sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Doping Esportivo II




A demonstração de que o Flamengo assumiu de vez o mando da CBF e do futebol brasileiro é que neste ano, em que o time está claramente mais forte que os demais, estão ressuscitando decisões que serão mais troféus e comemorações para o clube, já transformado em fenômeno no seco e crítico panorama esportivo brasileiro. Com a robusta imagem gerada por uma oportuna administração e a parceria da poderosa Rede Globo, há anos, muitas autoridades no país, entre a justiça e a política, saíram do armário e se declaram agora flamenguistas desde criancinhas. Com o já reconhecido (lá fora) doping esportivo financeiro no futebol, ele enfrentou um Atlético Paranaense já desfigurado, sobretudo sem o técnico original e um jogador estratégico adquirido pelo próprio Flamengo*. A festa continua, e os campeonatos brasileiro e continental ficaram pequenos para a ambição totalitária do clube.
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      *Quando um clube fica milionário e começa a comprar o melhor dos demais, ele produz efeito duplo: enfraquece o time do clube adversário e fortalece seu próprio time. Quando faz isso na mesma cidade ou no mesmo torneio está praticando um doping esportivo.  É como se o torneio tivesse duas versões, a de dentro do gramado e a de fora do campo, no tapetão.

O Novo Mundo Novo




Trecho do livro Engenheiros do Caos, que precisa ser lido pelos que têm esperança de manter humana suas cabeças pensantes.
“As deficiências dos líderes populistas se transformam em qualidades, sua inexperiência
 demonstra que não pertencem ao círculo da velha política, e sua incompetência é uma garantia de autenticidade. As tensões que criam em nível internacional são vistas como mostras de independência e as fake-news, marca inequívoca de sua propaganda, evidenciam sua liberdade de pensamento.
No mundo de Donald Trump, Boris Johnson, Matteo Salvini e Jair Bolsonaro, cada dia traz sua própria gafe, sua própria polêmica, seu próprio golpe brilhante. Mal se está comentando um evento e esse já está eclipsado por um outro numa espiral infinita que catalisa a atenção e satura a cena midiática.
No entanto por trás das manifestações desenfreadas do carnaval populista está o trabalho árduo de ideólogos e cada vez mais de cientistas e especialistas do Big Data, sem os quais esses líderes nunca teriam chegado ao poder.”


Mudanças no Futebol




Não é pretensão minha, mas tenho chegado antes que os torcedores e profissionais em atividade, na interpretação do futebol que assistimos hoje. Finalmente a imprensa se dá conta que o VAR não resolveu os problemas de arbitragem.  Eu diria até que transferiu a decisão que era tomada à vista de todos para uma sala fechada onde não podemos ajuizar. Trabalhei quase 20 anos com imagens esportivas e reportagens de contato direto, sei onde residem as feridas. Vou dar dois exemplos que tenho ressaltado: a parceria da Grande Rede com o Flamengo criou uma JBS do futebol que distorce o espírito competitivo e esportivo da atividade. Na Inglaterra o problema está sendo enfrentado com punições severas ao Chelsea e outros. 
Aqui entre nós o colunista Carlos Eduardo Mansur, dos melhores do jornal onde escreve, trata dos erros que persistem na apuração dos impedimentos, com decisões que ferem o espírito do jogo e superam a capacidade humana de observação. Ou seja, dois fotogramas a mais na definição do ponto de partida da mensuração podem mudar o resultado final da revisão feita pelo VAR.  Então entregamos de novo à vista humana a decisão que pode valer milhões aos clubes interessados. A discussão só começou e precisa ser vivida pelos que seguem e curtem o futebol na terra do futebol.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Doping Financeiro no Futebol


😊

O Globo, quem diria? -- liberou com destaque uma matéria sobre o que se está convencionando chamar de doping financeiro no esporte, que tem tudo a ver com o próprio jornal, para o bem ou para o mal, embora a matéria esteja tratando da questão na Inglaterra, onde o fair-play está sendo valorizado para salvar os campeonatos no futuro. Impossível não projetar o tema para o nosso país, onde um time tem se destacado com arrecadações milionárias enquanto outros estão ameaçados de fechar as portas. Como se pode falar em torneios e campeonatos onde a diferença de recursos é abismal? Na Inglaterra as punições já foram aplicadas: por exemplo, o Manchester City foi punido pela UEFA por inflar as receitas de patrocínio e não poderá participar das próximas edições da Liga dos Campeões. Apesar das dimensões, por aqui ainda é um problema tupiniquim e a CBF não tem a força das Federações Europeias, mas é preciso começar a discutir o que vem acontecendo e o valor de campeonatos totalmente distorcidos pelo dinheiro.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

BREXIT da Vergonha




A história da Inglaterra, em quaisquer das versões de ajuntamento das ilhas ao redor, é uma soma de barbaridades. Quem assistiu a Game of Thrones teve uma mostra dolorosa de parte dessa história. Se somamos as  traições e vinganças imortalizadas em quantidade de filmes sobre reis e rainhas vamos chegar a um cenário de horrores. O episódio das Malvinas reafirmou o lado colonialista do país. O esquema de realeza deixado a nu em várias séries mostra a frieza e o cinismo da montagem. O referendo do BREXIT foi mostrado em documentário que foi um golpe informático. Ainda assim não permitiram um novo referendo, mas optaram por eleições, onde não se está votando em favor ou contra a inclusão na Comunidade Européia, todos sabem que aqui como lá a maioria dos votos reflete um conjunto de fatores pessoais e regionais.  Com essa esperteza a liderança direitista do país conseguiu finalmente dividir a nação e aprovar a saída da CE.
O que salva ainda a memória do país é ser a fonte principal do Rock e a moda dos PUBs. (Um crédito ao Liverpool, que tirou a arrogância do novo Flamengo, embora estivesse pagando uma dívida do passado, nunca bem explicada).
Uma pena, mas a CE sem a Inglaterra (esse país vai ter de enfrentar seus esquemas especiais com Escócia e Irlanda) se enfraquece, mas pode ficar mais autêntica, a Inglaterra nunca foi totalmente a favor da Comunidade, veja-se o filme sobre a Thatcher. E no fundo a Inglaterra fortalece o individualismo Norte-Americano, que eternamente faz um jogo para enfraquecer a CE, a única reserva moral no mundo Ocidental a favor da social-democracia, dos valores humanistas e do reconhecimento dos direitos do trabalhador fazer parte inerente das estruturas de poder nacional.
Uma triste decisão que não respeita pelo menos metade da vontade comunitária do país.