segunda-feira, 17 de junho de 2024

 SOBRE A ARBITRAGEM NO FUTEBOL

Eu quero fazer uma reflexão sobre as arbitragens no futebol. Recentemente um dirigente de um clube tradicional do Rio de Janeiro lançou dúvidas sobre a seriedade do sistema. Há muito tempo eu coloco dúvidas sobre as dificuldades para os árbitros cumprirem o regulamento. As situações do jogo apresentam problemas para decisões muito além das regras estabelecidas. Um árbitro não dá conta de 100% de suas tarefas. Então vem o que chamam de interpretações, que fazem parte das tarefas arbitrais.    Mas é í também que a coisa pega. Numa interpretação há lugar para divergências, certeza absoluta está fora do concreto, embora o torcedor acredite piamente no que ele acha que viu.

Não abando a hipótese de arranjos nos resultados e árbitros que se vendem, mas isso eu considero uma grande minoria. O que sucede com muita frequência é o árbitro estar influenciado por fatores intercorrentes, como uma relação de clubes mais chegados ao seu gosto, com quem ele se identifica ou torce. O clube que ele acha mais poderoso e que lhe vai dar menos problemas se ele contraria expectativas. São fatores subjetivos, inclusive o hábito do ser humano de ajudar a afundar os que já estão afundando. Se o time já está em dificuldades, errar contra ele não causa tanto dano porque todo mundo atribui às dificuldades próprias do time.

Por exemplo, um jogo do Flamengo com o Vasco hoje a tendência dele é ficar do lado mais forte. E ele erra muito em pequenos eventos, como uma falta leve fora da área, inversão de lateral e corner, que entretanto no conjunto do jogo podem pesar e muito. O futebol é jogo de pegada, de choques, e aí nem com VAR, se pode decidir se o impacto, a intensidade foi muito forte, mais ou menos eu nenhuma. Uma cena muto impressionante pode causar menos danos do que um pequeno toque no calcanhar.

Outras dúvidas, o segundo amarelo, que exclui o jogador precisa ser muito mais claro? Ou basta ser igual ao primeiro. Árbitros podem ajudar seu time preferido, por exemplo, amarelando a defesa adversária, melhor ainda no início do jogo. Uma expulsão entre times equilibrados pode significar o término do espetáculo (e futebol é espetáculo, antes de disputa) e a definição do resultado, como tem acontecido.  Vi o jogo entre Alemanha e Escócia e discordo do pênalti marcado e a expulsão do jogados escocês, que afinal acabou com o espetáculo e o resultado do jogo, embora claramente os alemães eram superiores.

No famoso jogo entre Flamengo e Atlético Mineiro em 81 em Goiás, numa falta que era claramente normal o juiz decidiu expulsar o jogador do Atlético apenas baseado no clima do jogo. Ou seja, ajudou a encaminhar a classificação do Flamengo para Tóquio. Não creio que o fez por algum ganho material, mas eram sabidos os esforços da Globo para levar o Flamengo nas asas da Varig até Tóquio. A entrada de agências de aposta no sistema deve estar complicando mais ainda a vida de jogadores e árbitros.

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