) usando
seu prestígio presidencial. Podia me estender mais se você tiver interesse, eu
não entendo só das parcerias sujas do Flamengo.
7\04\2018
A prisão de Lula, embora juridicamente correta,
não me faz feliz. Lula foi (digo foi) a maior liderança política da esquerda
brasileira e depositário de notáveis expectativas para a população menos
servida do país. E não creio que essa prisão encerre o ciclo de sua
carreira política, ele já renasceu de situações igualmente graves. E tem fôlego
para isso.
O país vive atualmente
seu pior momento em sua história recente e não vejo novas lideranças com
capacidade para aglutinar as forças sociais necessárias para formar um governo
voltado para o país e não para interesses sectários. Os políticos
tradicionais, quase todos tocados pela operação lava-jato, quase todos com
alguma dívida inconfessável com a nação, já cuidaram de preparar as
leis eleitorais para continuar dominando as listas políticas, sem deixar muita
margem a novas lideranças. Vamos ter mais do mesmo nas eleições do fim do
ano. Seguramente virão os filhos, cônjuges, parentes próximos,
reafirmando as capitanias hereditárias em que transformaram a vida política do
país.
Lula poderia e deveria
ter sido a virada, era o novo sindicalismo que romperia com os viciados pelegos
da velha prática sindical. A evolução do sindicato para o partido foi uma
possibilidade bem aproveitada e por algum tempo o PT foi a única novidade no cenário
partidário brasileiro.
O PT, talvez
pressionado para se comprometer com o sistema dominante como condição para
assumir o poder, provou da velha e viciada forma de governar, com a
distribuição de lotes da administração pública. O PT foi fundo ao poço, tanto
assim que algumas lideranças mais sólidas se afastaram ou foram afastadas do
partido.
Voltando à atualidade
eu me pergunto: com a quase totalidade de políticos aliados do PT e o próprio
PT envolvidos comprovada e confessadamente no roubo (ou desvio, se preferem) da
coisa pública, portanto nos roubando a nós e toda a sociedade, não parece
provável que Lula seja a única flor a brotar límpida no pântano.
Não vou forçar a
comparação tradicional com os caminhos adotados pela polícia norte-americana
para prender Al Capone, não seria justo. E tenho de admitir a mínima
possibilidade que Lula não se tenha envolvido, só assistido. Já
seria um crime para uma autoridade responsável, mas tudo bem, pensemos que um
sítio sem graça e uma cobertura “do tipo casa popular” não seriam suficientes
para justificar a prisão de liderança tão demonstrativa. A mim não
me convence muito. Eu preferia que o ministério público contratasse uma agência
especializada no exterior para avaliar o envolvimento de Lula na negociação de
grandes negócios que juntaram o nosso BNDES e a Odebrecht, entre
outras empreiteiras, para realizar obras monumentais em países “parceiros”.
Supostamente todo negócio no mundo capitalista envolve intermediários muito bem
pagos. Se Lula não recebeu estaria trabalhando de graça para algum sabichão.
Esse o envolvimento que eu gostaria de ver esclarecido de vez, para fazermos um
julgamento justo dessa personalidade única no cenário político-sindical
brasileiro. Não me impressionam Atibaia e Guarujá, há coisas muito
piores como a perda de oportunidade de demonstrar que é possível um governo de
esquerda no país.
Nota: um governo de
esquerda criaria excelentes sistemas educacional e de saúde pública,
facilitaria a produção de moradias, ampliaria os espaços públicos de lazer e
cultura, e adotaria uma sólida política de criação de empregos. Os bancos não
acumulariam a riqueza que exibem desassombradamente. A economia estaria voltada
para o consumo interno e só o excedente e algumas áreas vocacionadas estariam
dirigidas à exportação. Usaria a previdência e o emprego como um suporte de
integração e solidariedade social.
Marcelo Cavalcante Cavalcante Lula saiu de uma situação
difícil da forma que sabe: negociou com o PMDB para escapar do Mensalão. Em
troca abriu os cofres da Petrobras. Sem estar na presidência não conseguirá dar
a volta por cima e a estratégia corrupta já está manjada. Lula é o PT....Ver mais
Antonio Lopes da Costa Gostaria de conhecer o governo de esquerda
descrito na Nota (final do texto). Parabéns, amigo.
Maria Cristina Casciano: Brillante Joao. Comparto totalmente y extraño mucho
las tenidas sociologicas contigo. Has sido spe un referente en mi vida.
Puedo
compartir?
Rayssa Vieira Pinto João, essa é uma das poucas
análises lúcidas que li nos últimos dias. Concordo com vc, não há o que
comemorar. O que há de mais triste nessa história toda é mesmo a perda da
oportunidade de demonstrar a viabilidade de um governo de esquerda. A
decepção...Ver mais
Carlos Felipe Requião Companheiro Alexim, realmente é triste a
prisão de um ex-presidente, mas que esta prisão sirva emblematicamente e de
fato exemplo para todos os políticos e poderosos empresários que assaltam o
erário. Serve a popular " o crime não compensa."Um cidadão ...Ver mais
Cavalcante: Caro Alexim.
É realmente patético que as acusações contra o Lula sejam simplórias ("um
sítio sem graça e uma cobertura “do tipo casa popular”) mas não concordo que
não "seriam suficientes para justificar a prisão de liderança tão
demonstrativa". Vivemos...Ver mais
Primeiro de Maio
de 2018
Meus amigos sabem que
o dia de hoje, 1º de maio, é especialmente importante e significativo para mim.
A maior parte de minha vida profissional foi dedicada à compreensão e
organização do mundo do trabalho. Como diretor da OIT e seu representante no
Brasil eu vivi de perto muita comemoração de 1º de maio, aqui e no
exterior. Infelizmente o momento brasileiro não é favorável a uma
relação justa entre as partes do mundo do trabalho, mas temos de pensar também
no futuro. A OIT tem enfrentado problemas intransponíveis em todo o
planeta para fazer valer seus princípios e suas normas, não dirigidas a
eliminar o conflito de classes, que é inerente ao sistema capitalista, mas a
administrá-lo de uma forma tolerável para conduzir à paz e à justiça
social. Não conseguiria entender um mundo sem a intervenção da OIT,
mesmo considerando suas limitações e por vezes sua parcialidade.
Fragilidade de governo provisório
A fragilidade do governo provisório está causando prejuízos irreparáveis à sociedade brasileira, Todos os prestadores de serviço importantes do país estão aproveitando o momento para pressionar o governo por benefícios imorais e sabem que vão ganhar. Imaginem se esse pífio governo durasse quatro anos! Só num só dia nos jornais: planos de saúde querem aumentar valores de idosos e baixar valor de multa; políticos já garantiram impunidade; trabalho escravo não incomoda Temer; aéreas cobram bagagem mas não baixam preços;
A fragilidade do governo provisório está causando prejuízos irreparáveis à sociedade brasileira, Todos os prestadores de serviço importantes do país estão aproveitando o momento para pressionar o governo por benefícios imorais e sabem que vão ganhar. Imaginem se esse pífio governo durasse quatro anos! Só num só dia nos jornais: planos de saúde querem aumentar valores de idosos e baixar valor de multa; políticos já garantiram impunidade; trabalho escravo não incomoda Temer; aéreas cobram bagagem mas não baixam preços;
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