Previdência Social
Argumentos
falaciosos contra a Previdência
Como tem acontecido
com frequência os argumentos financeiros do governo são absolutamente
falaciosos. Quando apontam os déficits da previdência não consideram que a
geração da riqueza é atualmente apropriada por uma minoria de bilionários e a
distribuição é consequentemente viciada. Os argumentos consideram apenas que o
número de trabalhadores, que vai sendo reduzido pelo avanço tecnológico, não
poderá dar conta dos gastos com o pagamento dos aposentados quando o que deve
ser considerado é a crescimento da própria riqueza do país. É um caso de
notória falácia ecológica como diria qualquer bom metodologista.
11 08 17
Garfo no trabalhador
Dia da
Independência: No dia em que se convencionou chamar “da independência” eu leio
estarrecido, mas não surpreso, que os novos (sic) poderes da república querem
remunerar o trabalhador por hora trabalhada. Esse é o caminho mais claro e
corrosivo para eliminar direitos trabalhistas e tratar o trabalho como
mercadoria, regressando aos tempos de Marx no século XIX. Tudo isso é parte da
herança maldita do PT, que nos jogou nas mãos do capitalismo abutre comandado
por um banqueiro no ministério da economia (que saudade de homens como Celso
Furtado!). Justamente nos momentos de crise (o capitalismo usa e abusa das
crises, elas estão sempre a seu serviço), com forte desemprego, as organizações
trabalhistas (sindicatos) estão fragilizadas e não conseguem enfrentar seu
inimigo direto. As reformas não precisam ser sempre às custas do lado mais
fraco, mas é isso que acontece. Nesses momentos o poder faz o que é certo, por
exemplo, aumentar a idade de aposentadoria para melhorar a curva populacional,
e junta um monte de justos direitos para varrer tudo de uma varada só. E o povo
já está cansado de ir às ruas e perceber que a leitura que fazem de suas
mensagens é sempre distorcida. As passeatas viciosas e remuneradas do PT ajudam
no desgaste. Dia da Independência soa quase como um
deboche. 07\09\2016
Lula perdeu o senso,
defendeu os políticos porque mesmo roubando vão às ruas e enfrentam o povo,
enquanto os acadêmicos defendem suas teses e se escondem atrás das paredes das
universidades ganhando seu salário para sempre. Justo os políticos que todos se
lembram ele chamou no passado de 300 picaretas! Lula precisa se decidir.
16\09\2016 Face
Previdência Social
O problema da aprovação de Temer é que ele acha que
tem de marcar o governo dele com alguma coisa grandiosa e a Previdência poderia
ser esse grande prêmio. Temer não tem noção do significado da Previdência para
uma nação. Acha que é apenas um cálculo atuarial, como para Meireles é apenas
uma conta corrente. E o atual Congresso não tem legitimidade nem dimensão
política para a tarefa.
Previdência é um
instrumento de Pacto Social, pelo qual se estabelecem direitos e deveres de
toda uma sociedade. Mais estreitamente é um recurso que dá à produção do país
seu sentido humano e o estímulo para a produtividade, enquanto é também o modo
como uma sociedade enxerga sua responsabilidade com seu passado e futuro, a
solidariedade nacional.
Os comentaristas
econômicos e políticos de plantão também não estão à altura do tema e suas
contribuições à discussão não correspondem à verdadeira dimensão
requerida.
A Academia também
encolheu e eliminou de seu universo a Economia Política de que tanto falavam
seus antepassados. Em resumo, o tema requer uma grande discussão alimentada
pela inteligência do país e condimentada pela participação nacional.
Infelizmente vai ser
mal costurado por um governo equivocado e sem dimensão estratégica.
25/10/17
O que está sendo
tramado é golpe contra a cidadania.
O atual governo,
incluídos os órgãos legislativos, não tem credibilidade para tocar uma reforma
tão transcendental. Um mandato contestado por boa parte da população e um clima
político confuso e fragilizado, não configuram um parâmetro claro e seguro para
tomadas de decisões tão importantes. E mais grave, essa iniciativa não se
justifica na pressa do momento porque seus efeitos serão de longo prazo,
portanto não faz sentido a urgência, sem discussão com a sociedade. O argumento
do ministro da Fazenda é falacioso, a reforma não altera nada as condições de
retomada atual do crescimento. Não está demonstrado o perfil do chamado
déficit, os dados globais escondem a verdadeira realidade. Falta transparência
na demonstração do chamado déficit. O que existe é a pressa do governo para
aproveitar o clima de crise e emplacar reformas que sacrificam indistintamente
ganhos legítimos da sociedade ao longo de anos de luta. Se esse governo quer
ser Itamar cada vez mais parece Sarney.
A OIT
Meus amigos sabem
que o dia de hoje, 1º de maio, é especialmente importante e significativo para
mim. A maior parte de minha vida profissional foi dedicada à compreensão e
organização do mundo do trabalho. Como diretor da OIT e seu representante no
Brasil eu vivi de perto muita comemoração de 1º de maio, aqui e no
exterior. Infelizmente o momento brasileiro não é favorável a uma
relação justa entre as partes do mundo do trabalho, mas temos de pensar também
no futuro. A OIT tem enfrentado problemas intransponíveis em todo o
planeta para fazer valer seus princípios e suas normas, não dirigidas a
eliminar o conflito de classes, que é inerente ao sistema capitalista, mas a
administrá-lo de uma forma tolerável para conduzir à paz e à justiça
social. Não conseguiria entender um mundo sem a intervenção da OIT,
mesmo considerando suas limitações e por vezes sua parcialidade.
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