DO MARACANÃ; O PRÓPRIO
sexta-feira, 30 de junho de 2023
quinta-feira, 29 de junho de 2023
DO MARACANÃ VII:
Para quem trabalhou 20 anos no jornalismo da TV e esteve centenas de vezes nos jogos do Maracanã e filmava os jogos da Tribuna de Imprensa, por vezes ao lado de Nelson Rodrigues, Armando Nogueira, José Maria Scassa, Simão..... era fácil perceber a diferença de transmissão de jogos do Flamengo, tratados como programa de auditório, e os dos demais clubes, transmissões mais frias. Me lembro de um Fla x Botafogo que em nenhum momento foi mostrada a torcida do Botafogo, como se o Flamengo jogasse sozinho. Não vou detalhar essa área que é fácil de comprovar olhando as gravações se não foram editadas. E os juízes sem mesmo se programar marcavam as pequenas faltas e a inversão de laterais de modo espontâneo a favor do clube mais poderoso e com a possibilidade de ser convidados para compor o time de analistas esportivos, todos comprometidos com o time da Casa. Qual o árbitro que não sonhava com isso?
Hoje já se reconhece o que seria um desnível financeiro capaz de tornar injusto, sujo um campeonato, A entrada dos países árabes na concorrência é um fenômeno aterrador. Já compraram países na Europa e em outras partes do planeta. Pagam o que for necessário, desfocam critérios de fair play e igualdade de recursos. A Competição é desigual. A China já tentou antes mas não deu certo, temos muita diferença com os chineses. Os Emirados agora compraram o Manchester City, nada menos. O Katar sediou uma Copa com todo luxo. Arábia Saudia comprou O Paris Saint Germain, New Castle, breve teremos a Liga Esportiva Árabe.
Primeiro efeito disso é a inflação do valor dos negócios. Quem vai poder entrar na concorrência? Já compraram Cristiano Ronaldo, Firmino, Benzema, Mané, Kanté e muitos outros. Agora pode ir Neymar.
Um Clube regular de futebol tem suas receitas baseadas em patrocínio (Varig?), mídia (Globo?) e a renda dos estádios (Maracanã ?). Alguns clubes ganham muito em transferências de atletas formados em suas bases. Exportadores de talentos.
Seria necessário fazer como em parte fez a Inglaterra, criando um sistema de fair play financeiro, controlando o negócio de aplicações financeiros e controle dos gastos. A projeção das consequências para países como os nossos é de fácil entendimento. Foi o que vivemos durante o projeto Globo, Varig, Flamengo. Mas hoje, com todo o dinheiro, o Flamengo não pode competir porque os parâmetros estão na Europa e a geração de craques no Brasil superou as expectativas. O que prevalece não é mais os craques diferenciados, estes estão em extinção, são agora os jogadores atletas e os inteligentes que prevalecem.