quarta-feira, 1 de março de 2023

      

3 h 
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Público
O CONTO DAS ÁRVORES

Foi no meio da madrugada, felizmente de rua vazia, aquela grande árvore, frondosa e centenária tombou por idade e excesso de peso. Mas sobretudo por falta de manutenção da Prefeitura, que apenas foi rápida no corte em pedaços da nobre senhora enquanto feria meu coração. As raízes eram rasas porque por baixo da calçada passam fios e tubos dos serviços da cidade, de modo que a dama tinha mesmo de ser bem cuidada pra manter seu perfil airoso, menos denso. Mas exigir sensibilidade dessa Prefeitura.... A exemplo lembro que venho há tempos tentando salvar uma árvore estratégica pela posição na saída da praia de Ipanema, com suas raízes já expostas, precisando de atenção de urgência e não logrei convencer quem tinha de estar se ocupando desses cuidados de nossa cidade. Insisti com Parques e Jardins e quando consegui falar me informaram que eu tinha de procurar o serviço de lixo. Expliquei que a árvore ainda vivia, apesar dos maus tratos (um novo quiosque construído ao lado manteve a árvore cercada e sobrecarregada por meses) e precisava mesmo de um serviço urgente de recuperação. Confirmaram que era com a COMLURB, imaginem como andamos na Prefeitura, que sensibilidade! Pois é, esse é o conto das árvores uma já foi e a próxima tem seu destino traçado na cara da Prefeitura. Essa seria mais uma crônica da morte anunciada, mas preferi chamar de conto porque lembra mais o conto do vigário, uma antiga prática nacional