Para os aposentados (e
aposentadas) a ocupação domiciliar já faz parte da vida cotidiana. Mas quando
se faz obrigatória ela toma um sentido inédito creio que pela falta dos complementos
(a ida à praia, ao bar, à galeria, ao cinema...). Fora o risco tentador de
discutir as relações, felizmente já formatadas pela memória fraca. Mas o que
era habitual ganha outra vestimenta quando se torna obrigatória. Então me
permitam sugerir um programa de revisitar os filmes antigos que deixaram
grandes lembranças em nossa memória. Um bom filme deve ser visto muitas vezes e
garanto que terá coisas novas em cada visita. Ontem à tarde, por sugestão do
Lucas, meu filho cineasta, reencontrei-me com Laranja Mecânica, a obra-prima de
Kubrick. E ganhei de presente o livro em edição especial dos 50 anos, que é um
primor (atenção professor André e primo Luciano). Penetrar nas entranhas da
construção da história por Anthony Burgess e depois confrontar a versão
cinematográfica de Kubrick, é um grande deleite, que recomendo fortemente. Na
ausência do livro, o Google pode dar algumas pistas dessa interação. O tema, o
livro e o filme não envelheceram.
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