Fim de tarde em Ipanema
terça-feira, 27 de dezembro de 2022
sábado, 24 de dezembro de 2022
Novo Ministério
O Ministério de Lula é colossal, dá a impressão que ele quer
inaugurar um governo parlamentarista à brasileira, onde o primeiro ministro
pode ser o do Planejamento, que tem uma visão do conjunto e das diretrizes
gerais e assessora cada ministério autônomo específico em seus vínculos com o
elefante. A propósito, lembra a parábola dos cegos e o elefante: chegou um novo
bicho na cidade, pouco conhecido. Disseram que era um elefante e um grupo de
cegos se arvorou para conhecê-lo. Mas cada um só podia tocar numa parte do animal. O que tocou
na tromba achou que o elefante era como uma serpente enorme; o que tocou na
perna achou que era como um tronco...e assim foi. Então, para cada um o
elefante parecia algo diferente e eles não podiam ter uma ideia do animal completo.
Organização Institucional
Da série: Isso é Brasil 31 senadores da república discutem um tema supostamente importante pro país e aprovam medidas. Um supostamente interessado nos destinos do país, um apenas, nem eleito sequer, indicado politicamente por aquele poder que ele supostamente poderá julgar um dia, tem o poder de engavetar todos os 31 senadores. Sim, dá para entender, ninguém é burro.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2022
Supremo
SUPREMO
O trágico momento brasileiro: É
inacreditável a insensibilidade do Supremo para com o país. Mas nem é só isso, ele
pratica legislação, ele legisla sem competência para isso. Então ao mesmo tempo
temos no país as seguintes barbaridades, alimentadas por nossas autoridades
públicas: mais de 30 milhões de
habitantes (Não posso reconhecer que sejam cidadãos) desistiram de procurar
emprego porque já experimentaram o mercado;
mais de 20 milhões de jovens estão desempregados; O Supremo encontra
razões para se dar e aos demais dirigentes dos três poderes um aumento de 16%
quando a inflação oficial é de cerca de 5%, e ainda rasgam as relações de
trabalho no Brasil, sem a menor consciência do que sejam essas relações,
centrais para formação de recursos humanos e para a progressão no emprego, a
memória das empresas e a solidariedade social no país. É verdade que algumas
empresas já praticavam a terceirização na ilegalidade, mas isso não autoriza
regularizar, mas estabelecer a norma; Com a medida se instala a insegurança no
trabalho e o aumento da exploração do trabalhador. Os argumentos dos membros do
Supremo são equivocados e falaciosos e estranho muito que suas excelências
mostrem tanta debilidade intelectual. A
medida não cria emprego, mas ao contrário pode gerar o subemprego, o emprego de
má qualidade. Estamos construindo um país ruim, o emprego é crucial para o ser
humano, para sua dignidade e estabilidade familiar. Não dá para acreditar no
que estão fazendo com o país!!!!!!
A ascensão ao Supremo
O Supremo não pode continuar
sendo abastecido por indicações políticas. É hora de reformar o órgão, resta
saber como, quem vai tomar a iniciativa? O Supremo devia ser composto por
eminentes juristas, independentes, com mais de 60 anos, mediante concurso
curricular com requisitos seletivos. Para ser um poder independente não pode
continuar como até agora.
Sem entrar no mérito da questão,
até porque estão livres muitos acusados com o mesmo perfil do Lula, choca-me
observar os meandros da Justiça brasileira que possibilita uma quantidade
infinita de recursos, muitos deles superpostos, recursos sobre recursos e
recursos recorrentes, um verdadeiro mercado persa jurídico, que me faz
acreditar que a justiça praticada é absolutamente inacessível ao cidadão comum,
e portanto trata-se de uma justiça ideológica. Enfim a injustiça a olhos
vistos. Se isso não requer uma reforma drástica, esqueçamos que estamos numa
democracia.
Justiça em causa própria
A Suas Excelências, desejosas de
impor ao país um auto-aumento de 16%, sem refletir sobre as consequências para
a sociedade em geral, já sufocada pela política permanente de desigualdade, eu
lembro que o liberalismo que defendem as autoriza a exercer o direito
inalienável, individualmente é claro, de se negar a trabalhar sob tão injusta
remuneração e renunciar aos seus precários salários e benefícios
vinculados. E por oportuno, a venda
casada e os aumentos vinculados não estavam proibidos no país? Este enorme país, tão grande que atravessa o
Equador, é também o país das desigualdades e dos cidadãos de segunda e terceira
classes. Não há quem os defenda e nem as eleições viciadas de antemão conseguem
alterar o desequilíbrio. Não há luz no
fim do túnel.
O Supremo escancarou, por onde anda a
presidente?
Estes malucos desejam mesmo uma ruptura institucional? Me parece que estão se esforçando neste sentido.
João C. Alexim Gilmar Mendes livrou Temer
no Superior Tribunal de Justiça, Lewandowski livrou Dilma no julgamento no
Congresso e agora junta-se Toffoli ao grupo para livrar Lula. Não entro no
mérito, mas fica muito estranho tudo isso.
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·
Veronica Alexim Estou tão enojada que estou evitando ler a respeito....
João C. Alexim O Supremo se reúne para
fazer uma transferência de foro, o que significa isso, que não entendo? A
Justiça não é uma só?
O Supremo está
claramente dividido entre os que acham que o direito é uma coisa abstrata
distante da vida real (para não entrar em outras suposições perigosas) e os que
tentam se aproximar da nossa realidade e sabem que precisam botar o país a
limpo. A onde vai levar isso? Espero que os realistas ganhem a parada, para bem
do país.
Parte superior do
formulário
Quer que eu entre
nas tais "suposições perigosas"? Precisa desenhar?
Parte inferior do
formulário
Gilmar Mendes devolveu Cabral ao Rio
porque sua transferência ao Paraná teria sido coisa pessoal de seu colega juiz
que aparentemente ele não respeita, e ignora que Cabral foi transferido porque
era impossível frear seu poder dentro do cárcere onde montou um balneário de
luxo. Onde será que estamos se o Supremo passou a cuidar da coisa doméstica?
Será que a pauta do Supremo é tão folgada que dá tempo de tratar de pequenas
mutretas?
Filme do Trabalho
Fui
ver o bom filme Eu, Daniel Blake.
Mostra que o descuido com o aposentado\idoso não é apenas nosso, infelizmente.
Em toda parte o idoso é visto como carga, passivo, não se sabe aproveitar a
riqueza acumulada por alguém que viveu um bom tempo e seguramente tem muita
coisa pra mostrar. O filme é bem
conduzido, mas talvez um tanto previsível e didático, mas dá para ser assistido
com interesse. Sobretudo alerta para um tema atual e insistente. A desumanidade
do mundo atual está excluindo o idoso.
Previdência
Previdência Social
Argumentos
falaciosos contra a Previdência
Como tem acontecido
com frequência os argumentos financeiros do governo são absolutamente
falaciosos. Quando apontam os déficits da previdência não consideram que a
geração da riqueza é atualmente apropriada por uma minoria de bilionários e a
distribuição é consequentemente viciada. Os argumentos consideram apenas que o
número de trabalhadores, que vai sendo reduzido pelo avanço tecnológico, não
poderá dar conta dos gastos com o pagamento dos aposentados quando o que deve
ser considerado é a crescimento da própria riqueza do país. É um caso de
notória falácia ecológica como diria qualquer bom metodologista.
11 08 17
Garfo no trabalhador
Dia da
Independência: No dia em que se convencionou chamar “da independência” eu leio
estarrecido, mas não surpreso, que os novos (sic) poderes da república querem
remunerar o trabalhador por hora trabalhada. Esse é o caminho mais claro e
corrosivo para eliminar direitos trabalhistas e tratar o trabalho como
mercadoria, regressando aos tempos de Marx no século XIX. Tudo isso é parte da
herança maldita do PT, que nos jogou nas mãos do capitalismo abutre comandado
por um banqueiro no ministério da economia (que saudade de homens como Celso
Furtado!). Justamente nos momentos de crise (o capitalismo usa e abusa das
crises, elas estão sempre a seu serviço), com forte desemprego, as organizações
trabalhistas (sindicatos) estão fragilizadas e não conseguem enfrentar seu
inimigo direto. As reformas não precisam ser sempre às custas do lado mais
fraco, mas é isso que acontece. Nesses momentos o poder faz o que é certo, por
exemplo, aumentar a idade de aposentadoria para melhorar a curva populacional,
e junta um monte de justos direitos para varrer tudo de uma varada só. E o povo
já está cansado de ir às ruas e perceber que a leitura que fazem de suas
mensagens é sempre distorcida. As passeatas viciosas e remuneradas do PT ajudam
no desgaste. Dia da Independência soa quase como um
deboche. 07\09\2016
Lula perdeu o senso,
defendeu os políticos porque mesmo roubando vão às ruas e enfrentam o povo,
enquanto os acadêmicos defendem suas teses e se escondem atrás das paredes das
universidades ganhando seu salário para sempre. Justo os políticos que todos se
lembram ele chamou no passado de 300 picaretas! Lula precisa se decidir.
16\09\2016 Face
Previdência Social
O problema da aprovação de Temer é que ele acha que
tem de marcar o governo dele com alguma coisa grandiosa e a Previdência poderia
ser esse grande prêmio. Temer não tem noção do significado da Previdência para
uma nação. Acha que é apenas um cálculo atuarial, como para Meireles é apenas
uma conta corrente. E o atual Congresso não tem legitimidade nem dimensão
política para a tarefa.
Previdência é um
instrumento de Pacto Social, pelo qual se estabelecem direitos e deveres de
toda uma sociedade. Mais estreitamente é um recurso que dá à produção do país
seu sentido humano e o estímulo para a produtividade, enquanto é também o modo
como uma sociedade enxerga sua responsabilidade com seu passado e futuro, a
solidariedade nacional.
Os comentaristas
econômicos e políticos de plantão também não estão à altura do tema e suas
contribuições à discussão não correspondem à verdadeira dimensão
requerida.
A Academia também
encolheu e eliminou de seu universo a Economia Política de que tanto falavam
seus antepassados. Em resumo, o tema requer uma grande discussão alimentada
pela inteligência do país e condimentada pela participação nacional.
Infelizmente vai ser
mal costurado por um governo equivocado e sem dimensão estratégica.
25/10/17
O que está sendo
tramado é golpe contra a cidadania.
O atual governo,
incluídos os órgãos legislativos, não tem credibilidade para tocar uma reforma
tão transcendental. Um mandato contestado por boa parte da população e um clima
político confuso e fragilizado, não configuram um parâmetro claro e seguro para
tomadas de decisões tão importantes. E mais grave, essa iniciativa não se
justifica na pressa do momento porque seus efeitos serão de longo prazo,
portanto não faz sentido a urgência, sem discussão com a sociedade. O argumento
do ministro da Fazenda é falacioso, a reforma não altera nada as condições de
retomada atual do crescimento. Não está demonstrado o perfil do chamado
déficit, os dados globais escondem a verdadeira realidade. Falta transparência
na demonstração do chamado déficit. O que existe é a pressa do governo para
aproveitar o clima de crise e emplacar reformas que sacrificam indistintamente
ganhos legítimos da sociedade ao longo de anos de luta. Se esse governo quer
ser Itamar cada vez mais parece Sarney.
A OIT
Meus amigos sabem
que o dia de hoje, 1º de maio, é especialmente importante e significativo para
mim. A maior parte de minha vida profissional foi dedicada à compreensão e
organização do mundo do trabalho. Como diretor da OIT e seu representante no
Brasil eu vivi de perto muita comemoração de 1º de maio, aqui e no
exterior. Infelizmente o momento brasileiro não é favorável a uma
relação justa entre as partes do mundo do trabalho, mas temos de pensar também
no futuro. A OIT tem enfrentado problemas intransponíveis em todo o
planeta para fazer valer seus princípios e suas normas, não dirigidas a
eliminar o conflito de classes, que é inerente ao sistema capitalista, mas a
administrá-lo de uma forma tolerável para conduzir à paz e à justiça
social. Não conseguiria entender um mundo sem a intervenção da OIT,
mesmo considerando suas limitações e por vezes sua parcialidade.
Ser de Esquerda
O que é Ser de Esquerda
O que é ser de esquerda nos dias
de hoje? Não conheço no país um homem ou
mulher autêntica e consistentemente de esquerda. E reconheço que seria muito difícil definir o
que seria uma pessoa de esquerda autêntica e consistente. Talvez nem
teoricamente, mais ainda na sua inserção num país como o nosso, de configuração
complexa, heterogênea e desequilibrada. O que é ser de esquerda e mais ainda o
que seria viver na esquerda autêntica e consistentemente? O que terá sido o comunismo de Oscar
Niemeyer? Tem o anjo torto de Drummond
recomendando que fosse gauche na
vida, terá Drummond entendido a mensagem?
Na luta contra a ditadura
cívico-militar muita gente se engajou por crenças e razões bem diferentes, mas
aparecem somados em prêmios e benefícios. Ter feito essa luta não assegura
posição de esquerda e muito ao contrário para boa maioria, desde não gostar de
militares. Esquerda e direita já se revezaram em prestígio no mudar dos tempos.
Vale o sentimento próprio? A pessoa pode
ser de esquerda porque assim se sente? Certamente não. E aí voltamos aos
critérios e ao imbróglio.
Como definição operacional (lá se
vão anos das aulas de metodologia) se pode afirmar que uma pessoa de esquerda,
no contexto brasileiro: quer um estado que promova e proporcione o bem-estar
social, exigindo que a educação e a saúde sejam públicos e de alta qualidade; defende
a criação de políticas que sejam destinadas prioritariamente a gerar emprego,
trabalho e renda para o maior número de cidadãos que os aspirem; um estado que
promova espaços públicos de cultura e lazer para todos; exige que os governos
sejam éticos, justos, rotativos, eficientes e honestos; requer a implantação de
um sistema econômico misto onde prevaleça o interesse coletivo e as empresas
estratégicas sejam estatais; desenvolva relações internacionais igualitárias,
mas condenando governos totalitários e corruptos; deseja o liberalismo social
(não econômico), com igualdade de direitos de todos os cidadãos
independentemente de credos, gêneros, religiões e pensamento político; promove
a prevalência do coletivo sobre o individual, respeitados os direitos humanos;
num pensamento de esquerda a Previdência Social não se move apenas por cálculos
atuariais, mas por um regime de solidariedade; Poderíamos ir mais adiante
enriquecendo a definição operacional. Mas esse conjunto já serve para mostrar
quanto distante estamos de nos aproximar de um governo de esquerda no país. A
última chance, dentro de muitos limites, um governo recente jogou pro alto na
política de loteamento da administração pública. Democracia pode ser de direita ou de
esquerda, mas não pode ser apenas o direito de espernear ou indignar-se,
democracia precisa ser também no plano da economia, senão é apenas fantasia, como
é a nossa e muitas outras mundo afora.
Envelhecer
ENVELHECER
Envelhecimento é para ser comemorado e não para
justificar incompetência governamental e midiática.
A gente lê muita bobagem na mídia sobre o
envelhecimento da população e logo extrapola para o desafio da previdência. Uma
simplificação burra do assunto. Ignora que o boom de nascimentos de anos
anteriores criou uma dificuldade que até hoje não encontra solução: o emprego.
Não discute a péssima e excludente educação que não gerou os recursos humanos
de qualidade que ampliariam a produtividade,
porque para um governo chinfrim produtividade é só produzir o mesmo com menos
gente. Não lembra que os sucessivos governos foram imediatistas e não
aproveitaram os momentos de bonança da economia, quase sempre reflexos da
situação externa, porque sempre insistiram num Brasil fornecedor de matérias
primas, incapaz de investir no valor agregado de uma indústria potente,
geradora de empregos. Como não governa para criar empregos, não pode sustentar
uma previdência. Não é substancialmente por conta do envelhecimento da
população que a previdência passa aperto, é porque não tendo produção e
emprego, não tem quem pague a previdência. Governos populistas que não são
capazes minimamente de aumentar o tempo de trabalho e adiar a aposentadoria, em
correlação com o aumento do tempo de vida da população. Muita gente se desiste
de buscar emprego ou se aposenta de qualquer maneira por falta de oportunidade
de emprego e porque não tendo produtividade não consegue bons salários e
prefere sair do mercado a se matar para ganhar miséria imposta por um sistema
produtivo capenga. Não são capazes de praticar uma política social igualitária,
só geram desigualdade de oportunidades e renda. Os jornalistas, despreparados
porque já não precisam cursar a faculdade, desinformados e obrigados a
preencher espaços diários na mídia, que pegam qualquer pesquisa duvidosa, fazem
leituras parciais dessas pesquisas, alimentam sensacionalismos baratos e vivem
do impacto imediato porque amanhã já estarão produzindo novas matérias para
provocar novas comoções. Deviam saudar o fato de a população conseguir
sobreviver e envelhecer, coisa difícil no país, com a violência matando a
juventude e, no raciocínio imediatista da mídia e do governo, reduzindo a
pressão pelo emprego. Conseguir envelhecer nesse Brasil não é coisa
preocupante, porque a maioria fica pelo caminho!
Se nossos sistemas de saúde, educação, lazer e
cultura fossem de qualidade as demandas do envelhecimento da população
precisariam de
menos recursos individualmente. Vamos debater o
tema mas com gente qualificada para isso, e não perder tempo em afirmações que
não se sustentam quando melhor analisadas.
Publicado no Face em 4 agosto 2018
Dia do Trabalho
Dia do Trabalho 1 de maio 2018
Em memória do Dia do Trabalho: Antes
do neoliberalismo econômico, subproduto do capitalismo afluente, os países
tinham a exportação como complemento da economia interna. Praticamente se
exportava o excedente do consumo interno, exceto em algumas áreas de produção
típica e vocacionadas para a exportação.
Nesse cenário os salários precisavam ser elevados e justos para
alimentar o consumo e havia empregos pra gerar os salários. Com a globalização
e a preferência pela exportação o emprego e os salários perderam interesse para
a burguesia nacional que tirava muito mais lucro com a exportação. Os governos
se desvirtuaram e passaram a subsidiar e proteger uma economia voltada para
fora, sem compromissos com o poder de compra da população. Trump estará certo em proteger o emprego
interno reduzindo as cotas de importação. Mas duvido que ele mantenha essa
política por muito tempo, os Estados Unidos precisam sustentar sua política externa
e a ampliação de cotas e um dos instrumentos de fazer amigos. Já os nossos governos, deus nos livre e
guarde, são não apenas incompetentes, mas sobretudo descomprometidos com a
geração de emprego. Daí as consequências em cadeia para a violência, a
Previdência etc.
Da Sociedade
Da Sociedade
Enquanto o turismo se tornou uma
atividade destacada na economia dos países e na ocupação da sociedade, os
serviços prestados são de notória selvageria. Há uma regressão ao capitalismo
predatório. Explorando o fato do aumento exponencial de passageiros, as
companhias abusam de cobranças de todo tipo, verdadeiras miudezas que reduzem
os prazeres de uma viagem, atropelam o conforto e causam surpresas
desagradáveis na articulação de trajetos. Criam rigidezes que acabam onerando
os custos geralmente já elevados da viagem.
Cobram à parte por assentos, por malas, por parada em escalas, por lugar
no avião, por antecedência na compra, etc. Cada empresa estabelece o tamanho da
mala permitida, o que pode produzir o fato de um viajante ser barrado no meio
da viagem porque sua mala já não atende ao padrão da nova companhia ou do novo
trajeto.
Ao mesmo tempo em que os novos costumes
acrescentaram o turismo como uma necessidade, viajar se tornou uma jornada de
angústias e horrores. Mas parece que os
prazeres compensam a exploração, ou não há mesmo alternativas.
Que se cuidem as mulatas, as brancas estão
ganhando corpo do mesmo padrão de volumes e curvas, talvez no início graças às
malhações e modelagens, mas agora se nota que já entrou no DNA. É a mulher
brasileira de qualquer tom, que deixou para trás o tubinho da garota de Ipanema
e a discriminação racial.
Advogados
Criação artificial de mercado para advogados (até onde isso
vai?)
Alguns anos atrás a ocupação de
jornalista foi dispensada da exigência de curso superior, supostamente em nome
de uma sociedade
democrática e sem restrições como a obrigatoriedade do diploma, que segundo
esses impostores deve ser combatida. Liberaram, a pedido dos patrões, claro.
Infelizmente alguns jornalistas notórios apoiaram essa falácia. O exercício de
jornalista exige métodos e técnicas de tratar a informação além da
obrigatoriedade do uso ético da profissão.
Já os advogados só aumentam seus espaços
laborais, usando de sua força para impor novas obrigações à cidadania. Cada vez
mais metem o advogado em questões que não lhes competem necessariamente. Onde
fica o direito do cidadão de escolher se quer ou pode gastar dinheiro com esses
profissionais, que onde se metem quase sempre oneram os serviços e não estão
obrigados a falar a verdade, podem mentir ou omitir para defender uma causa e
nem precisam provar que são legais os recursos usados para lhes pagar. Ou seja,
não são profissionais obrigados à transparência. Agora mesmo elevam o custo da
transmissão de propriedade em caso de herança incluindo a obrigatoriedade da
presença do advogado quando o ambiente cartorial já seria suficiente para
garantir lisura do processo. Os advogados têm muita força em países que propositadamente
não tratam a justiça com transparência e costumam fazer leis de difícil
compreensão. Estendem indefinidamente
sua presença no mercado de trabalho, de forma cativa. Isso não fere o direito do cidadão de escolher como quer se
defender? Por que então obrigar-nos
a suas presenças? (que meus amigos
advogados me perdoem, eles são as exceções).
Convenções da OIT
Convenções da OIT
Eu era o diretor da OIT no Brasil e estive diretamente
envolvido no episódio citado ontem pela ministra Rosa Weber sobre a Convenção 158 da OIT como um caso
exemplar das dificuldades do governo brasileiro para enfrentar o acolhimento de
tratados internacionais na ordenação jurídica do nosso país, que adota o
dualismo, mas nem sempre cumpre os procedimentos consequentes e por vezes se
atrapalha no meio do caminho. Foi nesse
caso que Vicentinho, então presidente da CUT montou uma barraca na esplanada de
Brasília, perto dos poderes centrais, e fez greve de fome em protesto contra a
decisão do governo de desistir de um acordo assinado e proclamado um ano antes,
justamente na hora dessa Convenção cobrar seus efeitos. 01\09\18
A Guerra dos Sexos
A Paquera não pode morrer e o
assédio não pode ser tolerado. Como então regular a relação necessária entre os
gêneros?
A orientação sexual no país se
tornou um assunto delicado e complexo, ninguém nega que é importante.
Talvez seja por isso que no
Fantástico e nas novelas da Rede Globo o assunto tenha tanto destaque.
Ficou difícil se expressar ou
interagir sem o risco de ser mal interpretado ou incorrer numa irregularidade
jurídica.
Sou do tempo em que era fácil
perceber se se tratava de uma cantada, um elogio inocente ou uma abordagem
desagradável.
Algumas regrinhas práticas podem
ajudar: Tudo depende do lugar, na rua não pode haver contato físico sem consentimento,
mas pode haver um elogio, uma
forma jocosa de chamar a atenção, sem insistência. Em local fechado, um bar ou
uma sala de visitas, pode uma das partes tentar abordar
com gentileza a outra,
eventualmente com uma piada, uma frase de humor, sem insistir se a outra parte
não dá sinais favoráveis.
E é também fácil perceber se está
agradando, se não está não pode insistir. Ofensas, nem pensar.
Políticos
Políticos
Como conviver com essa choldra de políticos
brasileiros, em todos os níveis, federal, estadual, municipal? Como foi
possível que a boa gente foi se afastando e deixando o galinheiro para as raposas?
Como sair desse cul-de-sac? Os cientistas políticos
não recomendam o voto nulo, mas como nos associar a nomes que ferem
absolutamente nossa inteligência cívica?
20\06\14
O ministro quer bater recorde de casuísmo. Mas
bastaria lembrar que, em última instância, quem não deve teme menos. Na lógica
dele o bandido pode agir fora das regras, mas a defesa da cidadania tem de
cumprir todos os rituais e barreiras intencionalmente criadas pelos poderosos
para nunca correr riscos de ser apanhados.
20\06\17
De nossos políticos já sabíamos de muitos
defeitos, mas apenas suspeitávamos da cara-de-pau. Agora temos certeza. 25\06\17
Os políticos, acuados, mentem
descaradamente. Podiam pelo menos não abusar de nossa inteligência. É
inconsistente a defesa de Temer apostar na irregularidade da gravação e quando
fica provado que a gravação está íntegra, desqualificá-la como prova. Estão
girando que nem peru no Natal. 28\06\17
Se é verdade o que dizem os irmãos
Batista em seu depoimento e parece que é, o presente Congresso não tem
legitimidade para julgar a imputabilidade do presidente Temer. E principalmente
o chefe da Câmara dos Deputados, que visita Temer diariamente e só aceitará abrir
processo se tiver certeza do resultado. Jogo de cartas marcadas. Inclusive
assume a presidência do país por uma viagem dispensável de Temer, que soa como
um presente para sua biografia. Rodamos, rodamos e não vemos saída. 17\06\17
Pelas
articulações políticas em marcha vamos ver as mesmas caras podridas de sempre
se mostrando com promessas desgastadas e fora das expectativas e necessidades.
Estamos fritos a menos que a realidade social nos cause uma surpresa. 14\06\17
Falta esclarecer como estão sendo
pagos os caríssimos serviços de advogados, verdadeiras bancas de excelências,
com dinheiro limpo? 14\06\17
Marcelo O Leão controla a classe
média e os assalariados. Certa vez caí na malha fina por causa de 200 reais.
Mas não pegam esses caras que transacionam milhões.
Caiuby
Só deveriam permitir defensor público. Roubam e pagam os melhores
advogados à custa do nosso dinheiro.
O pior cenário é o desespero da classe
política 12\06\17
Por todo lado que olho encontro algum torcedor
do Vasco, sobretudo entre as mulheres. Desconfio das estatísticas e da
estratégia da Globo. Pelo menos não no abismo de cobertura esportiva de dez
transmissões grátis do Flamengo contra três dos demais clubes do Rio. Uma
ilegalidade contra os direitos do torcedor e um crime cultural grave. A vida
não pode ser administrada pelo ibope.
Comentario: Os políticos corruptos estão
desesperados fugindo das punições e este cenário desespera os políticos
honestos.
Vamos por partes: não acho que o país
dispõe de um homem ou mulher ilustre, com dignidade reconhecida, autoridade
moral, vontade política e consciência de estadista para assumir a condução da
recuperação política, econômica e cultural que o país necessita. E se houvesse
não encontraria espaço político para levar adiante sua tarefa.
Então não vejo como desastrosa a permanência do Temer nesse curto
período, que não permitirá que ele faça mais estrago do que já fez com
suas reformas precipitadas, tiradas do bolso do verdadeiro condestável do
governo, o homem que vem conduzindo nossa economia independentemente dos
governos de turno. Mesmo que caísse Temer, qualquer governo que viesse manteria
esse senhor por razões que não vamos explicitar nessa mídia.
Eu desejava uma decisão honrosa e exemplar do Tribunal como parte da
revolução iniciada com a Lava-Jato, na busca de uma nova política,
indispensável para a recriação do nosso sofrido país. Como vimos que ainda não
estamos prontos, então o mais importante agora é nos preparar para 2018. Para
não sermos de novo colocados entre tu e tu mesmo, sem escolhas cabais, que é
essa a nossa realidade anos trás anos.
Não tenho uma receita para isso, mas se tivermos claro o que desejamos,
certamente encontraremos no caminho, como fala o poeta espanhol universal
Antonio Machado, fazendo caminho ao andar. ( a ser continuado). 10\06\17
Parte superior do formulário
Política Atual
Política atual
Qualquer que seja o resultado do
segundo turno, o país vai ter de conviver com um governo rejeitado pela metade
da população. Isso não é pouco. Ou seja, o eleito terá de entender que não tem
uma carta branca nem um poder ilimitado. A maior parte de seus eleitores não
votou nele e sim na parte dele que representava a negação do adversário. O PT e
seus aliados não poderá achar que pode repetir seu desastrado modelo anterior.
Bolsonaro e seus aliados não pode pensar que pode armar o país no dia seguinte.
O novo cenário brasileiro rompe com o modelo deturpado como filho da
Constituição de 88, que não foi implantada nem pela metade. A diversidade de siglas que compõe o
Congresso (Senado e Câmera) vai exigir mais debates, mais amplitudes nos
argumentos, e o fato da discussão política ter invadido todos os lares do país
poderá obrigar a novas práticas políticas. Qualquer que seja o resultado, que
não será obrigatoriamente da satisfação da grande maioria, será um exercício
novo e possivelmente criativo positivamente pra o futuro do país. Se der o contrário, uma guerra civil não
estaria fora das perspectivas.
Tem Lei Pra Tudo
O Brasil é um país legal: existe alguma lei
para tudo que pode ser imaginado. E tem lei para desmentir outra lei, é o
paraíso dos advogados e espertalhões. Todo mundo faz lei no Brasil, a Justiça
com as jurisprudências, o bandido nem precisa escrevê-la, tem a lei que pega e
a que não vale. Tem a que vale para uns e não vale para outros. Tem hierarquia
entre as leis, umas valem mais que as outras, mesmo se se opõem. A Constituição
põe 500 caras para legislar e todos acham que precisam
deixar a sua marca. Tem lei que ninguém conhece, só o autor conhece, assim
mesmo pode pensar que não está valendo e tem lei que foi escrita para constar e
não para valer. Tem lei que ninguém sabe responder se está valendo e o Supremo
teria de decidir se pode valer. Tem lei que depende de outra lei e tem lei que
depende de leis internacionais, que não se sabe se vale diretamente em
território nacional ou precisa dar lugar a uma lei interna. E ninguém sabe
responder se vale ou não. Deve ter uma lei que deve proibir o que estou aqui
fazendo, e outra para me autorizar. .28\09\18
Face
Da Política Textos
Da Política
20\04\2016
Gente, as agências
controladoras tipo Anatel não foram criadas no governo FHC para defender
consumidores. Sua finalidade é manter o mercado competitivo no setor e em
particular defender as empresas de interferências estranhas como da política e
do governo. Consumidor é com outro departamento. Mas Lula não está isento, ele
não mudou nada do que foi feito por FHC, ao contrário, em geral se aproveitou,
se locupletou.
Danos do PT
O efeito perverso do
suicídio político do PT é que os abutres que habitam a política de Brasília
estão mostrando os dentes, sem que tenhamos um partido de esquerda para frear o
apetite voraz que já ataca as conquistas trabalhistas e a própria Petrobrás. Ao
dar um tiro no pé o PT sacrificou o que tinha de melhor, sua militância. Que
bom se pelo menos o PSDB ainda tivesse a tintura social-democrática dos
primeiros tempos.
Monetarismo
O cenário está
pronto para receber Meireles, o neoliberal a serviço do PT. Digo, a serviço dos
capitais financeiros nacionais e internacionais e do PT. Ele, no dizer de
Delfim Neto, salvou o capitalismo praticando juros altíssimos, abastecendo o
lucro bancário em todo o mundo. E agora o PT volta com ele. É a confissão de
que Lula faz qualquer coisa para se manter no poder e de que o PT não tem mesmo
expertises partidários para cuidar da economia do país. 13\11\15
A Falta de Bons
Exemplos
O mau
comportamento com a coisa pública depende de bons exemplos de uma suposta
elite, ou de pessoas famosas que formam opinião. E é isso que nos falta. Quando
Lula no auge de seu prestígio passava a mão nas costas dos políticos corruptos
que ele queria cooptar, ele estava passando também uma mensagem para o povo que
o admirava. Faltam-nos exemplos de virtudes públicas. Alguns poucos casos
ocorreram com pessoas pouco comunicativas, sem redes multiplicadoras, como o
gaúcho e franciscano Pedro Simon. FHC poderia ter sido esse ícone, mas lhe
faltava simpatia do povão. Lula com FHC poderiam ter mudado o país, mas não
completaram o perfil necessário para a tarefa. Ainda estamos faltos dessas
figuras virtuosas com sentimento cívico iluminado e agregador. Quem sabe um dia
a sorte nos bate à porta? 17agosto 17
Os políticos
perderam o pudor, se algum dia tiveram. Mas temos de fazer alguma coisa. É claro que as passeatas, paneladas,
protestos em rede, nada disso teve resultado, estamos navegando na mesma merda.
Será que não vamos impedir essa mamata que estão armando no congresso, depois
da que acabaram de perpetrar? Já não temem (temer?) nada. 16 08 17
As
contradições entre a população e as autoridades já chegaram a limites insuportáveis
que no Século IXX teriam gerado uma revolução. Nos dias de hoje...
Argumentos
falaciosos contra a Previdência
Como
tem acontecido com frequência os argumentos financeiros do governo são
absolutamente falaciosos. Quando apontam os déficits da previdência não
consideram que a geração da riqueza é atualmente apropriada por uma minoria de
bilionários e a distribuição é consequentemente viciada. Os argumentos
consideram apenas que o número de trabalhadores, que vai sendo reduzido pelo
avanço tecnológico, não poderá dar conta dos gastos com o pagamento dos
aposentados quando o que deve ser considerado é a crescimento da própria
riqueza do país. É um caso de notória falácia ecológica como diria qualquer bom
metodologista. 11 08 17
A trágica ironia
é que os famigerados deputados se sentem agora obrigados a votar a apressada
reforma da previdência para provar que tinham de manter Temer para levar
adiante as "necessárias" reformas.
07 08 17
Contaminação
funcional
Não foi, no
mínimo, prudente a nova procuradora-chefe visitar Temer, que poderá ser objeto
de suas decisões no futuro. Parece que o país perdeu o bom senso e mergulhou
direto na insensatez, que aliás rege boa parte da história universal.
Falta de visão
das autoridades
É duro conviver
com autoridades (sic) e dirigentes públicos sem formação, sem vontade política,
sem visão de estado e de interesse público. Que futuro podemos esperar dessa
corja de mandatários da vida nacional? As novas gerações já chegam cooptadas
para manter seus privilégios e tudo fica como antes no quartel de Abrantes. Se
alguém sabe como mudar isso tem o dever de anunciar e o direito de receber
o 06
08 17
Nosso país, por
falta de sólidos princípios compartilhados pela população, convive com falsas
concepções morais e argumentos justificativos para a legitimação de crimes,
pilantragens e malandragens. Uma delas é a tal governabilidade, que todos os
partidos praticam. Significa ignorar vícios e crimes de colarinho branco em
nome da suposta necessidade de manter a governabilidade. Acabamos de assistir
algo assim: não importam os eventuais crimes de corrupção do Sr Temer porque
é preciso seguir adiante com a aprovação das
reformas e manter a governabilidade do país. Na verdade se trata de esconder a
velha prática dos privilégios de classe, do empreguismo, do patrimonialismo e
tantas outras falácias nacionais. Fica difícil evoluir com a democracia e os
princípios de igualdade de direitos, faltam bons exemplos de boa prática que
pudessem servir de base para os mais jovens e as novas gerações. Como vamos
conviver com pelo menos 263 deputados que supostamente nos representam no
Congresso para fazer o que fazem? Que merda de país é esse? Como sair dessa
armação viciosa? Cartas para a redação...
03 08 17
Falta de lógica
Como pode que um
problema jurídico (corrupção) seja resolvido por decisão política? Algo grave
está errado no reino da Dinamarca.
02 08 17
Tenho
acompanhado com atenção a quantidade de análises dedicadas a entender nossa
realidade política contemporânea, todos condenando o estado de coisas, mas
ainda não vi uma proposta lúcida e viável de saída desse pântano. A maioria das
sugestões e são poucas, cai na ingenuidade da militarização ou do convencimento
das elites. Continuo atrás de um milagre.
23 07 17
Substitutos em viagem
Antigamente quando um presidente viajava ao
exterior ficava difícil se comunicar
com a base para manter o governo funcionando.
Então o vice assumia. Nos dias de hoje, com a revolução nas comunicações e a
assinatura eletrônica não há razão para substituição temporária, o presidente
não deixa de estar atuando em sua função quando deixa o território nacional. A
substituição vira apenas fachada e pagamento de parcerias (propina), para que o
vice (substituto de substitutos) possa enriquecer o seu currículo, em geral
como agradecimento pela fidelidade. Além do dualismo no cargo, imagino como a
criatividade burocrática deve inventar benefícios e direitos adquiridos pelo
breve tempo de exercício. Salve o compadrio brasileiro, mas sempre às nossas
custas. Cadê a reforma política que sonhamos: menos representantes e menos
partidos de fachada. 01\09\17
Depois de Temer
fica decretado que a política existe em outra dimensão, tem outras razões que a
própria razão desconhece, e nenhum laço de compromisso com a justiça dos homens
aqui na terra. 03\09\17
No Brasil se
pune a herança com imposto severo. Se você trabalha toda a vida, junta algum
bem e quer deixar pros filhos ou cônjuge paga um imposto duro de engolir. Então
por que esses deputados que deixam sua herança política de mão beijada pros
seus filhos e esposas não pagam nada por isso?
02\09\17
Lógica do
Impeachment
Negar
sempre
Parece
que a bandidagem política aprendeu com a tradição picaresca francesa que ensina
negar sempre, mesmo quando apanhado na cama com a amante. Assim sempre haverá
um pingo de dúvida e isso é melhor que nada.
O7\09\17
Garfo no
trabalhador
Dia da Independência:
No dia em que se convencionou chamar “da independência” eu leio estarrecido,
mas não surpreso, que os novos (sic) poderes da república querem remunerar o
trabalhador por hora trabalhada. Esse é o caminho mais claro e corrosivo para
eliminar direitos trabalhistas e tratar o trabalho como mercadoria, regressando
aos tempos de Marx no século XIX. Tudo isso é parte da herança maldita do PT,
que nos jogou nas mãos do capitalismo abutre comandado por um banqueiro no ministério da economia (que saudade de homens
como Celso Furtado!). Justamente nos momentos de crise (o capitalismo usa e
abusa das crises, elas estão sempre a seu serviço), com forte desemprego, as
organizações trabalhistas (sindicatos) estão fragilizadas e não conseguem
enfrentar seu inimigo direto. As reformas não precisam ser sempre às custas do
lado mais fraco, mas é isso que acontece. Nesses momentos o poder faz o que é
certo, por exemplo, aumentar a idade de aposentadoria para melhorar a curva
populacional, e junta um monte de justos direitos para varrer tudo de uma
varada só. E o povo já está cansado de ir às ruas e perceber que a leitura que
fazem de suas mensagens é sempre distorcida. As passeatas viciosas e
remuneradas do PT ajudam no desgaste. Dia da Independência soa quase como um
deboche. 07\09\2016
Lula perdeu o
senso, defendeu os políticos porque mesmo roubando vão às ruas e enfrentam o
povo, enquanto os acadêmicos defendem suas teses e se escondem atrás das
paredes das universidades ganhando seu salário para sempre. Justo os políticos
que todos se lembram ele chamou no passado de 300 picaretas! Lula precisa se
decidir. 16\09\2016 Face
Separação de poderes
05\10\17
Nessa coisa de separação de poderes, que vem
lá de trás e precisa ser revista à luz das novas forças politicas e sociais,
cabe nitidamente ao Congresso fazer leis, não avaliar e julgar; cabe ao governo
promover a felicidade da população dentro das leis estabelecidas e cabe à
Justiça julgar as leis criadas pelo Congresso. E ao Supremo julgar os temas de
maior relevo, em especial lhe cabe a última palavra na defesa do que manda a
Constituição. O Congresso não julga e a Justiça não faz lei. Se a Constituição
ou alguma lei expõe sobre o impedimento de um deputado, quem decide é o
Supremo. Se algum fato cai no vazio, não tendo lei que o ampare, caberá ao
Congresso discutir e criar uma lei correspondente. Qualquer outro entendimento
é arranjo de má política, é jeitinho. O resto é o resto, coisa da confusa vida
institucional brasileira.
Triste
panorama da política
Da
política: Sei que toda generalização
corre algum risco e que o tempo cura muitas feridas, mas não posso deixar de
olhar e sentir profunda tristeza pelo panorama da política brasileira, não
comparável a qualquer outra época no passado e sem nenhuma perspectiva
alentadora no futuro imediato.
Supunha-se que as instituições teriam recursos técnicos e a moral
pública nitidez, para que todo indivíduo sobre o qual pesassem suspeitas levantadas pelos órgãos oficiais,
deveria se afastar ou ser afastado até que uma investigação esclarecesse o
caso. E que no exercício da função pública, de qualquer natureza, era preciso
ser como a mulher de Cesar. No país, entretanto, a corrupção se naturalizou,
pela sua abrangência e falta de bons exemplos, e perdeu a vergonha na cara. Sem
que os órgãos auditores cobrem suas responsabilidades. E então ficam visíveis
as marcas institucionais contraditórias, montadas no passado pelo poder
político e econômico para assegurar o domínio que então os beneficiava de
nascimento e origem. O Lava-Jato tem
sido muito saudável e um sopro de esperança, mas o lamaçal a ser superado é
descomunal. 11/10/17
Distribuição
de prestigio entre as ciências
Curiosa
a distribuição de prestígio no conhecimento fragmentado pela Academia ao seu
belo gosto e prazer. Se vem da sociologia é subversivo, se vem pelo direito é
negociável e se vem pela economia deve ser verdade. O mais recente premiado da
Academia de Ciências ganha o Nobel de economia por um conhecimento que é lugar
comum na sociologia. As pessoas podem tomar decisões contrárias aos seus
interesses mais óbvios. Marx já falava disso em relação às classes sociais.
Muitos sociólogos vêm comentando sobre as contradições atitudinais dos seres
humanos, falam dos grupos de referência, do poder da imitação, do peso da
herança cultural, etc. Por sorte têm tido a companhia dos romancistas e
poetas. Por sorte têm tido a companhia
dos romancistas e poetas, Barbara Tuchman escreveu sobre a Marcha da
Insensatez, que eu recomendo. 11\10\17
O que é que eu
posso falar sem ser preso por ofensas morais? Que o Supremo teve a chance mas
entregou o ouro no último minuto e abdicou de suas prerrogativas? 12\10\17
João C. Alexim A
situação é a seguinte: se os políticos com mandato já desfrutavam de incríveis
privilégios e têm se mostrado donos do país, agora eles estão acima da lei e
podem prevaricar à vontade. Nunca mais nenhum deputado ou senador, ou
governador será preso ou perderá o mandato, a menos que seus pares não
gostem dele. Se já havia corporativismo agora o corporativismo ganhou mais
força ainda porque vale prêmio. Tem uma vantagem: agora o Supremo poderá se
dedicar a julgar cidadãos comuns como nós
Aécio poderá ser
a primeira vítima do Acordão. É o primeiro caso logo depois da decisão do
Supremo, o cara não é muito popular, resolve parte dos problemas do PSDB, pode
ser retomado posteriormente porque não se trata de expulsão, e o Congresso
precisa mesmo mostrar que pode fazer a sua parte, cortar na carne, fazer
justiça com as próprias mãos. Paciência, Aécio, não é nada pessoal. 14/10/17
Bolsa
Família: Queira ou não Da. Dilma, não há como ignorar que o
bolsa-família vem do bolsa-escola somado ao bolsa-alimentação, ambos do tempo
do governo FHC, eu mesmo como diretor e em nome da OIT concedi financiamento
para o programa inovador do Cristóvão Buarque. Claro que o programa não podia
começar com milhões de casos, havia preocupação para que fosse basicamente um
impulso para proporcionar ingresso no mercado de trabalho. O bolsa-família
tornou-se um programa assistencialista-conservador
(para não dizer eleitoreiro) que qualquer governo de extrema direita assinaria.
Ele é uma confissão de que os governos passados e presentes falharam e falham
em gerar educação, emprego e renda para a população mais necessitada. Na forma
atual tem uma grande dívida com o programa renda-mínima de Suplicy, o senador
de uma nota só, injustiçado pelo seu partido por não reconhecer esse
parentesco. 16/10/16
A fragilidade do governo provisório está
causando prejuízos irreparáveis à sociedade brasileira, Todos os prestadores de
serviço importantes do país estão aproveitando o momento para pressionar o
governo por benefícios imorais e sabem que vão ganhar. Imaginem se esse pífio
governo durasse quatro anos! Seria a falência do país. Só num dia nos
jornais: políticos já garantiram
impunidade; planos de saúde querem aumentar cobrança dos idosos e baixar valor
de multa por prestar serviço ruim ou não prestar nenhum serviço; trabalho
escravo não incomoda Temer; aéreas cobram bagagem mas não baixam preços;
Instâncias judiciárias batem cabeça; Criminoso é liberado no mesmo dia que é
declarado réu; Se não é o inferno, o que é isso? 20/10/17
A
saída, onde está a saída? 21/10/17
Bom,
já sabemos que esse governo provisório consegue ser pior que Sarney e fica
muito longe de Itamar. Sabemos também que a fraqueza do Supremo e o
corporativismo do Congresso vão garantir sua permanência até o final de 2018.
Igualmente, sabemos que manifestações de rua não dariam em nada, as oligarquias
políticas nacionais já bateram o martelo e estão dispostas a usar recursos que
historicamente foram forjados para assegurar seus privilégios. E finalmente
sabemos que as redes sociais ainda não descobriram como transformar opinião
pública em instrumento de poder formal. Resta nos prepararmos para aproveitar
2018. Como?
No horizonte visível temos a candidatura de
Alkimin pelo PSDB e coligações. Seria no máximo um governo liberal conservador
do tipo Sarney, mais do mesmo, feijão com arroz. Muito longe das necessidades
do país que precisa recuperar tempos perdidos. Temos várias candidaturas
oportunistas do tipo bala perdida, salvacionistas, que não dariam certo pela
fragilidade das estruturas de apoio politico. Temos o retorno do Lulopetismo,
que seria uma provocação ás estruturas que se opuseram ao governo passado e
certamente o país enfrentaria um clima de conflitos sociais e turbulência
política, com a sensação de que rodou, rodou para voltar à mesma canoa
furada. E tem Marina, sempre tem Marina,
que nunca demonstrou fôlego para a disputa mas situações mais conflitivas,
infla e desinfla no caminho. .
Pelo
menos por enquanto não existe uma quinta via. E se houver corre o risco dos
acidentes de Tancredo e Eduardo Campos.
Se Temer fosse um estadista e portanto
interessado na construção de um país à altura de nossos sonhos, promoveria um
grande debate nacional para gerar novas ideias e saídas para o país. Mas ele não é esse estadista, nem tem
legitimidade para o empreendimento.
Então quê?
Não publicado:
Um novo modelo político que estimulasse a
participação e organização política desde os rincões do país e desde a
juventude. Algo de cima para baixo e de baixo para cima, otimizando os recursos
e a inteligência nacional. Obviamente estaria estruturando uma educação
transformadora, uma saúde que somasse alimentação sadia, atividade esportiva e
cultural, com espaços públicos de lazer, medicina preventiva e hospitais
públicos de qualidade.
Como não se pode esperar isso de Temer, só
nos resta o milagre de nossas verdadeiras elites despertarem e assumirem a
responsabilidade que por definição seria de sua competência.
Quando
Rodrigo Maia proclama que depois da farsa da confirmação de Temer “O Congresso
vai votar!”, fico preocupado. Na verdade gostaria que esse Congresso não
votasse mais, até agora não votou quase nada que prestasse. E Maia certamente
vai querer mobilizá-lo em favor de seus interesses eleitorais. O país pede
sensatez, matéria ausente na atualidade, depois que um ministro do Supremo
confirma que os políticos serão juízes de seus próprios crimes. Agora mesmo,
para facilitar a farsa juntaram o julgamento dos ministros com o do presidente,
para crimes de origens diferentes.
Botaram tudo no mesmo saco para economizar tempo e reforçar o projeto de
Rodrigo Maia, de se concentrar em mais votações. O país que aguente. 25\10\17
Dúvidas
que não querem calar: O Supremo tem competência para abdicar de suas
competências? Entendo que só uma assembleia constituinte a teria, portanto o
infeliz voto de Dra. Carmen pode ser nulo (como os demais). A decisão do Supremo não provocou insegurança
jurídica? Olha agora a enxurrada de propostas indecentes para anular decisões
anteriores da Justiça? A política
estaria isenta das obrigações legais? A
coca não é um hábito cultural do Altiplano? A FIFA teria de saber como lidar
com isso. As empresas não
cometem crime, só as pessoas? Nem o mais rigoroso Capitalismo pensaria num
benefício desses. E onde é que está escrito isso?
O PSDB, que está se esfacelando, pode se arrepender de uma decisão que
já gerou suas consequências? Esse tipo de arrependimento dá certo em
política?
Ainda bem que o sol voltou nessa manhã de domingo. 12\11\17
O modelo de estratégia de tomada do poder 15\11\201
Todos os
candidatos a cargos eletivos que foram derrotados e puderem provar que não
receberam verbas ilegais poderiam entrar com recurso na Justiça Eleitoral
porque foram prejudicados e as eleições foram absolutamente irregulares. A
maioria dos eleitos em todo o Brasil o foi certamente de maneira irregular. Todo
político citado em depoimentos e com mínimas possibilidades de ter usado
recursos ilícitos devia ser afastado para ser investigado. O Sr. Picciani, por
exemplo, solto até o final do mandato, se tiver alguma culpa no cartório vai
poder tornar impossível qualquer necessária investigação. Quando será que esse
país vai poder tomar jeito. 19\11\17
A propaganda do
Governo é que a reforma vai fazer justiça igualando os benefícios para os
setores público e privado, mas não diz que esse exercício não é para melhorar
os que ganham menos, mas para reduzir dos que ganham mais. Uma sacanagem.
Propaganda enganosa não tem punição.
Há mais coisas a
se explicar nesse Supremo: como conseguiram reunir na mesma junta todos os que
pensam igual, criando quórum para todas as decisões de interesse deles?
Não dá para
levar a sério, um ministro pede vista e um julgamento importante cessa. Há
prazos para essa vista, mas não se cumpre. Então uma decisão crucial para o
país fica eternamente, em tese, esperando as graças de um ministro, que nem
precisa se justificar. Dá para levar a sério?
Na verdade,
depois que Dra. Carmen Lucia entregou o ouro, a gente já não espera nada dali
mesmo.
Depois que o Sr
Temer garantiu sua permanência no poder até 2018 e sabendo que não pode almejar
maior futuro, não há mais nada que o impeça de praticar o que quiser. Por que
será que insiste tanto em reformar a Previdência? Não é certamente para
consertar sua imagem, porque essa não tem mais salvação. 23\11\17
Os
políticos deste país, que não são definitivamente meus políticos, não me
representam, costumam justificar suas falhas morais alegando que não fizeram
nada fora da lei. Ora, se nos querem representar precisam ser também éticos,
porque cumprir as leis e regulamentos, feitos por eles para se proteger, não
tem mérito algum. O Sr. Bolsonaro precisa entender que não basta estar dentro
da lei, tem de mostrar que cumpre uma ética cristã, humanista e
republicana. 3\12\17
4-6 de dezembro 2017
Pelas notícias na mídia televisiva, as agências de notícias e
publicidade estão enchendo os cofres de dinheiro para soprar boas novas para a
população, sejam ou não verdadeiras.
As práticas
do governo Temer ainda são permitidas? Então não valeram de nada as
manifestações de opinião da sociedade? Parece que esse governo não tem limites.
E alguém acha que o Sr Temer vai ser processado depois de deixar o governo? Se
ele seguir assim não vai ter instituição de pé para cumprir a tarefa.
Parte superior do
formulário
Como
explicar que suas excelências do Supremo tenham tempo de se ocupar de uma
liminar para uma pessoa comum no Rio de Janeiro? Será que estão com a agenda em
dia e sobra tempo?
Parte superior do
formulário
Parte inferior do
formulário
O Governo tenta
convencer os deputados que no tempo de FHC os que votaram na reforma da
previdência foram eleitos, esquecido que já se passaram mais de 20 anos e o
eleitor dispõe hoje de informações. E se prega fechar questão nos partidos para
dar desculpa aos deputados, ignora que o eleitor pode decidir não votar em
partido que patrocinou essa reforma apressada e não discutida com a sociedade..
Governo faz
propaganda enganosa quando afirma que reforma vai corrigir privilégios e omite
que os injustiçados vão também ser rebaixados. As viúvas, por exemplo, vão
perder metade da pensão. E governo não devia poder fazer propaganda, que não
tem obrigação com a verdade, apenas publicar resultados.
Toda vez que se
articulam as forças lá de cima, o povo vai pagar a conta. Começar a reforma
(sic) pelo corte de benefícios é grande cinismo e autoconfiança como classe
dominante. Reforma previdenciária devia ser a última coisa que se fizesse.
Primeiro tem de mostrar que a reforma é para todos. Quando começa a dizer
"esse não entra, aquele entra" a gente tem certeza que a reforma é
contra a gente.
09\12\2017 Ideologicamente
nossa situação é extremamente grave com o atual governo. O substrato social do país está debilitado e
não consegue se opor às atrocidades políticas que são praticadas em cada ato.
Alguém botou rodriguianamente na cabeça de Temer que ele tem de fazer as reformas a todo custo e então ele,
que não tem mais nada a temer, sobretudo com a renúncia do Supremo, corrompe todo o sistema político atrás de
suas convicções. Em verdade ele dá um discurso a Lula, joga a favor da volta de
Lula. Tudo isso no auge da revolução tecnológica, que tem o efeito de uma bomba
atômica no mundo, com notável poder de concentração da riqueza transformando a
grande maioria da sociedade planetária em exército de reserva. É muito grave o que estamos vivendo hoje. E
antigos poderes, como as Centrais Sindicais, não estão preparadas minimamente
para oferecer alternativas. (to be continued)
Um Programa Mínimo Republicano 09\12\17
Os amigos sabem que meu foco profissional foi
o jornalismo no começo de vida e depois, como sociólogo e diretor da OIT, foi o
mundo do trabalho. Fui o criador do SINE (Sistema Nacional de Emprego) e como
secretário nacional das relações do trabalho coordenei a elaboração da
Declaração Sociolaboral do MERCOSUL. Sinto-me por isso tocado para falar um
brevemente da realidade atual referente às reformas assumidas pelo governo de
plantão. Primeiro é estranhável a escolha dos temas, quando um mundo de desvios
administrativos governamentais fica ignorado, como também o valor dos desvios
de verbas e subsídios a empresas e perdão de dívidas ou mesmo falta de cobrança
de dívidas, sobretudo com o INPS. Ou
seja, com tanto dever de casa para fazer, o governo se mete com oportunismo a
atacar exatamente a parte mais fraca da relação capita-trabalho. Em momentos de
crise econômica não se pode falar em reforma trabalhista ou previdenciária,
justo porque as partes não estão igualadas em poder de pressão. Não digo que
não fosse necessária uma reforma trabalhista e mesmo previdenciária. Mas dada a
importância vital dos dois temas para a maior parte da sociedade brasileira,
uma reforma precisaria ter um tempo de preparação, outro de amplo debate
participativo e qualificado, transparência dos dados necessários e consideração
sobre outros aspectos fortemente relacionados com os dois temas, pois eles não
autônomos na estrutura governamental de deveres e benefícios. Por exemplo, se o
país desfruta de bons serviços públicos de educação, saúde lazer, os
rendimentos e benefícios diretos do trabalhador podem ser flexibilizados em
favor dos custos de produção. Mas nas circunstâncias atuais com tudo
desfavorável, emprego, educação saúde, segurança, cortar recursos dos
aposentados, por exemplo, é pura maldade e não se enquadra na propaganda
oficial de reduzir privilégios. Apenas em respeito à necessária brevidade desse
instrumento vou ficando por aqui.
10\12\17
Convenção do PSDB não empolga, exala o
hálito conservador. Alkmin começou mal, expondo-se na declaração
oportunista de apoio explicito às reformas capitalistas do Temer, e FHC se
repetindo na afirmação do passado quando disse preferir Lula agonizando na
eleição seguinte. Lula deu a volta por cima e engoliu o candidato do PSDB. Alkmin teria feito melhor se acenasse para
uma reforma previdenciária como sua agenda de governo, não como está sendo
feita agora, mas com as marcas de um compromisso democrático do partido. Não o
fez. O partido deixou clara seu perfil como o PMDB do bem.
A mídia é
hoje um dos poderes mais fortes em todo o mundo. Quem manda
na mídia manda no universo que ela alcança. O problema com a mídia é que, em
última instância, mistura jornalismo com publicidade, nem sempre identificando
cada caso. A encomenda de notícias e reportagens propiciadoras de expectativas positivas
é vendida como uma obrigação moral com o país. E às vezes coincidem mesmo os
interesses, para o bem e para o mal. O enfoque positivo por encomenda se chama merchandising. Ele aparece geralmente
disfarçado na notícia e até no enredo ficcional, e pode chegar por vezes ao
subliminar. Os sinais desse evento são já notórios na nossa mídia, o
faturamento deve estar dobrando ou triplicando. O país vai chegar no ano que
vem com “fortes sinais de que se está
recuperando mais rapidamente que o esperado”. Os resultados desse governo vão
começar a ter força eleitoral no momento desejado. Infelizmente. Alkimin
percebeu isso. 12\12\17
É inacreditável que o Congresso
pratique abertamente o troca-troca e em nenhum momento se levam em conta os problemas e objetivos
superiores do país. Onde estão as autoridades encarregadas de zelar pela moral
e os bons costumes? Quem deveria defender a saúde do país que não aparece nas
fotos? Onde estão as corregedorias?????? Eu posso responder: quem construiu o
arcabouço legal e institucional o fez para se proteger, a si mesmo e não ao
povo ou ao país. Punem-se, quando se pune, individualmente, mas não se reformam
as regras e os alarmes permissivos. Nessa farsa Temerista nenhum privilégio
real foi ou será tocado. Como um pianista de uma nota só (lembram do Suplicy
com a renda mínima?) ele só enxerga trabalhadores e pensionistas. Ou seja, do
meio para baixo. 14\12\17
A sociedade
brasileira está enferma, na CTI. Para
todo lado que se olhe dá para ver que as coisas não andam bem, o carro está
fora dos trilhos. Tudo consequências de muitos anos de desmandos das
autoridades que seriam encarregadas de conduzir com virtudes o país, e não o
fizeram, muito ao contrário.
Chico
tem salvo-conduto
tem
o direito de acertar e errar nas coisas de sua vida pessoal. Temos de julgá-lo
pela sua produção cultural, ele deixa um legado maravilhoso, um patrimônio
cultural inigualável, não tem culpa de ser além disso uma pessoa comum que
precisa respirar, errar, construir família, se divertir. Ele merece nosso
respeito e admiração pelo sua obra musical e poética. Ninguém tem o direito de
cobrar dele uma posição política que lhe agrade, pode discordar e lamentar, mas
não obrigar e ofender. Queiram ou não o Chico é um patrimônio nacional, devemos
ter muito orgulho disso.
Um
governo provisório, com pouco tempo adiante, não tem que se meter a fazer
grandes reformas, grandes transformações, não tem mandato e legitimidade para
isso. Sua tarefa é levar o barco formalmente até o porto de novas eleições, Se
ainda quer fazer alguma coisa útil é fazer valer as leis atuais e corrigir
distorções na prática estatal. Por exemplo, impedindo que os juízes abusem de
sua autoridade e interpretem as leis a seu favor, como no caso dos salários
recebidos acima do teto. Como no caso de seus colegas políticos que recebem
mais de 15 salários e desfrutam de um monte de subsídios indevidos que a
sociedade vive condenando, sem forças para impedir. Pode também fazer uma campanha para que os
devedores de impostos os paguem, especialmente as grandes empresas que não
pagam ao INSS. Pode também obrigar que
os condenados no lava-jato expliquem de onde tiram o dinheiro para pagar seus
gananciosos advogados. Enfim, teria muita
coisa que fazer sem agredir os mais desfavorecidos da sorte, e sem cortar a
pensão das viúvas do INSS, como se elas estivessem ameaçando o futuro da
previdência no país. E então pare de fazer propaganda enganosa na tevê com
nosso dinheiro. 17\12\17
Supremo
Eu
tinha muita expectativa com a Dra. Carmen Lucia na presidência do Supremo
(sic), esquecido da advertência do saudoso sociólogo francês Pierre Bourdieu de
que as mulheres vêm felizmente assumindo cargos de mando nas hierarquias, mas
ainda prevalece o machismo ancestral que faz com que o cargo exercido perca
força com essa assunção. 19\12\17
Nomeação
de ministra
O
incontornável secretário de governo tem razão, a nova ministra do trabalho vai
enriquecer o já notável plantel de ministros desse governo, ela representa a
mulher brasileira, tem sólido cartel político familiar e já acumula experiência
no trato com a justiça do trabalho com quem poderá ter de se enfrentar em
função de suas novas responsabilidades.
05\01\18
O Brasil vem
rasgando todos os tratados de política. É tão inacreditável o que a gente vem
assistindo todo dia no noticiário que estamos desenvolvendo uma espécie de véu
que nos faz acreditar que nada está acontecendo e tudo isso é uma grande ilusão
que logo se esclarecerá. Ou uma espécie de vacina que nos faz sentir que sempre
foi assim e não há o que estranhar. Tudo está como tem de ser no mundo do
possível. Baixa o telão, por favor!
6\01\16
Lula
Acho
necessário o julgamento do Lula como um passo na direção da transparência
democrática e demonstração exemplar da luta contra a corrupção. Mas não me trás
nenhuma alegria e nem vou comemorar o eventual resultado. Tudo isso me dá muita
tristeza. Todos os partidos políticos existentes no panorama nacional ficam
muito atrás do que foi a concepção original do PT. Se o PT perdeu o rumo, não
quero perder a semente por ele plantada.
Os políticos que estão à vista para a presidência são pífios exemplos de
nossas necessidades. Nenhum tem um projeto para reduzir a espantosa
concentração da riqueza, nenhum tem um projeto de país que busque a igualdade
de oportunidades, nenhum tem um projeto econômico que fuja da ortodoxia
exemplar na cabeça de Meireles ou Gustavo Franco ou semelhantes, todos
concentradores de renda e usuais redutores da produção como instrumento de
ajuste capitalista.
Que
o Lula seja advertido na fora da lei, não se pode prevaricar no poder, mas não
vamos atirar junto pela janela a esperança que em algum momento foi projetada
pelo PT para mudar a rotina determinista da vida brasileira. 24\01\18
Nossa
capacidade de suportar
28\01\2017
Nós
afinal já customizamos o absurdo, vulgarizamos a marginalidade, engolimos a
rapinagem dos políticos e administradores da coisa pública. Mas se pararmos um
minuto para refletir, que merda fizeram desse país?! Convivemos com bandidos
que cruzam com a gente nos sinais e nas esquinas, vemos todo dia um gestor
publico ser descoberto na gandaia, e imaginamos quantos outros não foram ainda
descobertos. Vivemos a impotência de não saber como parar com tudo isso.
Corremos o risco de nos virar baratas. Proponho que não deixemos um dia
sequer de indignar-nos. Mesmo sabendo que não vai adiantar até que outras coisas
aconteçam, vamos exercer nosso dever de ficar indignados com a torpeza de
empresários, comerciantes, políticos e gestores que se apossam de bens
públicos. Quantos Moro seriam necessários? Felizmente as transformações sociais
nunca tiveram autoria, elas acontecem e só se explicam depois, vamos manter a
esperança de um acaso. A coisa pública é sagrada, não pode ser objeto de
astúcia da bandidagem. Qualquer dano a um bem público pode ter consequência
para milhares de indivíduos. Vamos parar de imaginar que desvio de recursos é
apenas crime eleitoral.
É duro ter de aguentar o discurso
falacioso de temer, sem contestações. A mídia tinha a obrigação de colocar
algum comentarista qualificado para pontuar as afirmações de Temer. Mas acho
que é querer demais.
Quando ele afirma que faz justiça
igualando os valores de aposentadoria do serviço público e do INSS ele deixa de
informar que o faz jogando todos para baixo. A propaganda do governo,
massiva, é que os pontos da reforma estão esclarecidos, o que é mentira, não há
nenhuma discussão da matéria com a população.
Quando afirma que vai limpar o
nome usando seus seis meses de governo depois de aprovar as reformas, temos o
que poderá fazer usando do poder da presidência, pois apesar de afirmar que
seus detratores estão presos omite que seu processo na Justiça, em tese, está
apenas suspenso e se o país estiver razoavelmente funcionando em 2019, ele
estará respondendo criminalmente. 29\01\18
Éramos felizes e então
votamos no PT. Deu nessa incrível merda. O que não quer dizer que os partidos
burgueses nos trariam o céu, mas não fariam tanta merda, o PT não
deixaria. 30\01\16
O governo e Temer pessoalmente
fazem uma campanha feroz de propaganda, com afirmações simplistas, falsas e
incompletas em favor da reforma da previdência. Eu estranho muito. Temer tem
mais de 20 anos de mandato e nunca moveu uma vírgula a favor da previdência, e
agora se lança com todas as forças e todos os meios legais ou ilegais, reais ou
falsos e faz compra notória de votos, num esforço jamais visto para a aprovação
de qualquer outro projeto. Como Temer não é um patriota, o que será que o move
tão determinadamente? Ele não diz ou
desconhece que as dificuldades maiores da Previdência decorrem da falta de
crescimento e geração de empregos no país!
Ele afirma que tem esclarecido as dúvidas, mas na verdade não houve
nenhum diálogo com a população num tema que importa a todo mundo. Ele quer
fazer na marra em poucos meses o que nem FHC ou Lula ousaram fazer, pelas
implicações sociais que estão envolvidas.
Enfim, de onde vem esse envolvimento tão absoluto do Temer com essa
reforma que prejudica mais que ajuda, corta recursos das viúvas, mas mantém
privilégios de fortes grupos de pressão.
Acho que Temer abre uma porta para a riquíssima linha empresarial da
saúde complementar, a que se obrigam as vítimas do INSS, porque as pensões não
dão para manter o padrão de vida familiar. É grave a situação. 3\2\18
24\02\2016
É um absurdo e um crime que o serviço público brasileiro tenha sido
ocupado por indicações políticas. Somente o concurso público devia estar
autorizado a indicar servidores públicos. Que os políticos voltem a seu lugar,
os partidos políticos,o Congresso e as câmaras federal, estaduais e municipais.
E já é muito, nem precisava tanto.
Nenhuma Democracia de
verdade sobrevive sem Oposição. No Brasil estivemos nos últimos 12 anos sem
oposição, seja pela vocação do PT de partido único, seja por incompetência dos
outros partidos, sobretudo PSDB, que seria o mais chegado a esse dever. Ainda é
tempo?
Duas caras da mesma moeda 06\ 03 \ 16
Mas o modelo distributivo de Lula não
podia ser para sempre, os recursos fatalmente se exaurem no tempo, foi o que
aconteceu, agravado pela baixa da matéria–prima.
Ironicamente o período de governo
petista mais próximo de suas origens foi o primeiro governo de Dilma, quando o
fator neoliberal foi eliminado. Infelizmente, para Dilma, o sistema de governo
já estava contaminado: os aliados já estavam na prática sistemática da
corrupção, já sem precisar prestar serviço; as commodities não rendiam como no
passado; O PT estava internamente dividido em facções.
Lula e FHC cultivam amor e ódio, têm
uma profunda admiração mútua. Lula inveja o estilo intelectual de FHC e este o
carisma de Lula, a capacidade dele se aproximar do povo. FHC elegeu Lula por
satisfação e vaidade, sacrificando o “amigo” Serra.
O milagre de Lula na retirada de
milhões de pessoas da miséria, foi possível por um detalhe perverso de FHC, que
separou o destino do salário mínimo do destino dos aposentados, foi um algoz
dos velhinhos, Lula não teria coragem de fazer isso, mas não mudou a decisão de
FHC, se aproveitou dela para descolar de vez o salário mínimo e inserir milhões
de brasileiros, não num processo de matiz socialista, mas no mercado capitalista.
FHC ia fazer isso se tivesse mais tempo.
Extratos da carta: Será necessária
uma lúcida e criteriosa transição entre o que temos hoje e aquilo que a
sociedade reivindica. O que se desfez ou se deixou de fazer em oito anos não
será compensado em oito dias. O novo modelo não poderá ser produto de decisões
unilaterais do governo, tal como ocorre hoje, nem será implementado por
decreto, de modo voluntarista. Será fruto de uma ampla negociação nacional, que
deve conduzir a uma autêntica aliança pelo país, a um novo contrato social,
capaz de assegurar o crescimento com estabilidade. Premissa dessa transição
será naturalmente o respeito aos contratos e obrigações do país. A
estabilidade, o controle das contas públicas e da inflação, é hoje um
patrimônio de todos os brasileiros. As mudanças que forem necessárias serão
feitas democraticamente, dentro dos marcos institucionais.
Marcelo Cavalcante Cavalcante Estava escrevendo um artigo, no qual buscava analisar este
turbilhão desembestado de desentendimento da realidade. O Alexim vem com este
texto e me poupa o trabalho. Claro e elegante como jamais fui capaz.
09\03\18 Os
sucessivos equívocos no ministério do trabalho mostram bem a falta de
importância que o governo atribui ao tema. Lamentável mas pior ainda a falta de
competência dos sindicatos e de suas lideranças centrais. No Brasil o trabalho
foi pro brejo!
13\03\17
17\03\17
Reforma
da Previdência
O atual governo,
incluídos os órgãos legislativos, não tem credibilidade para tocar uma reforma
tão transcendental. Um mandato contestado por boa parte da população e um clima
político confuso e fragilizado, não configuram um parâmetro claro e seguro para
tomadas de decisões tão importantes. E mais grave, essa iniciativa não se
justifica na pressa do momento porque seus efeitos serão de longo prazo,
portanto não faz sentido a urgência, sem discussão com a sociedade. O argumento do ministro da Fazenda é falacioso, a reforma não
altera nada as condições de retomada atual do crescimento. Não está demonstrado
o perfil do chamado déficit, os dados globais escondem a verdadeira realidade.
Falta transparência na demonstração do chamado déficit. O que existe é a pressa
do governo para aproveitar o clima de crise e emplacar reformas que sacrificam
indistintamente ganhos legítimos da sociedade ao longo de anos de luta. Se esse
governo quer ser Itamar cada vez mais parece Sarney.
21\03\18
Quem são esses senhores
do Supremo (sic) que se empenham tanto, com tanto vigor, para estabelecer mais
espaço em favor dos que prevaricam com o dinheiro público? Será que acham que
estão fazendo justiça? Porque defender o interesse público e coletivo tenho
certeza que não. Afinal, como posso entender que qualquer assunto tenha de
chegar ao Supremo como última instância?! Creio que apenas aqueles casos que
contenham forte ameaça à constituição teriam o Supremo como última instância. Por que os STJ em decisões coletivas não podem ser
última instância para casos de direito público? Existe alguma suspeita de que
os senhores desembargadores não têm capacidade de fazer justiça? Não me parece
que a ferocidade com que alguns ministros se jogam às prorrogações que se sabe
de antemão apenas representam retardamento da justiça possa ser justificada.
Que pensam esses senhores que estão fazendo?
25\03\2018
Precisa
ainda duvidar que o Supremo funciona sem rumo e cada caso é um caso?
Praticando o casuísmo o
Supremo toma o lugar do Congresso. Creio que foi uma troca pela concessão ao
Congresso da propriedade de fazer justiça!
Marcelo C Os aloprados
petistas, a esquerdinha burguesa e os poderosos que estão na fila para a cadeia,
estão enfeitiçados pela obsessão de livrar o Lula da cadeia. Mas é um jogo
arriscado no médio prazo. Nesse desiderato insano, estão configurando um
cenário que joga a presidência no colo do Bolsonaro e dão as justificativas
para uma intervenção militar. Esticar corda tem limites e estes ensandecidos
não têm limites.
Acho seriamente que o
espírito das leis está sendo violentado no Brasil. Se todo cidadão, bandido ou
não, que se sentir prejudicado puder ir até o Supremo, convenhamos que o
Supremo não dará conta jamais do serviço. É justo que um bandido, mesmo
bandido, possa esgotar os recursos legais para se defender antes de ser
condenado. Mas quem disse que todos os casos precisam terminar legalmente no
Supremo? Afinal temos cortes altamente qualificadas para julgar em tribunais
superiores. Não tem de chegar tudo ao Supremo. E porque tem de ficar o
condenado livre em primeira instância, se ele representa uma ameaça até para
quem o incriminou? Então, senhores ministros, vamos falar sério?
02\04\18
chamam de esgotamento de recursos. O tribunal que assegura o limite de
recursos aos réus é a segunda instância em tribunal pleno. O Supremo é um
tribunal de apelação, mas apenas quando há sólidas suspeitas de que a
Constituição foi violentada. Assim, os recursos devem parar naturalmente na
segunda instância, não tem como parar tudo no Supremo. O resto é aquela estória
do jeitinho brasileiro.
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Ricardo,
sei que você é sincero e como te trespeito vou comentar, Lula como presidente
com amplos poderes não fez a revolução que se esperava dele na promoção dos
mais pobres, O Banco Central dele foi o Meireles com toda independência e
governou o andar de cima com o maior liberalismo. Deixou Lula fazer sua
política distributiva, mas não as transformações estruturais que seriam
necessárias. Perdemos com Lula uma oportunidade histórica e queimamos a chance
de termos um governo de esquerda no país. Eu não o prenderia pelas
quinruilharias que o Moro acumulou, isso é nada perto dos danos políticos e
talvez das comissões que pode ter ganho nos negócios externos da Odebrecht. Eu
contrataria uma empresa externa para investigar quem levou as comissões que
todo negócio capitalismo inclui de cerca de 10%, e ele vendeu obras monumentais
(sem falar do mau uso do BNDES) usando su prestígio presidencial. Podia me
estender mais se você tiver interesse, eu não entendo só das parcerias sujas do
Flamengo. Eu te adoro, menino de ouro.
07\04\2018
A prisão de Lula, embora
juridicamente correta, não me faz feliz. Lula foi (digo foi) a maior liderança
política da esquerda brasileira e depositário de notáveis expectativas para a população
menos servida do país. E não creio que
essa prisão encerre o ciclo de sua carreira política, ele já renasceu de
situações igualmente graves. E tem fôlego para isso.
O país vive atualmente seu pior
momento em sua história recente e não vejo novas lideranças com capacidade para
aglutinar as forças sociais necessárias para formar um governo voltado para o
país e não para interesses sectários. Os
políticos tradicionais, quase todos tocados pela operação lava-jato, quase
todos com alguma dívida inconfessável
com a nação, já cuidaram de preparar as leis eleitorais para continuar
dominando as listas políticas, sem deixar muita margem a novas lideranças.
Vamos ter mais do mesmo nas eleições do fim do ano. Seguramente virão os filhos, cônjuges,
parentes próximos, reafirmando as capitanias hereditárias em que transformaram
a vida política do país.
Lula poderia e deveria ter sido a
virada, era o novo sindicalismo que romperia com os viciados pelegos da velha
prática sindical. A evolução do sindicato para o partido foi uma possibilidade
bem aproveitada e por algum tempo o PT foi a única novidade no cenário
partidário brasileiro.
O PT, talvez pressionado para se
comprometer com o sistema dominante como condição para assumir o poder, provou
da velha e viciada forma de governar, com a distribuição de lotes da
administração pública. O PT foi fundo ao poço, tanto assim que algumas
lideranças mais sólidas se afastaram ou foram afastadas do partido.
Voltando à atualidade eu me
pergunto: com a quase totalidade de políticos aliados do PT e o próprio PT
envolvidos comprovada e confessadamente no roubo (ou desvio, se preferem) da
coisa pública, portanto nos roubando a nós e toda a sociedade, não parece
provável que Lula seja a única flor a brotar límpida no pântano.
Não vou forçar a comparação
tradicional com os caminhos adotados pela polícia norte-americana para prender
Al Capone, não seria justo. E tenho de admitir a mínima possibilidade que Lula
não se tenha envolvido, só assistido. Já
seria um crime para uma autoridade responsável, mas tudo bem, pensemos que um
sítio sem graça e uma cobertura “do tipo casa popular” não seriam suficientes
para justificar a prisão de liderança tão demonstrativa. A mim não me convence muito. Eu preferia que
o ministério público contratasse uma agência especializada no exterior para
avaliar o envolvimento de Lula na negociação de grandes negócios que juntaram o
nosso BNDES e a
Odebrecht, entre outras empreiteiras, para realizar obras monumentais em países
“parceiros”. Supostamente todo negócio no mundo capitalista envolve
intermediários muito bem pagos. Se Lula não recebeu estaria trabalhando de
graça para algum sabichão. Esse o envolvimento que eu gostaria de ver
esclarecido de vez, para fazermos um julgamento justo dessa personalidade única
no cenário político-sindical brasileiro.
Não me impressionam Atibaia e Guarujá, há coisas muito piores como a
perda de oportunidade de demonstrar que é possível um governo de esquerda no
país.
Nota: um governo de esquerda
criaria excelentes sistemas educacional e de saúde pública, facilitaria a
produção de moradias, ampliaria os espaços públicos de lazer e cultura, e
adotaria uma sólida política de criação de empregos. Os bancos não acumulariam
a riqueza que exibem desassombradamente. A economia estaria voltada para o
consumo interno e só o excedente e algumas áreas vocacionadas estariam
dirigidas à exportação. Usaria a previdência e o emprego como um suporte de
integração e solidariedade social.
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Marcelo Cavalcante Cavalcante Lula saiu de uma situação difícil da forma
que sabe: negociou com o PMDB para escapar do Mensalão. Em troca abriu os
cofres da Petrobras. Sem estar na presidência não conseguirá dar a volta por
cima e a estratégia corrupta já está manjada. Lula é o PT....Ver mais
Maria Cristina Casciano Brillante Joao. Comparto
totslmente y extraño mucho lss tenidas soviologicas contigo. Has sido spe un
referente en mi vida.
Maria Cristina Casciano Puedo compsrtir?
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· Responder · Ver tradução · 2 sem
João C. Alexim
respondeu · 1 resposta
Rayssa Vieira Pinto João, essa é uma das poucas análises lúcidas
que li nos últimos dias. Concordo com vc, não há o que comemorar. O que há de
mais triste nessa história toda é mesmo a perda da oportunidade de demonstrar a
viabilidade de um governo de esquerda. A decepçã...Ver mais
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Rayssa Vieira
Pinto respondeu · 2 Respostas
Carlos Felipe Requião Companheiro Alexim, realmente é triste a
prisão de um ex-presidente, mas que esta prisão sirva emblematicamente e de
fato exemplo para todos os políticos e poderosos empresários que assaltam o
erário. Serve a popular " o crime não compensa."Um cidadão ...Ver mais
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Marcelo Cavalcante Cavalcante Caro Alexim. É realmente patético que as
acusações contra o Lula sejam simplórias ("um sítio sem graça e uma cobertura
“do tipo casa popular”) mas não concordo que não "seriam suficientes para
justificar a prisão de liderança tão demonstrativa". Vivemo...Ver mais
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João C. Alexim
respondeu · 3 Respostas
1º. de Maio de 2018
Meus amigos sabem que o dia de hoje, 1º de maio, é
especialmente importante e significativo para mim. A maior parte de minha vida
profissional foi dedicada à compreensão e organização do mundo do trabalho.
Como diretor da OIT e seu representante no Brasil eu vivi de perto muita
comemoração de 1º de maio, aqui e no exterior.
Infelizmente o momento brasileiro não é favorável a uma relação justa
entre as partes do mundo do trabalho, mas temos de pensar também no
futuro. A OIT tem enfrentado problemas
intransponíveis em todo o planeta para fazer valer seus princípios e suas
normas, não dirigidas a eliminar o conflito de classes, que é inerente ao
sistema capitalista, mas a administrá-lo de uma forma tolerável para conduzir à
paz e à justiça social. Não conseguiria
entender um mundo sem a intervenção da OIT, mesmo considerando suas limitações
e por vezes sua parcialidade.
22\05\18
Da Greve e da
Petrobrás:
São,
certamente, muitos os interesses e as motivações que orientam a paralização dos
caminhoneiros e dificilmente conheceremos todos. Mas no centro da análise está
a nova concepção de política de preços da Petrobrás. Não era mesmo possível
seguir com a forma espúria, irresponsável, irregular, corrupta que vinha
conduzindo nossa empresa máxima, aquela que se fortificou no grito simbólico de
independência, com “o petróleo é nosso!”.
Não podia
continuar nas mãos da baixa política da bandidagem que açoitou o nosso país em
tempos recentes e corroeu nossos valores, princípios, crenças e esperanças.
Mas, como eu
disse há poucos dias, nem tanto nem tão
quanto. A Petrobrás foi assumida pelo governo (ou desgoverno) atual como
uma grande empresa capitalista, recebeu “um banho de capitalismo” para se
recuperar da delicada situação em que o passado recente a colocou. Não tenho
dúvidas que pode ter sido necessário, a curto prazo, esse mergulho no
capitalismo sangue puro. Mas não aceito que seja essa a natureza seminal e
substantiva da empresa. Antes de mais nada, a Petrobrás é instrumento de
governo para fertilizar a economia e gerar efeitos construtivos para o parque
industrial do país, pela dimensão e repercussão de sua cadeia produtiva. A
Petrobrás não está estabelecida para simplesmente gerar lucro para seus
acionistas, mesmo estando entre eles o próprio país. Ela tem de ser criativa,
investigativa, produtiva e sustentável. Ser lucrativa não faz parte desse cardápio
porque seu eventual rendimento significaria perda de oportunidade de
investimentos. A Petrobrás está feita, por direito e conquista da sociedade
brasileira, para ser instrumento de crescimento e desenvolvimento nacional.
Claro que nas margens e só nas margens ela poderia se abrir à participação
compartida público-privada, não apenas para captação de recursos, mas também
como flexibilização e arejamento empresarial.
O preço do combustível é, por exemplo, um instrumento de política de
governo, não apenas elemento de mercado. O mercado é sempre um fator
referencial, mas não decisório. A empresa não pode ser administrada, como
parece estar sendo, como um elemento estranho dentro do país, que poderia até
mudar sua sede para outro país se isso fora indicado pelo mercado. Às favas com
essa forma dirfarçada de
apropriação. 24\05\18
Vamos por partes: não acho que o país dispõe de um homem ou
mulher ilustre, com dignidade reconhecida, autoridade moral, vontade política e
consciência de estadista para assumir a condução da recuperação política,
econômica e cultural que o país necessita.
E se houvesse não encontraria espaço político para levar adiante sua
tarefa.
Então não vejo como desastrosa a permanência do Temer nesse
curto período, que não permitirá que ele faça mais estrago do que já fez com
suas reformas precipitadas, tiradas do bolso do verdadeiro condestável do
governo, o homem que vem conduzindo nossa economia independentemente dos
governos de turno. Mesmo que caísse Temer, qualquer governo que viesse manteria
esse senhor por razões que não vamos explicitar nessa mídia.
Eu desejava uma decisão honrosa e exemplar do Tribunal como
parte da revolução iniciada com a Lava-Jato, na busca de uma nova política, indispensável
para a recriação do nosso sofrido país. Como vimos que ainda não estamos
prontos, então o mais importante agora é nos preparar para 2018. Para não
sermos de novo colocados entre tu e tu mesmo, sem escolhas cabais, que é essa a
nossa realidade anos trás anos.
Não tenho uma receita para isso, mas se tivermos claro o que
desejamos, certamente encontraremos no caminho, como fala o poeta espanhol
universal Antonio Machado, fazendo caminho ao andar. ( a ser continuado).