segunda-feira, 2 de março de 2020

Doping financeiro no Futebol (cont)




Dou-me conta, por acaso, que o Flamengo está jogando sempre no Maracanã. É uma vantagem esportiva muito grande e expressa o momento do futebol carioca onde um time tem dinheiro vazando e nunca teve escrúpulos de os aplicar em benefício das conquistas (por isso duvidosas) do clube.   O clube já tem uma história de eventos questionáveis (expulsões de jogadores do Atlético Mineiro em 1981, dirigente encontrado com uma mala de dinheiro em véspera de clássico, compra forçada de jogadores de times de confronto direto etc.). No recente campeonato não parece difícil convencer os times pequenos a transferir seus direitos de mando de campo para jogar no Maracanã. E olha que é fácil entender como se torna importante para seus jogadores atuar no Maraca, mas os resultados esportivos ferem não apenas interesses do time pequeno, mas de todo o torneio, desvirtuado-o em seu eventual equilíbrio.  O “Doping Financeiro no Futebol” já está sendo um problema na Europa, mas vai ainda tardar a incomodar por aqui, onde diretorias dos times grandes já entram com heranças malditas de administrações anteriores e não conseguem superar o desastre financeiro. Então vemos as vitórias óbvias, que a mídia, também comprada, trata de engrandecer. Mas alguns de nós, que estudamos e trabalhamos com esse esporte não somos tontos. Um dia chegará, de condenar essas atitudes antidesportivas flagrantes.
“Torcedores do Bayern estenderam uma faixa na arquibancada com um palavrão dirigido a Hopp, que fez fortuna com uma empresa de software e há anos começou a investir no Hoffenheim, levando o time da sexta à primeira divisão. Os aportes milionários testaram os limites das normas da Federação Alemã — conhecida por seu rigor na administração financeira, que inclui regras como a participação obrigatória de torcedores no corpo de acionistas.
À primeira vista seria, então, uma resposta de torcedores raiz à entrada de dinheiro do mundo corporativo no futebol, causando desequilíbrio esportivo. O Red Bull Leipzig tem sido alvo de protestos semelhantes. Paris-Saint Germain e Manchester City, que enriqueceram depois de ser adotados por xeiques árabes, também são questionados, e não só pelas torcidas rivais — o City acaba de ser suspenso pela UEFA das competições europeias”.  O Globo \ coluna do Marcelo Barreto
Isso explica também em parte o suposto conflito com a parceira Rede Globo sobre transmissões dos jogos do campeonato carioca. O Flamengo está consolidando um programa de torcedores para os sábados à tarde no maracanã. O Campeonato Carioca não interessa a nenhum dos dois, virou coisa menor, exceto no dia de levantar a taça (no Maracanã, claro).

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