A demonstração de que o Flamengo assumiu de vez o mando da
CBF e do futebol brasileiro é que neste ano, em que o time está claramente mais
forte que os demais, estão ressuscitando decisões que serão mais troféus e
comemorações para o clube, já transformado em fenômeno no seco e crítico
panorama esportivo brasileiro. Com a robusta imagem gerada por uma oportuna
administração e a parceria da poderosa Rede Globo, há anos, muitas autoridades
no país, entre a justiça e a política, saíram do armário e se declaram agora
flamenguistas desde criancinhas. Com o já reconhecido (lá fora) doping
esportivo financeiro no futebol, ele enfrentou um Atlético Paranaense já
desfigurado, sobretudo sem o técnico original e um jogador estratégico
adquirido pelo próprio Flamengo*. A festa continua, e os campeonatos brasileiro
e continental ficaram pequenos para a ambição totalitária do clube.
·
*Quando um clube fica milionário e começa a
comprar o melhor dos demais, ele produz efeito duplo: enfraquece o time do
clube adversário e fortalece seu próprio time. Quando faz isso na mesma cidade
ou no mesmo torneio está praticando um doping esportivo. É como se o torneio tivesse duas versões, a de
dentro do gramado e a de fora do campo, no tapetão.