sexta-feira, 30 de junho de 2023

      DO MARACANÃ; O PRÓPRIO

Tenho uma foto sentado nas cadeiras do Maracanã ainda em construção. O Estádio estava dedicado a acolher a Copa do Mundo, em junho e julho de 1950. A seleção era montada sobre estrutura do Vasco, como em 1962 foi apoiada no Botafogo. A áurea que nasceu com ele nunca se apagou, mesmo quando o destruíram para supostamente modernizar. Durante muitos anos eu frequentei a trabalho a Tribuna de Imprensa, talvez o melhor lugar para assistir aos jogos, Como ia a todos os jogos noturnos das quartas-feiras, costumava levar um amigo comigo.
Infelizmente a Copa, apesar de ter uma seleção muito boa, que ganhava alguns adversários de goleada, que inspirava até cânticos da torcida, perdeu por nervosismo, que quase sempre nos acompanhou em momentos de desafios, a ponto de Nelson Rodrigues afirmar que tínhamos complexo de vira-lata. Foi uma calamidade que só recuperamos em 1958 na Suécia. Com a seleção de 58 em viajei para Argentina, Paraguai e Uruguai, e só não fui pra Suécia por razões pessoais. Isso para mostrar que eu vivi de perto essa coisa do futebol.
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Rodrigo Machado
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quinta-feira, 29 de junho de 2023

 DO MARACANÃ VII:

Para quem trabalhou 20 anos no jornalismo da TV e esteve centenas de vezes nos jogos do Maracanã e filmava os jogos da Tribuna de Imprensa, por vezes ao lado de Nelson Rodrigues, Armando Nogueira, José Maria Scassa, Simão..... era fácil perceber a diferença de transmissão de jogos do Flamengo, tratados como programa de auditório, e os dos demais clubes, transmissões mais frias. Me lembro de um Fla x Botafogo que em nenhum momento foi mostrada a torcida do Botafogo, como se o Flamengo jogasse sozinho. Não vou detalhar essa área que é fácil de comprovar olhando as gravações se não foram editadas. E os juízes sem mesmo se programar marcavam as pequenas faltas e a inversão de laterais de modo espontâneo a favor do clube mais poderoso e com a possibilidade de ser convidados para compor o time de analistas esportivos, todos comprometidos com o time da Casa. Qual o árbitro que não sonhava com isso?

Como se sabe a sorte também ajuda a quem menos precisa. De alguma maneira o Flamengo conseguia levar as decisões pra o Maracanã, por sorteio ou por regra de pontuação. Claro que o Maracanã já ajudou muito esse clube a se salvar.
E curioso é que meus amigos achavam que a Globo transmitia o Flamengo porque era o jogo que tinha na hora certa para a emissora, e não o contrário. A emissora escalava o jogo a transmitir e o colocava no horário de seu interesse. às vezes, pra atender à Globo, obrigava a torcida a enfrentar os perigos da alta noite para esperar a novela terminar. Brincadeira! Hoje tem jogo a toda hora, não precisam mais esperar a novela.
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DO MARACANÃ VII: Para quem trabalhou 20 anos no jornalismo da TV e esteve centenas de vezes nos jogos do Maracanã e filmava os jogos da Tribuna de Imprensa, por vezes ao lado de Nelson Rodrigues, Armando Nogueira, José Maria Scassa, Simão..... era fácil perceber a diferença de transmissão de jogos do Flamengo, tratados como programa de auditório, e os dos demais clubes, transmissões mais frias. Me lembro de um Fla x Botafogo que em nenhum momento foi mostrada a torcida do Botafogo, como se o Flamengo jogasse sozinho. Não vou detalhar essa área que é fácil de comprovar olhando as gravações se não foram editadas. E os juízes sem mesmo se programar marcavam as pequenas faltas e a inversão de laterais de modo espontâneo a favor do clube mais poderoso e com a possibilidade de ser convidados para compor o time de analistas esportivos, todos comprometidos com o time da Casa. Qual o árbitro que não sonhava com isso?
Como se sabe a sorte também ajuda a quem menos precisa. De alguma maneira o Flamengo conseguia levar as decisões pra o Maracanã, por sorteio ou por regra de pontuação. Claro que o Maracanã já ajudou muito esse clube a se salvar.
E curioso é que meus amigos achavam que a Globo transmitia o Flamengo porque era o jogo que tinha na hora certa para a emissora, e não o contrário. A emissora escalava o jogo a transmitir e o colocava no horário de seu interesse. às vezes, pra atender à Globo, obrigava a torcida a enfrentar os perigos da alta noite para esperar a novela terminar. Brincadeira! Hoje tem jogo a toda hora, não precisam mais esperar a novela.
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DO MARACANÃ IV:
O jogo com o Cobreloa foi uma covardia. O Cobreloa não era mais violento que certos jogos por aqui. Mas foi demonizado pela mídia flamenguista. Chegou a Montevideo como um monstro violento que tinha de ser banido dos torneios. Imagina a pressão sobre o juiz! O Cobreloa era desconhecido, mas tinha uns jogadores famosos, como um beque, que era também capitão. O Flamengo fez um gol e tudo indicava que ganharia, pela experiência. Mas, e o tal risco? O treinador do Flamengo escalou um ponta esquerda medíocre só para provocar o expulsão do beque, o que aconteceu de fato. Ele agrediu o beque, que revidou e foi expulso.
Mas as passagens para Tókio estavam garantidas. Varig, Varig, Varig.
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Mauricio Magalhães

 Hoje já se reconhece o que seria um desnível financeiro capaz de tornar injusto, sujo um campeonato,  A entrada dos países árabes na concorrência é um fenômeno aterrador. Já compraram países na Europa e em outras partes do planeta. Pagam o que for necessário, desfocam critérios de fair play e igualdade de recursos.  A Competição é desigual. A China já tentou antes mas não deu certo, temos muita diferença com os chineses.  Os Emirados agora compraram o Manchester City, nada menos. O Katar sediou uma Copa com todo luxo. Arábia Saudia comprou O Paris Saint Germain,  New Castle, breve teremos a Liga Esportiva Árabe.    

Primeiro efeito disso é a inflação do  valor dos negócios. Quem vai poder entrar na concorrência? Já compraram Cristiano Ronaldo, Firmino, Benzema, Mané, Kanté e muitos outros. Agora pode ir Neymar.   

Um Clube regular de futebol tem suas receitas baseadas em patrocínio  (Varig?), mídia (Globo?) e a renda dos estádios (Maracanã ?).  Alguns clubes ganham muito em transferências de atletas formados em suas bases.   Exportadores de talentos.  

Seria necessário fazer como em parte fez a Inglaterra, criando um sistema de fair play financeiro, controlando o negócio de aplicações financeiros e controle dos gastos.   A projeção das consequências para países como os nossos é de fácil entendimento.   Foi o que vivemos durante o projeto Globo, Varig, Flamengo. Mas hoje, com todo o dinheiro, o Flamengo não pode competir porque os parâmetros estão na Europa e a geração de craques no Brasil superou as expectativas. O que prevalece não é mais os craques diferenciados, estes estão em extinção, são agora os jogadores atletas e os inteligentes que prevalecem.

 

 


DO MARACANÃ V: Torneio do Japão. O Torneio do Japão era decidido com um jogo aqui "na selva" e a decisão final no Japão. Os times europeus não davam nenhuma importância a esse torneio e o primeiro colocado nos torneios europeus quase sempre cedia seus direitos à disputa para um segundo ou terceiro colocado. O Liverpool já estava de férias e apoiava uma greve portuária na cidade. Mas se deu conta que um de seus patrocinadores era também patrocinador do Torneio, uma empresa japonesa. Enfim, não seria legal ele desfazer do evento. E essa edição seria a primeira a ser decidida em um só jogo no Japão. A história das disputas entre Europa e América do Sul teve variados formatos, quase sempre patrocinados por UEFA e COMMEBOL. Por isso eram considerados torneios intercontinentais. Desde os tempos do Vasco em 1957 no Torneio de Paris para comemorar a supremacia do Real Madrid, contando também com o Racing, passando pelos tempos do Santos de Pelé. Os Europeus consideravam os times argentinos e uruguaios muito violentos e a partir de certo momento passaram a se recusar à participação. Jogar entre eles, europeus, era mais gratificante. O futebol nasce e vive na Inglaterra e veio para o Sul através das fábricas inglesas, como se sabe. Havia um preconceito quanto a participar de jogos contra equipes do continente Sul. Era hábito o campeão europeu se recusar e o segundo ou terceiro aceitar. No caso explícito do torneio intercontinental do Japão havia o dado capilar dele ser patrocinado por empresa patrocinadora do Liverpool, então não puderam recusar. Há muitas versões sobre o que houve. Numa delas vieram os jogadores que aceitaram e numa viagem ruim, de muitas horas, e os ingleses não resistiram ao álcool e chegaram bêbados em Tókio. Não conheciam sequer o Flamengo e fizeram pouco do evento. Segundo testemunhos, dava pena ver os ingleses em campo, pareciam zumbis. No segundo tempo o Flamengo tirou o pé para não demonstrar que havia algo errado acontecendo. Bom, o Flamengo não tem nada com isso, mas não foi considerado o melhor do mundo, não foi um campeonato mundial. Só muito mais tarde, por um acordo com Commebol consideraram "equivalente" a um torneio mundial, pura política. Na Europa se considerou um torneio promovido por empresas. Não se trata de desabonar a conquista do Flamengo, mas também por muitas razões não se trata da maior conquista flamenguista de todos os tempos. E como sempre, o time cresceu a imagem depois dessa experiência e se tornou um dos grandes times da história do futebol. Falta olhar o evento a partir do lado de cá.
Não há uma conquista do Flamengo sem arranhões, talvez exceto 2019. OU seja, o tal mundial é, mas não é. Depende da sua camisa.
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